quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Fé, Esperança e Caridade

 
                        Boa Nova do Senhor Jesus
                         Fé, Esperança e Caridade

   Estas três virtudes formam a “FEC”, a sigla do coração de todo aquele que crê”: a “Felicidade Eterna do Católico” com Cristo Jesus, na casa do Pai que, para encontra-lo, escondeu-se em nossos corações, o Deus de Israel, o Deus que salva (Is 45,15), a fim de que o encontremos, já que Ele se deixa encontrar, já que Ele está perto; basta que o busquemos de todo o coração (Dt 4,29; Jr 29,13).
   A fé é um dom carismático (I Cor 12,9), mas, também, uma grande virtude (Rm 10,17). É poder de profunda transformação do espírito, da alma e do corpo (Gl 5,6b), como a renovação do nosso espírito e o revestimento do homem novo criado por Deus, em verdadeira justiça e santidade perfeita (Ef 4,23-24), para que sejamos, então, concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus (Ef 2,19-20)
   A esperança é a realidade de nossa espera confiante em Deus; por isso, ela, como nos afirma S. Paulo, não nos engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5); e, por seguinte, a caridade é a virtude de perfeição pela qual o Espírito de Deus imprimiu em nossa alma, como selo de justiça, de misericórdia e de fidelidade suprema, em Cristo Jesus. A caridade é realmente um selo, não só a marca da perfeição divina com a qual o Espírito Santo nos selou (Ef 1,13), mas, sobretudo, uma garantia de vida espiritual sob o temor de Deus, para que sejamos plenamente vigilantes (Ef 5,15-20) e cuidemos ciosamente, inclusive de nós mesmos, para que jamais entristeçamos o Espírito santo de Deus, o selo de nossa redenção (Ef 4,30).
   Pondo os olhos sobre estas coisas, percebo que a fé é o caminho mais próximo de Deus, é como a distância entre dois pontos, a reta perfeita, pois é tão curta quanto se encurtou o íntimo dos corações do Pai e do Filho, que já se encontra no íntimo de nossos pobres e frágeis corações, e só por amor! E botemos amor em tudo isso, porque sendo amor, deu-se-nos por inteiro!... Crês tu, isto? Diga comigo: Senhor, eu creio, mas aumenta minha fé!? (Lc 17,5-6)
  Por outro lado, a esperança que parecia tão desenganadora, a fé a trouxe à visibilidade dos olhos de nossos corações, pelo que já vislumbramos tão próximo a herança daquela terra dos bem-aventurados, a herança dos santos. (Ef 1,18b; Tt 3,7)
   Finalmente, como a mais importante de todas as virtudes, a caridade do amor do Pai e do Filho que, por Cristo Jesus, está profusamente derramada em nossos corações pelo Espírito de Deus que habita em nós (I Cor 3,16; 6,19-20) – o doce hóspede de nossas almas – é ele a luz da graça santificante, unção e participação nossa da natureza divina. É como glória que regenera, restaura e renova todas as coisas (Ap 21,5), transformando-nos em novas criaturas que, pela fé e a esperança transfunda-se em nós Sua bondade infinita, para que sejamos obra do Pai, que opera tudo em todos. (I Cor 12,6)
   Não é verdade que os apóstolos fizeram essa prece diante do Senhor Jesus? Senhor, aumenta nossa fé? (Lc 17,6) Que lhes disse o Senhor? “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: “Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá”. (Lc 17,6)
   Ora, S. Paulo ensina-nos, dizendo: “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11,6).
O Senhor Jesus disse àquele pai aflito que lhe suplicava pelo seu filho doente: “Tudo é possível ao que crê!” (Mc 9,23). Também o salmista, no contexto da esperança, nos afirma: “Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá” (Sl 36,4). “Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele e ele tudo fará” (Sl 36,5).
S. Paulo, ainda, nos exorta: “mas acima de tudo revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14)
   Concluímos do coração, estas três virtudes são bem mais superiores a todos os dons, porque elas são toda a graça, toda a realidade que chega ao nosso coração, toda a unção e toda a fecundidade da vida de todos os dons do Espírito de Deus que, por Jesus Cristo, nosso bondoso Senhor, trazemos em nossos corações, como vasos de barro que realmente o somos. (II Cor 4,7)

