segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Espírito Santo


       Aprofundando a Boa Nova do Senhor Jesus Cristo
 
                                PJ Nº 03
 
                        O Espírito Santo
 
O Espírito Santo é a terceira pessoa da SS. Trindade. Ele é o Espírito criador, o Pai dos pobres, a luz dos corações, o Espírito consolador de nossa alma.
Se falarmos do amor, o próprio Espírito Santo é o amor do Pai e do Filho, o amor de Deus que habita nossos corações para a santificação da alma dos filhos e filhas de Deus.
Assim, para amarmos a Deus, a nós mesmo e ao próximo, Deus nos deu o seu próprio Espírito, que nos ensina a amá-lo de todo o nosso espírito, de toda a nossa alma, de todo o nosso coração e com todas as forças do nosso ser mais íntimo e profundo.
Por isso, a Igreja atribui ao Pai à ação criadora do céu, da terra e de tudo o que neles há.
“No princípio Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1).
“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26).
“Faça-se” e tudo foi feito!...
Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” (Gn 1,28)
Do mesmo modo, devemos atribuir ao Filho, o Verbo de Deus nos céus e na terra (Eclo 1,5), a fonte da sabedoria pela qual tudo foi criado, salvo, regenerado, renovado e santificado pelo Espírito Santo (Tt 3,5), conforme o poder e vontade do Pai Eterno, em seus desígnios de amor e prosperidade. (Jr 29,11).
“Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada foi feito” (Jo 1,3).
“Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1,16b).
E, finalmente, ao Espírito Santo, devemos atribuir à ação realizadora de Deus, mediante a qual, o Pai e o Filho criam tudo, fazem tudo e renovam todas as coisas.
“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2).
“O Espírito de Deus me fez e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida” (Jó 33,4).
“Há diversidade de dons, mas um só espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (I Cor 12,4-6).
No paraíso de delícias, nossos primeiros pais (Adão e Eva) desfrutavam dos dons preternaturais. Citamos os mais importantes:
- Dom da imortalidade: O homem foi criado para a imortalidade
“Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez a imagem de sua própria natureza” (Sb 2,23).
“Deus lhes deu este preceito: “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente.” (Gn 2,16-17)
- Dom da impassibilidade: o homem não foi criado para o sofrimento e a dor.
“Deus disse à mulher: Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores... (Gn 3,16)
Deus disse ao homem: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar” (Gn 3,19)
- Dom da integridade: No paraíso, o homem era imune ao pecado.
“Não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente” (Gn 2,17).
Com o pecado de nossos primeiros pais (Adão e Eva), perdemos a graça de Deus e, conseguintemente, o Espírito de Deus deixou de habitar no coração do homem. (Gn 6,3).
Entretanto, Deus não deixou de nos amar. Seu amor pelo homem permaneceu “eterno e de afeição constante (Jr 31,3); isto é, Deus não afastou do homem a sua misericórdia. (Is 54,10).
“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti” (Is 43,4).
“Pede-me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo” (Sl 2,8)
“Todos aqueles que invocam o meu nome, eu os criei, os formei e os fiz para minha glória” (Is 43,7 – Vulgata).
João C. Porto

domingo, 16 de outubro de 2011

O Espírito Santo

 
 
 Aprofundando a Boa Nova do Senhor Jesus Cristo
                               PJ Nº 04
 
