segunda-feira, 12 de março de 2012

Dom de Ciência

Aprofundando a Boa Nova do
Senhor Jesus Cristo
PJ Nº 11
Dom de Ciência
O Dom da ciência, na ordem dos dons de santificação do Espírito Santo, citado em Is 11,2 é o quinto. Ele coordena o Dom da Piedade, visto que julgam das criaturas, pelo que possamos ver todos os homens como irmãos, a fim de que vivamos, da fé e da caridade, na fraternidade dos filhos e filhas de Deus.
Ora, tudo nos vem à luz do conhecimento através do Dom do Entendimento! Por este Dom, o Espírito Santo se nos abrasa pela penetração profunda do teor das verdades reveladas. Então:
- pelo Dom da Sabedoria julgamos das coisas santas de Deus; (Jo 7,24).
- pelo Dom da Ciência julgamos das criaturas;
- pelo Dom do Conselho regulamos e dispomos nossos atos e ações;
- pelo Dom da Fortaleza libertamo-nos do temor do perigo;
- pelo Dom da Piedade somos dirigidos e moderados no relacionamento entre irmãos pela fé de Cristo Jesus, a fim de que andemos como Cristo andou. (I Jo 2,6).
- pelo Dom do Temor de Deus somos, sob a condução amorosa do Espírito Santo, conduzidos e moderados em todos os ímpetos desordenados de nossas concupiscências. Quer dizer: amor íntimo e profundo ao nosso único Deus e Senhor.
Ciência quer dizer conhecimento.
Conhecimento das coisas criadas em suas causas, princípios e ordenação;
Conhecimento dos Dons da plenitude das graças divinas no amor de Deus e sua infinita misericórdia;
Em fim, conhecimento de si mesmo e conhecimento do amor de Cristo Jesus:
“Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra, para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. Que Cristo habite pela fé, em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual sejam a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia toda ciência, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3,14-19).
O Dom da Ciência é uma prudência superior pela qual o Espírito Santo nos move e revela todas as coisas, segundo a reta justiça do amor do Pai e do Filho. Quando o Espírito Santo nos toma em sua direção amorosa, não há o que temer, mas, com a prudência divina, proclamar as coisas necessárias segundo as manifestações recebidas do Senhor, ou através das visões sobrenaturalmente manifestadas.
“Quanto aos que a honra, a sabedoria os libertou de sofrimentos; foi ela que guiou por caminhos retos o justo que fugia à ira de seu irmão; mostrou-lhe o Reino de Deus, e deu-lhe o conhecimento da ciência dos santos; ajudou-o nos seus trabalhos, e fez frutificar seus esforços; cuidou dele contra ávidos opressores e o fez conquistar riquezas; ela o protegeu contra seus inimigos e o defendeu dos que lhe armavam ciladas; e, no duro combate deu-lhe a vitória, a fim de que ele soubesse o quanto a piedade é mais forte que tudo” (Sb 10,9-12).
A ciência dos santos é o conhecimento daqueles que possuem a graça de Deus.
A ciência humana é o conhecimento que se tem relativamente às criaturas.
Por outro lado, o Dom da Ciência nos faz compreender divinamente as criaturas, para que por meio delas possamos elevar-nos até Deus.
“Quando muda a rota da vida espiritual, quando Deus chama uma alma a uma perfeição mais elevada, para esta segunda conversão vem o Dom da Ciência a fim de produzir de maneira mais profunda e perfeita a convicção da vaidade das coisas da terra”.
Diz-nos Dom Luiz M.. Martinez:
“Se é verdade que há vaidade nas criaturas, também é certo que há nelas uma centelha divina. Cada criatura parece-me um tosco invólucro que contém uma perola divina; toda criatura é vã porque é deficiente, porque é limitada, porque nunca poderá encher o nosso coração; mas também em qualquer criatura, desde o mais excelso dos serafins até o último átomo que se encontra nos corpos, há uma centelha divina”.
Segundo consta, São Francisco de Assis possuía abundantemente o Dom da Ciência. A ele foi revelada a vaidade das coisas terrenas. Sentiu a necessidade de despojar-se de tudo e lançou as suas vestes nas mãos do pai, dizendo-lhe: “Agora posso dizer melhor: “Pai nosso que estais nos céus”.
Sobre o Espírito Santo, será sempre Dom Luiz M. Martinez que encerra nossos temas:
“No cume deste Dom encontra-se o desprendimento perfeito; as almas que desprezam de maneira definitiva todas as criaturas encontram a santa liberdade dos filhos de Deus, o gozo da liberdade, a alegria profundíssima da pobreza. Ao mesmo tempo seu olhar se torna celestial e olham o mundo de maneira nova, com o olhar divino”.
João C. Porto

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