João C. Porto

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Missão Pastoral

Jesus Cristo não se atribuiu a si mesmo a glória de ser pontífice, porque esta lhe foi dada por aquele que lhe disse: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Sl 2,7); “Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedec” (Hb 5,6).
Ora, que nos diz o Senhor acerca de sua palavra? “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão” (Is 55,10-11)
Assim, de alguma forma, todos aqueles que receberam o munus pastoral terão que se colocar, com amor, mansidão e humildade, sob o jugo de uma missão que exige de cada um a responsabilidade da fé, da esperança, da vida nova (Ef 4,23-24) e da caridade do amor do Pai e do Filho; isto é, de tudo o que nasce, floresce e frutifica como princípio de vida eterna, objetivos indispensáveis da palavra que sai de Sua boca (Dt 3,8; Mt 4,4), como retorno da caridade divina para conosco.
Não é verdade que em Jesus, todos os batizados estão revestidos de Cristo (Gl 3,27), e já não são eles que vivem, porque é Cristo que vive neles (Gl 2,20)? Ora, o Espírito Santo, que conhece todas as coisas que são de Deus (I Cor 2,11b), dar-nos-á o conhecimento de todas as coisas que nos foram dadas por Deus (I Cor 2,12-13) e colocar-nos-á, no coração e nos lábios, as palavras de sabedoria que devem pronunciar, conforme o momento e a exigência de cada contexto de conversão dos filhos e/ou filhas de Deus. (cf. Mt 10,20; Lc 12,12)
Ora, repetimos muito um chavão verdadeiro: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Que significa isso? Ainda que, de alguma forma, todos se sintam capacitados ao anúncio do Evangelho, todos, sem exceção, necessitam ser capacitados por Deus. É como nos ensina S. Paulo: ‘...não que sejamos capazes por nós mesmos de pensar alguma coisa (sobrenaturalmente boa), como vinda de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos fez idôneos do Novo Testamento, não pela letra (da lei), mas pelo Espírito, porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (II Cor 3,5-6)
O princípio do essencial é sabermos que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus (Rm 8,14.16); pois, aqueles que não se deixam mover nem serem guiados pela direção amorosa do Espírito Santo, infelizmente, ainda não estão capacitados como convém ao exercício das pastorais, das comunidades e dos grupos de oração.
Ora, se não nos deixarmos ser instruídos, ensinados sobre a direção amorosa da graça que nos salva (Ef 2,8) e da unção que nos capacita da verdade sob a visão do olhar divino do Senhor, ainda que falemos de Deus, quem sabe, ainda não falamos com Deus; pois, essa amizade de intimidade é que nos leva a receber no coração, não só a perfeita vontade do Pai, mas toda a verdade que falou ao nosso coração, para que sejamos pastores, verdadeiramente, capacitados a falar ao seu povo, nossos irmãos, o que o Senhor, nosso Deus, nos instruiu como uma ordenação de tudo o que devemos falar, fazer e viver como fruto do que dEle recebemos na intimidade de nosso pequeno coração. A ordem é esta: falar primeiro com Deus, para que saibamos o que nos convém anunciar do Evangelho conforme o que Deus quer, para converter os pecadores, a partir de nós mesmos, como fiéis testemunhas do Senhor Jesus. (At 1,8) É de S. Tomás de Aquino essa jóia: “Ninguém pode chegar à herança daquela terra dos bem-aventurados, se não for movido e guiado pelo Espírito Santo”.

João C. Porto

sábado, 19 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> D e u s

Deus é “Divino Espírito” e “Único Senhor”. Ele é incriado, existe antes da eternidade, durante toda a eternidade, e além da eternidade (Ex. 15,18 – Vulgata).
Gostaria de ter um encontro pessoal com o senhor da eternidade de seu coração? Busque-o intensamente (Is 55,6-11) e o ame até que o coração se rasgue sob a ascese do amor. (Jl 2,12-13)

A sua singeleza mexe no profundo de minha pequenez, e sua singularidade estremece em mim o coração de sua imagem; com a alegria de sua vida, a vida do seu amor, o amor de sua misericórdia e a misericórdia de sua bondade infinita.
Ora, sendo o que somos, pó do pó, vasos de barro (II Cor 4,7), deu-nos o seu Filho feito de “Maria”, para nos salvar de nossos pecados (Mt 1,21), adotou-nos como seus filhos amados, “herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo" (Rm 8,17). Além disso, deu-nos o Espírito de seu Filho, a fim de que o chamemos de Pai, Aba! (Gl 4,6).
De alguma forma, como se tudo isso fosse pouco, diante da bondade misericordiosa do seu amor, constituiu-nos templos de Deus sobre a terra, e infundiu seu próprio Espírito, como doce hóspede de nosso pobre coração (I Cor 3,16). Mas, certamente, em seus desígnios eternos estava escrito, como nos alerta o apóstolo Paulo: “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprado por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (I Cor 6,19-20).
É vero o que está escrito nas Escrituras: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10,13; Jl 5,3).
Ora, o Senhor, nosso Deus, sendo Eterno, a eternidade não o pode conter, sendo Uno, une a si mesmo tudo quanto seus olhos contemplaram da criação, objetos do seu ideal divino, pelo que de sua boca todos escutamos: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
Deus, sendo Simples, nada o pode reter, porque a simplicidade é tudo em si mesma e, porque não se contenha em si mesmo, vai sempre “além do deserto”, ao encontro do ideal Infinito: "a salvação do homem"; sendo Ubíquo, está presente em todo lugar e em tudo; por isso, tudo vê, tudo conhece, tudo pode e tudo ama no seu amor infinito; e, sendo imutável, não há nele mudança alguma, nem qualquer sombra de vicissitude. (Tg 1,17)
Assim, apesar de nossa pequenez, Deus, nosso Deus e único Senhor (Dt 6,4), Jesus Cristo, Unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, convida-nos a que nos aproximemos dele (Hb 4,16), pois, será sempre nele e em seu nome que aprenderemos ser mansos e humildes de coração (Mt 11,28), renovados pela transformação do nosso espírito, revestidos do homem novo (Ef 4,23-24), para que estejamos “vida” na plenitude de sua vontade. (Rm 12,2)
Diante disse, podemos afirmar, hoje: depende unicamente do nosso querer e da plenitude da vontade de Deus em nossos corações, para que, apesar dos sofrimentos, dificuldades, angústias e dores, participemos do esplendor da luz que, em nossos corações, nos transforma, pela fé e esperança que operam pela caridade, em novas criaturas – filhos e filhas amados de Deus - guiados pelo Espírito Santo (Sl 31,8; Rm 8,14) à luz inacessível e à natureza da graça divina que nos fazem vida eterna em Cristo Jesus. (I Jo 5,11-12)