                        O Espírito Santo
Mas quando chegou o tempo da plenitude, Deus enviou o seu Filho, nascido da mulher, nascido sob a lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: “Aba, Pai!” (Gl 4,4-6).
Como conseqüência do amor e bondade infinitos de Deus para com a humanidade inteira, todos recebemos, gratuitamente, a salvação, a ressurreição e o Pentecostes da Igreja, que habita em nossos corações, após a ascensão glorioso de nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso, é que o Senhor Jesus, antes de subir aos céus, disse aos seus apóstolos:
- “João vos batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias” (At. 1,5).
- “mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e me sereis testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, na Samaria e até as extremidades da terra” (At. 1,8).
Assim, com o Pentecostes da Igreja, inicialmente sobre a Imaculada e sempre Virgem Maria, Mãe do Senhor Jesus Cristo, Mãe de Deus, Mãe dos apóstolos do Senhor, Mãe da Igreja e Mãe de todos os batizados em Cristo, os quais estão revestidos de Cristo (Gl 3,27), acabara de se cumprir as promessas relativamente ao “Prometido de meu Pai” (Luc 24.49), que todos, começando pela Igreja reunida no Cenáculo e, finalmente, por todo aquele que crê e for batizado (Mc 16,16), receberam e ainda hoje recebem.
“Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus” (Ef 2,8).
Principais promessas: Jr 31,33-34; Ez 36,23-28; Jo 14,15-16; At. 1,5 etc.
Desse modo, pelo batismo do Espírito Santo, recebemos:
a) A graça de Deus
“Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei nos foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1,16-17)
b) A verdade
“Jesus lhe respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14,6)
c) O Espírito Santo
“Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo” (Mt 3,11).
Por isso é que S. Paulo nos ensina que somos templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em nós. (I Cor 3,16). Ele acrescenta, ainda, que o nosso próprio corpo é templo do Espírito Santo, pelo que fomos comprados por um alto preço. (I Cor 6,19-20)
Assim, por Jesus Cristo, nosso único salvador e Senhor, recebemos, de volta aos nossos corações, tudo quanto nossos primeiros pais perderam no paraíso.
Então, pelo nosso batismo no Espírito Santo, mergulhando nas águas mais profundas, recebemos:
a) Os dons infusos; isto é, os dons pelos quais somente o Espírito pode movê-los em nossos corações para nos santificar. Dons específicos de sua obra pessoal para a santificação dos filhos e filhas de Deus, em todas as faculdades espirituais do nosso espírito: Inteligência, vontade, memória, imaginação e afetividades.
- Sabedoria e Entendimento
- Conselho e Fortaleza
- Ciência e Piedade
- Temor de Deus (Is 11,2)
Virtudes, que aprofunda em nós através de sua obra santificadora, acima, citada:
- Virtudes teologais: fé, esperança e caridade (I Cor 13,13)
- Virtudes morais e/ou cardeais: temperança, prudência, justiça e fortaleza. (Sb 8,7)
b) Dons efusos ou carismáticos, ou simplesmente carismas (dons de serviços). Pelo exercício desses dons nós nos santificamos a nós mesmos. (I Cor 12,8-10)
- Dom da linguagem da sabedoria
- Dom da linguagem da ciência
- Dom da fé
- Dom das curas
- Dom dos milagres
- Dom da profecia
- Dom do discernimento dos espíritos
- Dom da variedade de línguas estranhas
- Dom da interpretação das línguas
c) Frutos do Espírito Santo (Gl 5,22-23)
        João C. Porto

sábado, 15 de outubro de 2011

Espirito Santo e seus Dons

Aprofundando a Boa Nova do

Senhor Jesus Cristo

PJ 05

Espírito Santo e seus dons

No Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre as nossas almas para enchê-las com sua luz, aquecê-las com seu fogo e revesti-las com sua unção amorosa. Desejamos que em nosso Pentecostes pessoal, o Espírito Santo nos encha com sua luz e com o seu amor.

Para os filhos e filhas de Deus é importante invocar constantemente, sem cessar, o Espírito Santo, como o faz sempre a Santa Igreja do Senhor.

- Vinde, Espírito Santo!

- Vinde, Espírito Criador!

- Vinde, Pai dos pobres!

- Vinde, Luz dos corações!

- Vinde, consolador das nossas almas!

Ora, se o chamamos é porque o desejamos; e se o desejamos é porque o amamos. Entretanto, para amá-lo faz-se mister conhecê-lo.

“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo 4,8).

São Paulo nos afirma que Deus, além de ser o único que possui a imortalidade, habita em luz inacessível (I Tm 1,16). Todavia, “se essa luz é inacessível às nossas forças, é acessível aos dons que recebemos de Deus”, através do Espírito Santo que nos foi dado e habita em nossos corações; pois, somos templos vivos de Deus. (I Cor 3,16)

- Que nos diz Dom Luiz M. Martinez?

“Com a luz da fé, com os olhos iluminados do nosso coração, podemos penetrar as sombras do mistério e contemplar, atônitos, as maravilhas de Deus”.

Não é verdade que no dia do nosso batismo recebemos este mundo sobrenatural que todo o cristão traz, integralmente, na alma?

- A graça que é uma participação nossa da natureza de Deus. (I Pd 1,13-15).

- As virtudes teologais que nos põem em contacto imediato com o divino. (I Cor 13,13).

- As virtudes morais que servem para orientar e ordenar toda a vida (Sb 8,7).

- Os dons do Espírito Santo, receptáculos misteriosos e divinos para captar as suas inspirações e moções amorosas em nossos corações.

