sexta-feira, 14 de maio de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Comunhão dos Santos

A comunhão dos santos caracteriza-se pela comunicação e participação dos bens espirituais; o que significa dizer que os filhos e filhas de Deus usufruem de todas as dádivas do amor do Pai e do Filho, comunicadas pelo Espírito Santo a todos os que estão unidos ao Senhor, num só espírito com ele. (I Cor 6,17)

“Associo-me a todos os que te temem e guardam os teus mandamentos” (Sl 118,63)

São filhos e filhas de Deus todos os que, vivendo da fé que opera pela caridade (Gl 5,6b), são movidos e guiados pelo Espírito Santo, e, por isso, desfrutam abundantemente, dos bens espirituais e materiais comuns ao três níveis da Santa Igreja, porque o Senhor os conhece, e, estes, tudo pedem conforme a vontade do Todo-poderoso.

“Esta é a confiança que temos nele: que qualquer coisa que lhe pedirmos, conforme à sua vontade, ele nos ouve. Sabemos que nos ouve em tudo quanto lhe pedirmos; sabemo-lo, porque temos já recebido o efeito das petições que lhe fizemos”. ((I Jo 5,14-15)

Ora, o temor de Deus é amor a Deus. É o amor que nasce nos corações a partir do conhecimento da verdade. (I Jo 4,8) Não sabemos que Deus é a verdade eterna? Quem o conhece está sob a sabedoria divina e a vive na prática de todos os dias, porque o Espírito Santo lhe ensina e a faz transbordar do coração e dos lábios de seus amados filhos e filhas (Pr 22,18)

“O temor do Senhor é fonte de vida, que nos preserva dos laços da morte.” (Pr 14,27)

Podemos até dizer que estes, que já vivem no meio da grande tribulação, mas, que têm suas vestes lavadas e alvejadas no sangue do cordeiro (Ap 7,14), de certa forma, por vontade do Senhor, vivem como se estivessem no Éden e, por isso, alimentam-se do fruto da árvore da vida e participam de suas delícias e de todas as graças que, o Senhor, desde toda a eternidade já havia designado como bens e alegria de todos eles.

Vejamos como o Senhor Jesus orou ao Pai, por todos nós.

“Eu não rogo somente por eles, mas também por aqueles que hão de crer em mim por meio da sua palavra; para que sejam todos um, com tu, Pai, o és em mim, e eu em ti, para que também eles sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17,20-21)

Ora, nós que, ciosamente, procuramos desfrutar dos bens, frutos da herança daquela terra dos bem-aventurados, certamente, aferramo-nos à prática da palavra de Deus, a fim de que, revestidos da sua sabedoria, deliciemo-nos do amor preferencial por Deus, como o tudo que dele procede, afastando-nos, definitivamente, do pecado e de seus laços mortais.

“Escondi no meu coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (Sl 118,11)

A unidade dessa comunhão tem como princípio e exercício de oração e vida, o amor de caridade que o Espírito Santo derrama abundantemente nos corações dos filhos e filhas de Deus, a partir do que vivem, experimentaram e viveram pela comunicação de um só espírito com o Senhor e entre irmãos, nos três níveis (fases) da santa Igreja.

“Jerusalém que está edificada como uma cidade, cujas partes estão em perfeita e mútua união” (Sl 121,3 – Vulgata)

Estas partes a que o Salmista se refere, como estando em perfeita e mútua união, são, sem dúvida, as Igrejas triunfante, militante e padecente.

A Igreja Triunfante é constituída por todos aqueles que já se encontram no paraíso com o Senhor Jesus Cristo.

“Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu reino ! Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23,43)

“Vós, porém, aproximastes-vos do monte de Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste e da multidão de muitos milhares de anjos, da Igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, de Deus, juiz de todos, dos espíritos dos justos perfeitos, de Jesus, mediador da nova aliança e da aspersão daquele sangue que fala melhor que o de Abel”. (Hb 12,22-24)

O sangue do Senhor Jesus, diferentemente do sangue de Abel, tem o poder de purificar nossos pecados. Por isso, nós nos unimos a este sangue que é suficiente para nos transferir das trevas para a luz, e do poder de satanás para a vida eterna nos céus.