João C. Porto

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Comunidade

Entende-se que o sentido da palavra comunidade, em qualquer nível e objetivos de sua existência, proceda de “comum unidade”, qualquer núcleo familiar ou de pessoas que partilham tudo em comum entre si, com justiça e fraternidade, fidelidade e amor. Pode-se conceituar ainda como comunhão de pessoas unidas sob a égide do amor de Deus ou do amor fraterno de solidariedade humana, com um só espírito, uma só alma e um só coração; isto é, todos partilhando em comum, a fim de desenvolver e alcançar objetivos específicos, tanto na área da vida espiritual do temor de Deus, como sob a visão própria da sociedade humana.
“Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Unidos de coração, freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes juntava outros, que estavam a caminho da salvação”. (At 2,42.44.46-47)
Viver em comunidade, na Igreja do Senhor, a santa Igreja Católica, observando o tempo “hoje”, não pode ser, no que diz respeito aos sentidos da palavra de Deus (alegórico, moral e anagógico) diferente, porque as comunidades cristãs são discernidas à luz da ordenação e sabedoria do Espírito Santo.

“O Espírito Santo vos ensinará, naquele mesmo momento, o que deveis dizer”. (Lc 12,12 = Mt 10,20)

“... as coisas que são de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus”. (I Cor 2,11b)

“Ora nós não recebemos o espírito deste mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos as coisas que por Deus nos foram dadas”. (I Cor 2,12)

Assim, pois, quando as comunidades crescem de fé em fé e, sobretudo, em conversões, curas e libertações, é porque caminham sob a assistência do Espírito Santo e, logicamente, sua prática de vida doutrinária está de acordo com a palavra de Deus, o magistério da santa Igreja Católica (Mt 18,17), isto é, com a vontade de Deus (Ef 5,17), em todos os seus desígnios e, consequentemente, em todas as obras do seu amor, bondoso e misericordioso.
Tomando-se, por outro lado, a palavra comunidade e pondo, no seu centro interior, os olhos e os ouvidos do coração, podemos ver e ouvir outra riqueza da unidade com o Senhor Jesus Cristo: Comunidade = “comum – idade”; que nos faz mergulhar no êxtase espiritual da visão profética de Paulo apóstolo aos efésios: “a união do aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do corpo de Cristo, até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito, segundo a medida da idade completa de Cristo, para que não mais sejamos meninos flutuantes, e levados ao sabor de todo o vento de doutrina”. (Ef 4,12-14)
Assim, todos os filhos e filhas de Deus, todas as famílias e bem assim todas as comunidades, principalmente, as da Renovação Carismática Católica, unidas com as demais do corpo místico de Cristo, que é a Igreja do Senhor, não têm outros objetivos senão alcançar a perfeição, segundo a medida da idade completa de Cristo.
Então, comunidade também significa: “A medida da Idade completa de Cristo”, isto é, “casa de oração para todos os povos” (Is 56,7), edificada por Deus.



João C. Porto

domingo, 13 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Jesus Reinará Eternamente

O questionamento é este: o Filho do Altíssimo viria, no tempo preestabelecido por Deus, reinar sobre a terra, como Homem Deus, independentemente de que tivessem Adão e Eva pecado ou não. Nascido da mesma Virgem de Nazaré, portanto, da mesma Maria e predestinado ab aeterno, a reinar sobre a mesma obra que o Senhor criou “por ele e para ele” (Col 1,16b) , porquanto “todas as coisas subsistem nele”. (Col 1,17)
Quando o Senhor criou todas as coisas, céu e terra e tudo o que neles há, em primeiro lugar, disse: faça-se, e tudo foi feito! Ora, Deus falou de forma impessoal; Ele disse: faça-se e tudo foi feito. Entretanto, para formar o homem, Ele falou de forma diferente: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26); quer dizer, o Senhor falou em nome das três pessoas da SS. Trindade.
Esse modo, diferente ou pessoal, de falar, com relação a criação do homem, denota, da parte do Senhor, um amor de predileção, uma afeição íntima e profunda, que Deus, em seus desígnios, nutre pelo homem, obra-prima de suas mãos. Por isso, colocou no homem a sua imagem e semelhança. Isso, na verdade significa: um espírito do seu Espírito e a santidade de sua Santidade; algo como, de alguma forma, a essência de sua própria essência, alguém de alguém para andar como esse alguém anda, amando como é amado, ouvindo a voz do seu Senhor e permanecendo unido a ele, eternamente, à obra do seu coração.
Assim, podemos conceber, de forma intuitiva e criativa, a maneira especial como o Senhor operou de forma divina e humana, para criar o primeiro Adão. Ele tomou do barro da terra (Gn 2,7) e o tornou flexível com as águas cristalinas do Éden e, então, com suas próprias mãos o modelou. É que Deus já o amava, de tal forma e com tamanha intimidade de coração, que fez questão de transferir para esse ser do barro, tão pequenino e incapaz, todas as qualidades e os diversos aspectos do amor de si próprio, inclusive as marcas digitais de suas próprias mãos.
Não é verdade que, quanto menor nos percebemos, o Senhor nos surpreende com sua grandeza? Quando somos fracos, então, é que somos fortes (II Cor 9,12)
Ora, se somos incapazes de pensar, sobrenaturalmente, alguma coisa que seja boa! Em tudo Deus nos capacita (II Cor 3,5), e tudo o que recebemos vem do céu (Jo 3,27) Assim, até mesmo o jeitinho de andar e de falar, recebemos do Senhor. A única coisa que não nos veio de Deus foi o pecado. Por isso é que o apóstolo João nos ensina, dizendo: “Aquele que diz que está nele, deve andar como ele andou”. (I Jo 2,6)
Ora, sentindo assim, da fonte do alto, estas coisas no coração, percebo que o segundo Adão, Jesus Cristo, teria que vir do mesmo jeito, isto é, modelado por Deus, da mesma argila, com todas as características específicas e com as marcas das digitais das mãos e dos dedos do único Deus santo e verdadeiro que, pelo seu Espírito, modelara o primeiro. Daí porque S. Paulo nos ensina que Ele foi feito da mulher, feito sob a lei, a fim de que remisse aqueles que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos.