- A unção da graça que se caracteriza como a Verdade Eterna, a Fidelidade Suprema e a Bondade Infinita que estará sempre em nosso ser como o frescor da brisa orvalhada da hipóstase do Senhor Jesus em nós, pela qual formamos na liberdade do amor (II Cor 3,17) e na sua união hipostática, um só espírito com Ele (I Cor 6,17).

Assim nos ensina Dom Luiz M. Martinez:

“Enquanto possuímos a graça, possuímos também os dons; não é algo passageiro, é algo estável, algo que trazemos em nosso coração constantemente; a graça não pode existir sem os Dons e num coração não podem existir a graça e os dons sem que esteja ali também o Espírito Santo, que é o diretor divino da nossa vida espiritual.”

Assim, “Os dons do Espírito Santo não são necessários somente para as grandes obras dos santos; também em nossa vida cotidiana, muitas vezes agimos sob o influxo dos Dons do Espírito Santo”.

São Tomás de Aquino, cuja autoridade é indiscutível na Igreja, ensina-nos que para alcançar a salvação de nossa alma são indispensáveis os Dons do Espírito Santo; sem eles não poderemos realizar a obra da nossa santificação.

“Ninguém pode chegar à herança daquela terra dos bem-aventurados, se não for movido e guiado pelo Espírito Santo” (Sato. Tomás de Aquino).

“Tanto as virtudes, quanto os dons são preciosas sementes que têm necessidade de serem cultivadas. Assim, nosso trabalho, nosso esforço de cristãos consiste em ir cultivando com cuidado especial estes germes preciosos que Deus depositou em nossa alma”.

Assim nos fala S. Paulo: “Vigiai, pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios que aproveitam ciosamente o tempo, pois os dias são maus. Não sejais imprudentes, mas procurai compreender qual seja a vontade de Deus. Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor. Rendei graças, sem cessar e por todas as coisas, a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5,15-20).

“Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal” (I Ts 5,19-22).

“Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da vossa Redenção” (Ef 4,30).

Como desenvolver em nós os dons do Espírito Santo?

Que podemos e devemos fazer para que estes instrumentos preciosos, finíssimos, divinos, que o Espírito Santo emprega para nossa santificação, alcancem em nós seu desenvolvimento completo?

Conforme nos ensina Dom Luiz M. Martinez são três coisas.

- A primeira, conforme nos ensina o Santo doutor, é desenvolver em nossos corações a caridade, porque a raiz de todos os dons é a caridade.

“Quando se ama, mesmo com o amor terreno, têm-se intuições para descobrir os pensamentos e os desejos da pessoa amada que não podem ser substituídas por nenhuma ciência”.

Desse modo, na mesma proporção em que a caridade aumenta, aumentam também e se desenvolvem os Dons do Espírito Santo em nossos corações.

A segunda coisa consiste em desenvolver em nós as virtudes; pois, as virtudes estão a nossa disposição. São elas as ferramentas do nosso trabalho espiritual.

“Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).

“A terceira coisa que podemos fazer para que se desenvolvam em nós os Dons do Espírito Santo, consiste em sermos dóceis às suas inspirações”.

Diz-nos, finalmente, Dom Luiz M. Martinez: “Como é triste que, tendo em nossas almas estes preciosos instrumentos do Espírito Santo, por nosso pouco cuidado não ouçamos a sua voz deliciosa, as suas santas inspirações!”

João C. Porto

Os Sentidos da Palavra de Deus

Aprofundando a Boa nova do Senhor
Jesus Cristo

PJ Nº 02

Os Sentidos da Palavra de Deus

Aprofundar, no sentido espiritual da palavra de Deus, que nos conduz à vida no Senhor Jesus, entre irmãos, na Igreja e no mundo em que vivemos, é lançarmos as redes sobre as águas mais profundas!...Intelegere: ler por dentro da verdade revelada nas Escrituras Sagradas. Compreender para conhecermos o teor da verdade integral (Jo 16,13) como realmente ela deve ser interiormente, vivida.

Conhecer para amarmos a Deus, a nós mesmo e ao próximo, de todo o espírito, de toda a alma e de todo o coração e, finalmente, amar para vivermos sob o temor de Deus, deixando-nos ser conduzidos sob a direção amorosa do Espírito Santo, a fim de que alcancemos a estatura de homem feito, segundo a maturidade da idade de Cristo. (Ef 4,13)

Os sentidos da Escritura Sagrada, segundo o Catecismo da Igreja, são dois:

a) O sentido literal

b) O sentido espiritual

Sendo que o sentido espiritual sobdivide-se em três, perfazendo, assim, cinco sentidos:
Sentido literal: É o sentido significado pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese que segue as regras da correta interpretação. “Omnes sensus fundantur super litteralem – Todos os sentidos (da Sagrada Escritura) devem estar fundados no literal”.

