quinta-feira, 23 de julho de 2015

Amar sem medida


                   Temor de Deus 

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Quando lemos no livro do profeta Isaias, no capítulo 11,2, observamos que dos sete dons de santificação do Espírito Santo,  o Temor de Deus é o menor entre eles, isto é, o sétimo. Entretanto, santo Agostinho e demais doutores da Igreja o relacionam como o primeiro entre eles:

Temor de Deus
Piedade
Ciência
Fortaleza
Conselho
Entendimento
Sabedoria.

Peguemos a palavra do Senhor Jesus Cristo dirigida aos apóstolos: “O menor entre vós será o maior”. É que o menor é aquele que mais ama. É como nos diz o Salmista: “Guardo no fundo do meu coração a tua palavra para não pecar contra ti”. (Sl 118,11). Então, em consequência, o temor de Deus é ter horror ao pecado; isto é, amar a Deus de todo espírito, de todo o coração, de toda a alma e com todas as forças do seu ser mais íntimo e profundo.

O amor, desse modo, é o dom maior, o vinculo de todas as perfeições, o próprio Deus, na unidade das três pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo.

No decálogo temos que o princípio é amar a Deus sobre todas as coisas. Este é o maior mandamento da lei de Deus. Ora, é do seio da lei divina - o amor - que o Senhor Jesus Cristo cita os três maiores pilares da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. (Mt 23,23). Assim, como o apóstolo João nos ensina que “Deus é amor” (I Jo 4,8), consoante nos ensina  S. Agostinho: “A medida do amor é amar sem medida”.

Desse modo, os sete Dons de santificação, que através do Batismo da Igreja Uma Santa, Católica e Apostólica (Concílio de Calcedônia) o Espírito Santo infundiu em nossos corações, são os santificadores de nossas faculdades espirituais: Inteligência, vontade, memória, imaginação e afetividades.


Porque quando nascemos para viver no seio deste mundo sensível  da matéria, nossas faculdades espirituais são estimuladas através dos sentidos: visão, audição, tato. Olfato e paladar. Desse modo, quando despertamos para o mundo racional, nossa razão é estimulada e influenciada pela cultura do meio onde vivemos.

Dito isto, conclui-se que nossa santificação, a qual tem como princípio a fé, a esperança e a caridade, completam-se através da regeneração de nossas faculdades espirituais, em função dos Dons de santificação. Assim, para a santificação da faculdade de nossa inteligência, a mais importante e/ou              elevada, o Espírito Santo o faz através dos quatro dons intelectuais: “Entendimento, Sabedoria, ciência e conselho”. Porque pelo Entendimento penetramos nas verdades divinas, e para julga-las temos três dons: o da Sabedoria que julga das coisas divinas; o de ciência que julga das criaturas; o do conselho que regula e dispõe os nossos atos.

Para a faculdade da vontade, que segue em categoria e nobreza a nossa inteligência, há um Dom, o dom da piedade, que tem por objeto julgar e dispor nossas relações com os demais.

E para dominar a parte inferior do nosso ser, há dois Dons; o de Fortaleza e o de Temor de Deus: o de Fortaleza para tirar-nos o Temor do perigo; e o Temor de Deus para moderar os ímpetos desordenados da nossa concupiscência.
Obs: Este pequeno estudo tem o auxílio da sabedoria de Dom Luiz M. Martinez.


João C. Porto.