“O espírito de Deus me fez, e o sopro do Onipotente me deu vida”. (Jó 33,4)

“Ele é a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. (15)
Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, Dominações, Principados, Potestades: tudo foi criado por ele e para ele. (16)
Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele. (17)
Ele é a cabeça do corpo da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas. (18)
Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude (19) e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus”. (Col 1,15-20)

“Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível”

Na verdade, antes que o primeiro Adão fosse feito por Deus, no paraíso de delícias, o Segundo, Jesus Cristo, existia, não criado, mas gerado antes da eternidade e além de toda a eternidade, no seio do Pai Eterno (Sl 2,7); porque ele é a sabedoria da Verdade Eterna (Deus), gerada eternamente do ideal divino do coração do Altíssimo, a Palavra que tudo criou no amor e para o amor.

“A fonte da sabedoria é o Verbo de Deus nos céus, e os seus caminhos são os mandamentos eternos. A quem foi descoberta a raiz da sabedoria? E quem conheceu os seus desígnios? A quem foi revelada e manifestada a habilidade da sabedoria? E quem compreendeu a multiplicidade dos seus passos? Um só, que é o Altíssimo Criador onipotente, e rei poderoso sumamente terrível, que está assentado sobre o seu trono, o Deus dominador. Foi ele que a criou no Espírito Santo, e que a viu, e que a contou, e que a mediu. Ele a difundiu por todas as suas obras, e por toda a carne, segundo a sua liberalidade, e a comunicou aos que o amam”. (Eclo 1,5-10)

O profeta Isaías nos fala do Deus escondido: “Verdadeiramente tu és um Deus escondido em tua casa, o Deus de Israel, um Deus que salva!” (Is 45,15) Porque, certamente, sendo “Espírito”, conforme nos afirma o Senhor Jesus Cristo: “Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade”. (Jo 4,24), não pode ser visto por homem algum, porque aquele que o ver, certamente, morre: “Mas, ajuntou o Senhor, não poderás ver a minha face, pois o homem não me poderia ver e continuar a viver”. (Êx 33,20)
Esta expressão: “quem ver a Deus, morre”, tem para nós o sentido de conversão e vida nova; isto é, quando vemos a Deus, pela fé em Jesus Cristo e a intimidade do coração com ele, morremos; mas, para o pecado, renascendo, pelo batismo do Espírito Santo, para a vida do amor no Senhor, formando com ele um só Espírito e um só coração. (I Cor 6,17)
Então o Filho de Deus teria que vir à terra como Deus-homem, isto é, na imagem e semelhança de Deus. Um Deus visível aos olhos de todos os homens e mulheres, para que, nessa condição de Homem-Deus, reinasse sobre a obra do amor que o Pai Eterno criou para Ele, a partir de seus desígnios de vida eterna.
Ora, sendo o Senhor Jesus a imagem do Deus invisível (escondido), o Primogênito de toda a criação, para que ele viesse reinar sobre o mundo visível, teria que nascer da mesma mulher, a Virgem de Nazaré, ab aeterno predestinada a ser a própria Mãe de Deus, como, verdadeiramente, o afirmam a Antiga Aliança (Gn 3,15; Is 7,14; Eclo 24,5.24) e a Nova Aliança (Lc 1,43; I Jo 5,20b). Jesus Cristo é Deus com o Pai e o Espírito Santo! Não é esta a certeza que nos dá a grande oração Eucarística, na Santa Missa? Não é certo que a Igreja do Senhor liga e desliga na terra e nos céus (Mt 16,19; 18,18), tendo, outrossim, recebido do Cristo a capacidade de em todos os tempos de sua existência neste mundo, através dos apóstolos e de seus sucessores, perdoar ou não perdoar os pecados dos homens e mulheres (Mt 28,20), para que, no amor de Deus, vivêssemos, abundantemente, da esperança viva? (Jo 20,23)
É certo que Maria de Nazaré, a segunda Eva, é Mãe de Deus (Lc 1,43; I Jo 5,20b), Mãe da Igreja e nossa Mãe (Jo 19,26-27); a própria Igreja, em cujo seio gerou, do Espírito Santo, a nova geração de filhos e filhas de Deus, a geração dos ressuscitados, cuja primícia (primogênito) é nosso Senhor Jesus Cristo, nosso irmão mais velho, nossa salvação e ressurreição.
Assim, pois, São Maximiliano Kolbe (+ 1941) nos afirma: “Mãe do próprio Criador, por isso, também, das criaturas”.
É preciso e necessário que vivamos toda esta graça do amor de Deus em nossos corações. Jesus Cristo está vivo e habita no núcleo central de nossa vida, onde, pelo batismo de regeneração e de renovação do Espírito Santo (Ti 3,5-6) recebemos o doce hóspede de nossas almas, o Espírito do Pai e do Filho, o Espírito da alegria interior, da luz que excede nosso entendimento, aquele que, em nós, nos revela a ciência de sua vontade para conosco, o conhecimento de todas as coisas que, por Deus, nos foram dadas. (I Cor 2,12) É certo que, aqui dentro de mim e de você, no íntimo que vai além do íntimo, encontramos o tesouro mais sublime e mais precioso de nossa vida, Jesus Cristo, referência única do nosso viver.
Ó Deus eterno, Deus sublime, Deus de infinita misericórdia! Como podes nos amar tanto, a ponto de colocares nestes vasos de barro – Habemus thesaurum istum in vasis fictilibus - (II Cor 4,7) o teu Eterno Tesouro? Certamente foi para que viesses sempre em auxilio as nossas fraquezas e misérias, a fim de que o vosso Espírito, na mais excelsa e sublime oração e cânticos de línguas angelicais, pudesse fazer transbordar em cada um de teus filhos e filhas (Rm 8,16) o poder da virtude do teu amado Filho, para que transpareça claramente que o poder extraordinário de tua manifestação divina no homem, provenha de Ti mesmo e não de nós, pobres pecadores.
Portanto, o reinado do Filho de Deus, em virtude do pecado original, ficou dividido em dois tempos: o tempo da redenção, que já se cumpriu pela morte de Cristo na cruz e pelo sangue, ali, derramado, preço altíssimo de nosso resgate (I Cor 6,19-20; I Pd 1,18-19); e o novíssimo tempo no qual o Senhor Jesus, brevemente, virá reinar (Lc 1,33) sobre os escolhidos (Jo 15,16). Esse será o seu reinado propriamente dito, na gloria do Pai, já aqui mesmo, a partir da terra, oportunidade em que todos os seus filhos e filha, renovados no “Sim” de Maria, pela fé em Cristo Jesus, e pelo amor de caridade do Pai e do Filhos, a exemplo da Antiga Aliança, entrarão na nova Canaã, a Jerusalém celeste que já se vislumbra descendo dos céus para nos acolher em seu seio de glórias.

Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra

Em Jesus, o Filho dileto do Pai, o que significa dizer que, por ele, todos nós somos amados de Deus (Rm 1,7), Deus Pai criou os céus e a terra e tudo o que neles há. Criou-os pelo seu excessivo amor, por ele e para ele. (Col 1,16b) Ora, Deus nos criou por amor a seu Filho, a fim de que ele viesse reinar sobre um reino sacerdotal de um povo absolutamente santo. (Êx 19,6) De outra forma, criou por amor ao homem e à mulher, não só um espelho universal esplendoroso, mas, sobretudo, na terra, uma natureza exuberante e incomparavelmente bela, para que vendo-a o encontrássemos (Rm 1,20), e encontrando-o, sentíssemos profundamente amados e acolhidos por ele. Então, encontramo-nos aqui, chamados a ser santos como Ele é santo (Lv 19,2), e testemunhas autênticas do Senhor, conforme toda nossa maneira de vivermos no seu misericordioso amor. (I Pd 1,15)

Jesus Cristo é o primogênito de toda a criação

Sendo o primogênito de toda a criação, tem o primeiro lugar em todas as coisas, na terra e nos céus. “Por isso aprouve a Deus fazer habitar nele toda a pleennitude, e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas; por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus”..
O Verbo Divino é gerado eternamente do Ideal Onipotente do Eterno Pai. Sendo Todo-poderoso em sua ubiqüidade, a luz incriada como substância simples, eterna, una e imutável, significa que o Filho de Deus será sempre gerado eternamente e além da eternidade, porque está no coração de Deus e, saindo de sua boca, transbordando de seus lábios, possui o eterno poder e a divina autoridade (Mt 28,18), e sendo a própria e terna ciência, a plenitude do saber e a infinitude do amor (Sb 7,22-27); aí já não existe mais nada além nem aquém, porque é simplesmente Deus, Senhor do Alfa ao Ômega, antes e além de tudo, sendo o hoje, eternamente aquém e além, como a reta do infinito cujos extremos não se encontram, porque o Senhor nosso Deus simplesmente “É”, hoje, ontem e para sempre o mesmo. (Hb 13,8), presente em todos os corações possuídos do amor.
Assim, do seio do Pai, ele é o primogênito, a primícia de toda a criação. Por isso, para que fôssemos salvos da ira vindoura, o Espírito Santo de Deus o fecundou no seio da Virgem de Nazaré, a Segunda Eva, porque todos os nascidos dessa Mãe universal, não pertencerão mais a esta geração, mas sim a geração dos ressuscitados, cuja primícia é o Verbo encarnado (Jo 1,14), a salvação que brotou da cruz, que Deus o ressuscitou em plena glória e glória de todos os filhos e filhas de Deus, “como de Unigênito do Pai, cheio de glória e verdade”, um grande povo, uma grande nação de filhos celestiais, todos gerados de uma só Mãe, ressuscitados em Cristo para vida eterna no seio das bem-aventuranças do Pai.

“Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”. (Sl 2,7)

Jesus Cristo, por isso, é a fonte de toda sabedoria, o Verbo Divino nos céus e, na terra, os mandamentos eternos (Eclo 1,5), como caminho, verdade e vida, única via pela qual chegaremos ao Eterno Pai. Assim, já não há outro, “porque em nenhum outro há salvação, visto que debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12)

“Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus foi formado antes de mim, e não haverá outro depois de mim. Sou eu, sou eu o Senhor, não há outro salvador a não ser eu. Fui eu quem predisse e salvei, e não um deus estranho entre vós. Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, eu sou Deus desde toda a eternidade. Ninguém poderia escapar de minha mão; quando executo, quem poderia destruir minha obra? (Is 43,10-13)

Não é correto que Jesus Cristo nos trouxe a graça e a verdade? (Jo 1,17b) Ele é a fonte e a plenitude de cura e salvação, e dele todos nós temos recebido graça sobre graça (Jo 1,16) e temos, por isso, bebido de um só Espírito. (I Cor 12,13b)

“Aproximemo-nos, então, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar graça para sermos socorridos no tempo oportuno”. (Hb 4,16)

Assim é necessário que o busquemos de todo o espírito, de toda a alma e de todo o coração (Dt 4,29; Jer 29,13), pois é-nos extremamente preciso que estejamos em Jesus, e que suas palavras permaneçam em nós. Desse modo, somente pela fé revestida da caridade, teremos certeza de que tudo o que pedirmos ao Pai, em seu nome, certamente, o receberemos. (Jo 15,7)

Toda palavra que sai da boca de Deus tem poder eficaz (Hb 4,12) e, partilhada sobre a mesa da verdade, gera vida nova (II Cor 5,17; Ef 4,23-24), porque foi enviada do céu à terra para que sejam realizados todos os objetivos para os quais Deus a enviou aos corações dos homens e das mulheres. (Is 55,11b) Assim, pois, como a sabedoria divina tem retorno certo ao seio do Pai, é-nos também de fé e esperança que ela nos transforme em cristos de Cristo, para que permaneçamos na casa de Deus, como instrumentos de amor em suas mãos; pois, diz o Senhor: a minha casa é casa de oração para todos os povos. (Is 56,7b)

Na verdade, quem tiver observado toda a lei, mas houver faltado num único ponto, tornou-se culpado de todos eles. (Tg 2,10)

Explicação: Quem transgride, ainda que seja um único preceito da lei, vai contra a razão formal da lei, que é a obediência devida a Deus e, portanto, está virtualmente disposto a transgredi-la toda. A pena essencial do pecado (perda da graça de Deus e condenação eterna) resulta tanto de um único pecado, como de muitos.

Quanto mais santa é a lei da liberdade, tanto mais severo é o juízo.

“Ponde, porém, em prática a palavra e não vos contenteis só com ouvi-la, enganando-vos a vós mesmos; pois se alguém escuta a palavra e não a põe em prática, é semelhante ao homem que contempla as suas feições naturais num espelho: espelha-se, parte e imediatamente se esquece de como era. Pelo contrário, aquele que fixa seu olhar na lei perfeita, a lei da liberdade, e nela o mantém fixo, não como ouvinte desmemoriado, mas como praticante ativo, esse será feliz na prática da mesma”. (Tg 1,22-25)
O Senhor Jesus Cristo virá, sim, reinar sobre a terra como Senhor amado e adorado de todos os filhos e filhas do Altíssimo.

João C. Porto

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Maria de Nazaré

Maria é a Mãe universal, porque aprouve a Deus, nos seus santos desígnios, fazer com que ela desse a vida natural das criaturas ao Criador, e a vida sobrenatural do Criador às criaturas.

Por isso, São Maximiliano Kolbe ( + 1941 ) nos afirma: “Mãe do próprio Criador, por isso também das criaturas.”

O Senhor Jesus é Criador com o Pai e o Espírito Santo
Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito (Jo 1,3)

Tudo foi criado por ele e para ele ( Col 1,16b )

Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, é o autor da vida

“Matastes o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas ( At 3,15 – Vulgata ).”

Se prestarmos bem atenção, observaremos, pela intuição sobrenatural do Espírito Santo, que a Virgem Santíssima e, por isso, a Imaculada, encontra-se em toda a Bíblia Sagrada, do princípio ao fim; isto é, desde o Gênesis ao Apocalipse, em virtude da universalidade do amor do Pai e do Filho, no Espírito Santo que a fecundou com a fecundidade do Pai Eterno, Deus de Israel.

Ela está no princípio da Bíblia Sagrada como a Imaculada Conceição:

Gn 3,15:- Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Gn 6,3:- O Senhor então disse: “Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será só de cento e vinte anos.

Ora, quem tem ouvidos para ouvir, ouça e medite o que, verdadeiramente, está afirmando a palavra de Deus: “Intus Legere” = lendo por dentro das verdades reveladas.

Ela ( Maria ), se encontra também no meio da Bíblia Sagrada, como a sempre Virgem Maria.

Is 7,14:- Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamará ‘Deus Conosco’. ( Mt 1,23 )

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que nos diz o sentido sublime da Palavra de Deus.

Maria, finalmente, se encontra no último livro da Bíblia Sagrada, como a gloriosa assunção.

Ap 12,1:- Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.

Obs.: As doze estrelas são vistas como as doze tribos de Israel, os doze privilégios de Maria Santíssima, ou, referindo-se aos doze apóstolos de Cristo. Reflete-se ainda no verso acima, “a gloriosa assunção de Maria aos céus.”, conduzida pelos anjos do Senhor. Procuraremos escutar o que o Espírito, o Espírito que nos ensina a verdade integral, fala sobre o assunto. ( Jo 16,13 )

Ora, Maria de Nazaré é vista como a grande novidade de Deus: a mulher que cerca um homem!
Jr 31,22b:- Eis que o Senhor criou uma coisa nova sobre a terra: uma mulher cercará um homem. ( Vulgata )
Mas, quem é essa mulher? E quem é esse homem? Ou que ligação tem essa mulher e esse homem em relação a humanidade? Procure meditar e escutar o que o Espírito Santo possa interagir no seu coração! Não ouça somente aos homens porque todos têm suas próprias limitações.
Escute a quem nos ensina todas as coisas e nos recorda as palavras do Senhor Jesus Cristo:

Jo 14,26:- Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.

