A Virgem de Nazaré
“Maria é a mãe universal, porque aprouve a Deus, nos
seus santos desígnios, fazer com
que ele desse a vida natural das criaturas ao
Criador, e a vida sobrenatural do Criador às criaturas”.
Por isso, São Maximiliano Kolbe (1941) nos afirma:
“Mãe do próprio criador, por isso também das criaturas”.
O Senhor Jesus Cristo é Criador com o Pai e o Espírito
Santo.
Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito (Jo
1,3).
Tudo foi criado por ele e para ele (Col. 1,16b).
Jesus Cristo, Filho de Deus vive, é o autor da vida.
“Mataste o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dos
mortos, do que nós somos testemunhas (At 3,15 – Vulgata)”.
Se prestarmos bem atenção, observaremos, pela intuição
sobrenatural do Espírito Santo, que a Virgem Santíssima e, por isso, a
Imaculada, encontra-se em toda a Bíblia Sagrada, do princípio ao fim; isto é,
desde o Génesis ao Apocalipse, em virtude da universidade do amor do Pai e do
Filho, no Espírito Santo que a fecundou com fecundidade do Pai Eterno, Deus de
Israel.
Ela está no principio da Bíblia Sagrada como a
imaculada Conceição:
Gn 3,15:- Porei ódio entre ti e a mulher, entre tua
descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.
Jr 31,22b:- Eis que o Senhor criou uma coisa nova sobre a terra: uma mulher cercará um homem. (Vulgata). Ou
que ligação tem essa mulher e esse homem em relação à humanidade? Procuremos
meditar sobre o que o Espírito Santo possa interagir ao seu coração! Não
ouçamos somente aos homens, já que todos têm suas próprias limitações.
Escutemos a quem nos ensinam todas as coisas e nos
recorda as palavras do Senhor Jesus Cristo:
Jo 14,26:- Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que
vos tenho dito.
Ora, somente o Espírito de Deus conhece tudo o que é
de Deus, pois ele mesmo sonda as profundezas do próprio Deus:
I Cor 2,10:- Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito,
porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.
I Cor 2,11b:- Assim também as coisas de Deus ninguém
as conhece, senão o Espírito de Deus.
Por isso, somente o Espírito Santo nos dá o
conhecimento das coisas que por Deus nos foram dadas:
I Cor 2,12:-
Ora, nós não recebemos o espírito deste mundo, mas o Espírito que vem de Deus,
para conhecermos as coisas que por Deus nos foram dadas.
Assim, Maria de Nazaré é a sempre Virgem, concebida
sem pecado. O arcanjo Gabriel lhe disse:
Lc 1,28:- Ave cheia de graça; o Senhor é contigo.
Ora, o que é cheio de graça é pleno, já não cabe mais
graça!... É semelhante a um copo cheio de água. Se lhe colocar mais água vai
transbordar. Por isso, S. Luís Maria Grignion de Montfort comentando Lc 1,30,
admirado exclamou: Se Maria estava cheia de graças, que graças são estas que ela achou diante de
Deus? Certamente são as graças que Eva
perdeu lá no paraíso. Ela (Maria) as achou para no-las devolver, porque
pertencem aos filhos e Filhas do Altíssimo, Senhor Javé. Consta que esse mesmo
autor disse também: “Deus reuniu todas as águas que se encontravam sobre a
terra, num só lugar e as chamou de mar.”. Assim também reuniu todas as graças
dos céus e as chamou de Maria.
Maria de Nazaré é, certamente, a Virgem mãe do Senhor
Jesus Cristo e, consequentemente, a nossa mãe (Jo 19,26-27). Na verdade, a
Vjrgem Mãe do Emanoel, é mãe de Jesus Cristo (Lc 1,31), Mãe de Deus (Lc 1,43),
Mãe do Filho de Deus (Lc 1,35), Mãe do verdadeiro Deus e da vida Eterna (I Jo
5,20b).
Entretanto, quando se diz que Maria de Nazaré é a Mãe
de Deus, devemos entender que ela não gerou a “Fortaleza de Deus”, mas o “Deus
Forte”. (Is 9,6)
Que nos diz Sto. Anselmo (+ 1109) sobre a
singularidade de Maria?: “Mulher admiravelmente singular e singularmente
admirável”.
Assim, a primeira Eva é a mãe de toda criação. Como Adão,
ela era também santa e Imaculada, sem qualquer mancha de pecado.
Gn 1,31:- Deus vil que tudo quanto criara era muito
bom.
Porventura, Deus criaria algo que não fosse santo,
perfeito e acabado?
Mas, em virtude do corpo material, o Senhor, nosso
Deus, os preservava do pecado através dos Dons preternaturais:
Dom da imortalidade
Dom da impassibilidade
Dom da integridade etc.
Assim, como se pode, teologicamente, concluir, todos
os seres inteligentes criados por Deus (Anjos, homens etc. ), teriam que serem
provados, em virtude do livre arbítrio, para que dessem a prova concreta de sua
fidelidade ao Criador.
João C. Porto.