1. Sentido espiritual. Graças à unidade dos desígnios de Deus, não somente o texto da Escritura, mas também as realidades e os acontecimentos de que ele fala, podem ser sinais.

2. O sentido alegórico. Podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos acontecimentos, reconhecendo a significação deles em Cristo; assim, a travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também do Batismo.

3 0 sentido moral. Os acontecimentos relatados na Escritura podem conduzir-nos a um justo agir. Eles foram escritos “para a nossa instrução” (I Cor 10,11).

4. O sentido anagógico. Podemos ver realidades e acontecimentos na sua significação eterna, conduzindo-nos (em grego: “anagoge”) para a nossa Pátria. Assim, a Igreja na terra é sinal da Jerusalém celeste.

Obs.: A letra ensina o que aconteceu; a alegoria, o que devemos crer; a moral, o que devemos fazer; a anagogia, para onde devemos caminhar.

O Espírito Santo é perene em nós

É-nos necessário que o Espírito Santo esteja presente, eternamente, em nossos corações; pois, além de sermos templos de Deus, onde habita o Espírito de Deus, nosso corpo é templo do Espírito Santo. (I Cor 3,16; 6,19-20).

Amor a Jesus Cristo

O importante é que amemos a Jesus, nosso único Senhor e Salvador, que conheçamos o seu amor que excede toda a ciência, para que estejamos cheios da plenitude de Deus. (Ef 3,19)

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco” (Jo 14,15-16).

“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,26).

Respondeu-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e faremos (nele) nossa morada” (Jo 14,23)

Unidade na Igreja

“Exorto-vos, pois – prisioneiro que sou pela causa do Senhor – que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade. Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos (Ef 4,1-6).

Diversidade de funções

“Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo, pelo que diz: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens (Sl 67,19). Ora, que quer dizer ele subiu, senão que antes havia descido a esta terra? Aquele que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.

A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo (Cristo total), até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo. “É por ele que todo o corpo – coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria – efetua esse crescimento, visando à sua plena edificação na caridade” (Ef 4,7-16).

Premente exortação. O apóstolo prediz a morte

“Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério. (II 4,1-5). Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.” (II Tm 4,1-8).

João C. Porto

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Perfeições de Deus


Aprofundando a da Boa Nova do

Senhor Jesus Cristo


PJ 01


As Perfeições de Deus


Conforme o Catecismo Romano, Deus é um Espírito perfeitíssimo e eterno, Criador do Céu e da terra e de tudo o que neles há.


Pelo que se lê na Bíblia Sagrada, poderemos afirmar com plena convicção: Deus é perfeitíssimo!... Porém, os estudiosos da palavra de Deus, registram “As Perfeições mais significativas do Ser”; isto é, os atributos metafísicos que constituem a essência Divina do Deus único e Todo-poderoso Senhor Javé: Deus de Abraão, de Isaac e Jacó; Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, nosso Pai. Ele, único que possui a imortalidade e habita em luz inacessível, a quem nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno! Amém. (I Tm 6,16).


São cinco as perfeições mais significativas de Deus.


01. Unicidade: qualidade do que é único.


“Tu foste testemunha de tudo isso para que reconheças que o Senhor é Deus, e que não há outro fora dele” (Dt 4,35).


“Sabe, pois, agora, e grava em teu coração que o Senhor é Deus, e que não há outro em cima no céu, nem em baixo na terra” (Dt 4,39).


“Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6,4).


“Eu sou o Senhor, sem rival, não existe outro Deus além de mim” (Is 45,5a)


“Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus foi formado antes de mim, e não haverá outro depois de mim” (Is 43,10).


02. Simplicidade: qualidade do que é simples, isto é, sem composição.


“Do meio do fogo o Senhor falou, ouvistes o som de suas palavras, mas não víeis, no entanto, nenhuma forma” (Dt 4,12).


“O egípcio é homem e não deus, seus cavalos são carne e não espírito” (Is 31,3a)


“Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?” (Jo 4,29).


03. Ubiqüidade: qualidade de quem está ao mesmo tempo em todo o lugar.


“Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo. E ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda a voz” (Sb 1,7).