“Transportou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, que descia do céu de junto de Deus.” (Ap 21,10) A Igreja militante somos todos nós que ainda caminhamos sobre a terra, fortalecidos pela fé, a esperança e a caridade do Senhor Jesus, movidos e guiados pelo Espírito Santo, a partir dos corações que, na intimidade, escutam a voz do Senhor e, por isso o conhecem e vivem segundo sua vontade.

“Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pela caridade do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus” (Rm 15,30)

A Igreja padecente é aquela composta por todos os que se encontram no purgatório, cumprindo as penas dos pecados e dos sentidos, mas que necessitam, como nós, da misericórdia divina, principalmente as mais necessitadas de nossas orações.

“Santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos. Eis por que ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres dos seus pecados.” (II Mac 12,46)

Quais são os bens espirituais, partilhados na comunhão dos santos?

São todos os bens que fazem parte do tesouro da Santa Igreja do Senhor, nos céus e na terra.

a) Os méritos infinitos do Senhor Jesus.

“cheios de frutos de justiça por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.” (Fl 1,11)

b) Méritos superabundantes de Maria Santíssima e dos santos.

“O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus” (Lc 1,30)

“Sede contentes e agradecidos ao Pai, que vos fez dignos de participar da herança dos santos na luz.” (Col 1,12)

c) Frutos da Missa e dos Sacramentos.

“As mandrágoras espalham o cheiro. Nós temos às nossas portas toda a qualidade de frutos; eu guardei para ti, amado meu, os novos e os velhos.” (Ct 7,13)

d) Orações e boas obras.

“A beneficência é agradável a todos os vivos, e não impeças que ela se estenda aos mortos.” (Eclo 7,37)

“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes salvos, porque a oração fervorosa do justo pode muito.” (Tg 5,16)

“Orai por nós, pois temos confiança de ter boa consciência, desejando portar-nos bem em tudo.” (Hb 13,18)

“Põe o teu pão e o teu vinho sobre a sepultura do justo, e não comas e nem beba com os pecadores,” (Tb 4,18)

Resumo do estudo

Antigo Testamento:

“Sou amigo de todos os que vos temem e dos que seguem vossos preceitos.” (Sl 118,63)

Novo Testamento:

“Isso que vimos e ouvimos, vo-lo anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco, e para que a nossa comunhão seja com o Pai e com o Filho Jesus Cristo.” (I Jo 1,3)

“Assim num só corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim (ainda que) muitos, somos um só corpo em Cristo, e cada um de nós membros uns dos outros. Mas temos dons diferentes, segundo a graça que nos foi dada; quem tem o dom da profecia, use-o segundo a regra da fé; quem tem o ministério, exerça o ministério; quem tem o dom de ensinar, ensine; quem tem o Dom de exortar, exorte; o que reparte, faça-o com simplicidade; o que preside, seja solícito; o que faz obras de misericórdia, faça-as com alegria.” (Rm 12,4-8)

É a participação dos fiéis no banquete eucarístico (Ap 3,20), presença real do corpo e do sangue de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 6,54), dos quais os filhos e filhas de Deus se alimentam (Mt 26,26) “Concorpóreo e consangüíneo”, isto é, com o pão real, divino (Jo 6,35), que os transforma em corpo de vida eterna.

João C. Porto

sábado, 1 de maio de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Deus é Luz!