Ora, somente o Espírito de Deus conhece tudo o que é de Deus, pois ele mesmo sonda as profundezas do próprio Deus:

I Cor 2,10:- Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.
I Cor 2,11b:- Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.

Por isso, somente o Espírito Santo nos dá o conhecimento das coisas que por Deus nos foram dadas:

I Cor 2,12:- Ora, nós não recebemos o espírito deste mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos as coisas que por Deus nos foram dadas.

Assim, Maria de Nazaré é a sempre Virgem, concebida sem pecado. O arcanjo Gabriel lhe disse:

Lc 1,28:- “Ave, cheia de graça; o Senhor é contigo.”

Ora, o que é cheio de graça é pleno, já não cabe mais graça. É semelhante a um copo cheio de água, se lhe colocar mais água vai transbordar. Por isso, um certo mariólogo, comentando Lc 1,30, admirado exclamou: Se Maria estava cheia de graças, que graças são estas que ela achou diante de Deus? Certamente são as graças que Eva perdeu lá no paraíso. Ela (Maria) as achou para no-las devolver, porque pertencem aos filhos e filhas do Altíssimo, Senhor Javé. Consta que esse mesmo doutor disse também: Deus reuniu todas as águas que se encontravam sobre a terra, num só lugar e as chamou de Mar. Assim também reuniu todas a graças dos céus e as chamou de Maria.

Vários versículos do Cântico dos Cânticos são atribuídos a Maria de Nazaré. Vejamos estes dois:

Ct 4,7:- Toda és formosa, amiga minha, e em ti não há mácula.
Ct 6,9:- Quem é esta que avança como a aurora quando se levanta, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército formado em ordem de batalha? ( Vulgata )

Certamente é a Virgem Imaculada de Nazaré, a Mãe do Senhor Jesus Cristo ( Lc 1,31 ), a Mãe de Deus ( Lc 1,43 ), a Mãe da Igreja do Senhor e, conseqüentemente, a nova Eva, a Mãe, a Mãe universal do povo de Deus, isto é, da geração dos ressuscitados, cuja primícia é o Senhor, nosso único Salvador, Jesus Cristo, nossa glória e ressurreição.

Que disse Sto. Agostinho ao meditar Ez 44,2? “Que significa esta porta fechada, senão que Maria foi Virgem ANTES, DURANTE E DEPOIS DO PARTO?

Além disso, Maria, como já dissemos acima, é a Mãe do Senhor Jesus Cristo:

“ Eis que conceberás e darás á luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.” ( Lc 1,31 )

Maria, também, é a Mãe do Filho de Deus:

“O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus.” ( Lc 1,35 )

Então, Maria de Nazaré é a Mãe do próprio Deus! Porque, Isabel, ao receber, em sua casa, a visita de Maria, cheia do Espírito, saudou-a com grande alegria:

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?” ( Lc 1,43 )

Obs.: O Salmista nos diz: “Sabei que o Senhor é Deus ...” ( Sl 99,3 )

Ora, Maria de Nazaré, a Imaculada e sempre Virgem, é, ainda, a Mãe do Verdadeiro Deus e a vida eterna:

I Jo 5,20:- Mas sabemos que veio o Filho de Deus e que nos deu entendimento para que conheçamos o verdadeiro Deus e estejamos no seu verdadeiro Filho. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.

Entretanto, quando se diz que Maria de Nazaré é a Mãe de Deus, devemos entender que Ela não gerou a “Fortaleza de Deus”, mas o “Deus Forte.” ( Is 9,6 )

Que nos diz Sto. Anselmo ( + 1109 ) sobre a singularidade de Maria?: “Mulher admiravelmente singular e singularmente admirável.”

Assim, a primeira Eva é a mãe de toda a criação. Como Adão, ela, antes da desobediência, era também santa e imaculada, sem qualquer mancha de pecado.

Gn 1,31:- Deus viu que tudo quanto criara era muito bom.

Porventura, Deus criaria algo que não fosse santo, perfeito e acabado?

Mas, em virtude do corpo material, o Senhor, nosso Deus, os preservava do pecado através dos dons preternaturais:

Dom da imortalidade
Dom da impassibilidade
Dom da integridade etc.

Assim, como se pode, teologicamente, concluir, todos os seres inteligentes criados por Deus ( Anjos, homens etc. ), teriam que ser provados, em virtude do livre arbítrio, para que dessem a prova concreta de sua fidelidade ao Criador.

Por isso é que parte dos anjos caíram, e a serpente (Satanás) tentou nossos primeiros pais e eles, também caíram, isto é, tornaram-se infiéis aos desígnios do Senhor Javé.

Só que Deus os criara para a imortalidade, por isso os fez à sua imagem e semelhança:

“Porque Deus criou o homem imortal, e o fez á sua imagem e semelhança. Mas, por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; e experimentam-na os que são do partido dele.” ( Sb 2,23-25 – Vulgata )

Ora, Deus nos criou para a imortalidade e a vida eterna.