“Poderá um homem se ocultar de tal forma que eu não o veja? – Oráculo do Senhor. Porventura não enche minha presença o céu e a terra? – Oráculo do Senhor” (Jr 23,24).


04. Eternidade: qualidade do que é eterno (incriado)


“Abraão plantou um tamariz em Bersabéia e invocou ali o nome do Senhor, Deus da eternidade” (Gn 21,33).


“O Senhor reinará eternamente e além da eternidade” (Ex 15,18 – Vulgata).


“Levanto para o céu a minha mão e digo: tão certo como eu vivo eternamente” (Dt 32,40).


05. Imutabilidade: qualidade de quem é veraz, não muda.


“Deus não é homem para mentir, nem alguém para se arrepender. Alguma vez prometeu sem cumprir? Por acaso falou e não executou?” (Nm 23,19)


“Porque eu sou o Senhor e não mudo; e vós, ó filhos de Jacó, não sois ainda um povo extinto” (Ml 3,6)


“Toda dádiva boa e dom perfeito vem de cima: descende do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1,17)


- x -


Onipotente: Que pode tudo. Todo-poderoso, um dos atributos divinos de Deus. El Shadday.


Onisciente: que possui onisciência, que sabe tudo.


Onisciência: ciência universal absoluta; o saber de Deus (um dos atributos de Deus).


Onipresente: único que está presente de modo universal, em todo o lugar (Pr 15,3).


ONI significa “em tudo”.

“Oni”, do latim, significa “em tudo”.

João C. Porto

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mansão dos Mortos


MANSÃO DOS MORTOS

A mansão dos mortos compreende ao estado e/ou lugar onde os mortos, em virtude ao estado de vida sobre a terra, poderão ser destinados, após a morte do seu corpo físico, conforme sua condição psíquica espiritual; estado de conversão e vida diante de Deus, Criador e ordenador das coisas santas.

Pela morte física somos libertados deste mundo, isto é, da terra. O corpo físico desce à tumba, enquanto o corpo espiritual (espírito e alma) é destinado, imediatamente, ao julgamento do justo Juiz, Deus. Então, poderemos ir para:

a) O paraíso
b) O purgatório
c) O inferno

Hb 9,27-28:- Como está destinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo, assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não, porém, em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam.

Não é verdade que já houve a primeira ressurreição?

Mt 27,52:- Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram.

Com certeza, esses que, com a ressurreição do Senhor Jesus, ressuscitaram, foram os justos da Antiga Aliança; isto é, desde Adão até João Batista e nosso Salvador Jesus Cristo.

Ef 4,8:- Pelo que diz: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens. (Sl 67,19).

Pelo que devemos refletir:

Rm 10,7:- ou: “Quem descerá ao abismo? Isto é, para fazer voltar Cristo dentre os mortos”.

Então devemos comparar como seqüencia: Os 13,14 e Sl 15,10, conforme abaixo citados:

Os 13,14:- Eu o libertaria do poder da região dos mortos: isentá-lo-ia da morte?

Sl 15,10:- Porque vós não abandonareis minha alma na habitação dos mortos, nem permitireis que o vosso santo conheça a corrupção.

Ora, na antiga aliança a mansão dos mortos se configurara em:

a) Seio de Abraão ou Limbo dos Patriarcas
b) Purgatório
c) Inferno.

Os que estavam no Seio de Abraão foram os qeu ressuscitaram na primeira ressurreição, que corresponde ao instante em que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mt 27,52).

A segunda ressurreição e, conseguintemente, a última, do último dia, corresponderá aos mortos da Antiga Aliança (os que não ressuscitaram na ressurreição do Senhor Jesus) e bem assim todos da Nova Aliança. Entendamos, então, todos os que estão no paraíso com Jesus, estão plenificados no amor do Pai e do Filho; isto é, libertos, salvos, herdeiros universais da herança dos santos.

Vinda do Senhor

A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite. Quando os homens disserem: “Paz e segurança!”, então repentinamente lhes sobrevirá à destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão.
Mas vós, irmãos, não estais em trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais. Mas vigiemos e sejamos sóbrios. Porque os que dormem, dormem de noite; e os que se embriagam, embriagam-se de noite. Nós, ao contrário, que somos do dia, sejamos sóbrios. Tomemos por couraça a fé e a caridade, e por capacete a esperança da salvação. Porquanto não nos destinou Deus para a ira, mas para alcançar a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo. Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer estando de vigília, quer de sono, vivamos em união com ele. Assim, pois, consolai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já o fazeis. (I Ts 5,1-11).