“Deus é luz e nele não há treva alguma” (I Jo 1,5) Isto significa dizer que os céus, a terra, o universo e tudo quanto o Senhor criou estão sob a luz de Deus; isto é, o Senhor está presente, e seus olhos observam os maus e os bons. (Pr 15,3)
Aqui na terra onde moramos por algum tempo, estamos acostumados com a luz do dia e as trevas da noite; embora coloquemos luzes artificiais para dirimir a escuridão noturna.
Mas, em se tratando de sermos salvos do pecado (Mt 1,21), Deus é luz e satanás é treva. Por isso, o Senhor Jesus nos diz: “Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as próprias trevas” (Mt 6,23b).
Como vemos, na nossa vida, para andarmos na luz como Deus é luz, teremos que ter comunhão recíproca uns com os outros, sob o clarão da glória do Senhor; e nesse caso, o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purificar-nos-á de todo o pecado.
O Senhor Jesus veio ao mundo como uma luz, para que todo aquele que nele crê não permaneça nas trevas (Jo 12,46), mas tenha a luz da vida (Jo 8,12b).
Assim, não nos adianta vivermos nas trevas ou na penumbra do pecado, nem só na luz do amanhecer, nem só na luz do meio dia e nem tampouco sob a luz aurifulgente do entardecer. O Senhor Jesus, com sua morte na cruz e ressurreição, firmou um propósito de vida eterna para conosco (I Jo 5,11-12), colocando, toda confiança conclusiva de sua missão, nos homens e nas mulheres, quando disse a seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). Com isto, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, infundiu e efundiu na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica (Concílio de Calcedônia = 451), consequentemente, nos corações de todos os batizados – revestidos de Cristo (Gl 3,27) – a luz inacessível onde Deus habita, a Trindade Santíssima; a fim de que, sua luz, que está nos corações de sues filhos e filhas, brilhe intensamente até às extremidades da terra (At 1,8), para que vejam suas boas obras e glorifiquem a Deus que está no céu. (Mt 5,16).
Por isso, o Senhor Jesus, do meu coração de pobre, recordou-me estes dois versículos, para o encerramento deste momento: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23); “Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique, eternamente, convosco” (Jo 14,15-16)

João C. Porto

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Ação Pastoral

Pastoral ou ação pastoral é, na verdade, a atividade do sacerdote ou pastor, na Igreja; compreendendo-se pelo exercício do anúncio da palavra de Deus, o Evangelho da salvação, na Santa Missa e, sobretudo, no meio do povo de Deus e a favor desse mesmo povo.
Entendo que o Bispo de cada diocese, sob o orar sem cessar, exercita-se em oração de profunda intimidade com Deus, a fim de se inserir no contexto da vontade do Senhor Jesus Cristo, para que possa expedir suas cartas pastorais a todos os párocos das igrejas de sua área diocesana, conforme as exigências necessárias á santificação de todos os católicos:
“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensam os que o procuram” (Hb 11,6). “Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor” (Hb 12,14). “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”! (Mt 5,10).
Assim posto, todos os leigos que têm missão pastoral na Igreja, nas comunidades da Igreja, nos movimentos da Igreja e nos grupos de oração da Renovação Carismática Católica, necessitam de possuir vida de unidade de um só espírito com o Senhor Jesus (I Cor 6,17); de ser, como filhos(as) de Deus, conduzidos pelo Espírito Santo (R 8,14.16), e, de maneira muito especial, de ter, harmonicamente e conjuntamente, com o coração do Senhor Jesus, ao coração do Bispo e ao coração do Pároco, um coração engraçado e cheio da plenitude de Deus, conforme S. Paulo escreveu em II Cor 3,1-3: “Recomeçamos a fazer nosso próprio elogio? Temos, acaso, como alguns, necessidade de vos apresentar ou receber de vós carta de recomendação? Vós mesmos sois a nossa carta, escritas em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações”.
Irmãos e irmãs, temos de nos conscientizar de que, como nos instrui S. Paulo, somos concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. Na verdade, é nele que formamos o templo santo do Senhor, o edifício de sua habitação.
Então, reflitamos: não é possível que existam núcleos de pastorais e quaisquer outros seguimentos espirituais de evangelização na Igreja do Senhor, com apenas três ou quatro pessoas, realmente, inseridas na comunhão dos santos, que possuem bom ascese devocional, unidos ao Senhor Jesus, que vivem sob a direção amorosa do Espírito Santo.

João C. Porto