Nossa ressurreição

Irmão, não quero que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. (I Ts 4,13-18).

João C. Porto

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Profeta


O Profeta

O apóstolo Paulo afirma aos coríntios: “Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (I Cor 12,4-6). “A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum” (I Cor 12,7). Em outras palavras, S. Paulo nos diz que é o Espírito Santo que distribui os dons a cada um, na Igreja, conforme lhe apraz. Assim, também, o Senhor Jesus Cristo é quem escolhe, chama e envia aos respectivos ministérios, os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e doutores (Ef 4,11) e, em tudo isso, é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

Ora, no conjunto de toda essa obra, diz-se na Igreja: “Profeta é todo aquele que proclama a palavra de Deus”. Entretanto, profeta mesmo é todo aquele que, vivendo num só espírito com o Senhor (I Cor 6,17) é escolhido e enviado por Jesus ao exercício da profecia para anunciar o que ouvir Deus falar ao seu coração. É por isso que o Senhor Jesus nos diz: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). Profeta é, certamente, todo aquele que, possuindo o múnus sacerdotal de Cristo, guarda em seu coração a doutrina do Senhor, e que, por isso, sob a ação do Espírito Santo, a doutrina do amor de Deus transborda de seus lábios (Pr 22,17-18).

Vejamos isto: “Vou fazer de ti a luz das nações, para propagar minha salvação até os confins da terra” (At. 13,47; Is 49,6). E mais: o profeta não diz nada de si mesmo, mas o que o Senhor falar aos ouvidos do seu coração. Por isso é que o Senhor Jesus, verdadeiro profeta das nações (Gn 12,3b; Is 49,6), ensina-nos a ser profeta, na forma em que nos fala no Evangelho de S. João: “O que eu vos digo, digo-o segundo me falou o Pai” (Jo 12,50).

É, pois, necessário que aprendamos de Deus (I Cor 2,11b-13; II Cor 3,5-6) o que ele nos ensina, o que nos capacita e o que fala aos nossos ouvidos interiores e nos diz: “Proclamai exatamente como a voz do meu coração ao vosso coração, conforme acabais de ouvir; isto é, sem acréscimo e nem decréscimo (Dt 4,2), porque quem vos fala ao coração é o único Senhor, que habita o céu e em vós. (Is 45,15; Jo 14,23; I Cor 3,16).

Ora, o profeta proclama, exatamente, o que ouve Deus falar em seu coração (Mt 10,20; Luc 12,12), para que transborde de seus lábios, pelo múnus do Sacerdote Eterno, Jesus Cristo, a verdadeira missão sacerdotal, a qual não pode resumir-se aos confessionários, nem tampouco as homilias da Santa Missa, máxime, momentos abundantes da glória de Deus aos corações. Certamente que muito mais!... Quantas famílias das diversas paróquias esperam avidamente por um visita espontânea de um sacerdote de sua paróquia, para ouvir de seus lábios a verdadeira doutrina do Evangelho de Cristo; para ouvir falar da Virgem Maria, como Mãe da Igreja e nossa também! Para receber do seu coração e de suas mãos uma cura, uma libertação, um aconselhamento e a bênção do seu coração, como bênção do Deus Todo-poderoso, Senhor Javé, Deus de Israel, Deus de Abraão, de Isaac e Jacó.

Hoje, já aos meus oitenta anos, sinto saudades de muitas coisas santas e sublimes!... Quanta vez, nos bairros pobres de minha cidade natal encontrava um sacerdote caminhando a pé, em visita aos lares do povo mais pobre. Prazerosamente me aproximava dele para dizer-lhe: A bênção Padre! Ao que ele, retirando o chapéu de sua cabeça, dizia: “Deus te abençoe meu filho!” Outro momento que me lembro agora, quando eu e Zuleica, minha esposa, visitava as famílias participantes dos Círculos Bíblicos, dos quais tínhamos a coordenação. Havia uma em especial, Dona Alzira, que reunia toda a família presente diante de nós, para ouvir a doutrina da palavra de Deus. Ela os reunia não apenas por nossa presença, mas, sobretudo, pela excelência do que poderiam ouvir de nossos lábios, vindo do coração do Senhor aos nossos pobres corações.

Amigos e irmãos da fé de Jesus Cristo, essa é a “cara” da missão verdadeira e da família que vive no temor do Senhor!...

João C. Porto