Is 43,7 ( Vulgata ):- Todos aqueles que invocam o meu nome, eu os criei, os formei e os fiz para a minha glória.

A Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, na sua sabedoria, pois é assistida pelo Espírito de Deus, o qual recebeu do Pai e do Filho, tem todo o poder e toda a autoridade de ligar e desligar sobre a terra – sempre ungida e ordenada pelo Espírito Santo do Deus vivo e único. ( Mt 16,19; 18,18; 28,19-20; Jo 20,23 ) - ensina-nos que há duas formas de Redenção:

A Redenção preservativa e
A Redenção liberativa.

Assim, Maria, a Virgem Santíssima e Imaculada Mãe do Senhor, passou, no ventre de sua mãe, Ana (esposa de Joaquim), pela Redenção preservativa ( no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo ). Este, na verdade, é um mistério muito profundo da visão mística e beatífica concedida, pelo Espírito de Deus aos ordenados pela graça santificante, sob o comando espiritual da Igreja do Senhor Jesus Cristo, nossa Salvação. Esta é, também, uma intuição espiritual do meu pequeno e pobre coração. Que Deus seja bendito e glorificado em tudo o que procede do seu amor infinito e misericordioso; e que, por isso, o inimigo do povo de Deus seja sempre vencido! O que poderá ser impossível a Deus? ( Lc 1,37; 18,27; Mc 10,27; 9,23b; Mt 19,26 ).

Ora, por que não considerar Maria de Nazaré a segunda Eva, a Santíssima Mãe, sem nenhuma mancha do pecado, ab aeterno predestinada por Deus para ser a Mãe do Senhor, a Mãe da Igreja, de todo povo eleito, de sua predileção?

É compreensível, sob o influxo da inteligência sobrenatural – Dom do entendimento – a capacidade que Deus nos dá ( II Cor 3,5 ), para absolver esses ensinamentos que o Espírito de Deus nos concede.

Não é verdade o que o apóstolo João nos diz no seu santo Evangelho? “Muitas outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se escrevesse uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que seriam preciso escrever.”

Ora, se o Espírito Santo nos ensina todas as coisas e nos recordará tudo quanto o Senhor Jesus nos falou outrora ( Jo 14,26; I Cor 2,12-13 ), imaginemos o quanto o Espírito Santo fala aos seus filhos e filhas, hoje, recordando e ensinando tudo o que é de mais proveitoso e frutuoso aos eleitos do Senhor!!

Na verdade, todos quanto vivem, na oração, a intimidade e amizade com o Senhor Jesus, já vivem, de certo modo, o céu sobre a terra, e já vislumbram no infinito, na esperança, a gloriosa herança reservada aos santos do seu amor.

A primeira Eva, vestida de santidade e pureza ( sem mancha alguma de pecado ), em tudo era semelhante a segunda Eva ( Maria de Nazaré ). Mas, Eva, não tendo resistido a tentação de Satanás ( a serpente ), pecou e levou seu esposo ( Adão ), também, ao pecado.

Eclo 25,33:- Foi pela mulher que começou o pecado, e é por causa dela que todos morremos.

Obs.: Não é verdade? Se o pecado e a morte vieram através da primeira Eva, o Senhor Javé nos devolveu a Salvação e a vida eterna por Maria de Nazaré, a Santíssima Mãe universal e, por isso, Rainha dos céus.

Ora, o Senhor nosso Deus, Deus de Israel, em seus imutáveis desígnios, criou-nos para a imortalidade, à sua imagem e semelhança.
Sb 2,23-25 ( Vulgata ):- Porque Deus criou o homem imortal, e o fez à sua imagem e semelhança. Mas, por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; e experimentam-na os que são do partido dele.

Agora vejamos isto: Maria de Nazaré que é a sempre Virgem ( Is 7,14; Ez 44,2 ), a Imaculada ( Gn 3,15; 6,3; Ct 4,7; Lc 1,28 ), a mulher que cercou um homem ( Jr 31,22 ) gerou, do Espírito Santo, o novo Adão, Jesus Cristo, como a primícia da nova geração, a geração dos ressuscitados, da qual todos os filhos e filhas de Deus pertencem, porque todos aparecerão com ele na glória. ( Col 3,4 )

Ora sabemos que, também, nós, todos da nova aliança, somos gerados do alto ( Jo 3,27; Tg 1,17 ), isto é, do Espírito Santo, porque todos somos templos de Deus ( I Cor 3,16 ) e templos do Espírito Santo ( I Cor 6,19-20 )
Essa geração nova, dos ressuscitados, começou pelo Senhor Jesus Cristo que, pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, a Santa Imaculada Mãe do Senhor Jesus. Logo, todos nós salvos em Cristo Jesus ( Ef 2,8 ), gerados e nascidos do Espírito Santo, somos filhos e filhas nascidos da segunda Eva; não mais da primeira ( Esposa de Adão – Gn 1,28 ), mas, repito, da segunda, Maria de Nazaré, espiritualmente, esposa do Espírito Santo. Por isso, Mãe de Jesus ( Lc 1,31 ) e Mãe de Deus ( Lc 1,43; I Jo 5,20b ), pois o Senhor Jesus é Deus com o Pai e o Espírito Santo, a Trindade Santíssima que é um só e único Deus ( Jo 10,30 ) de Abraão, de Isaac e Jacó, dos santos Patriarcas, dos santos Profetas, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo ( nosso único Salvador - I Tm 2,5; At 4,12 ), e bem assim, Deus e Pai de todos os que crêem Nele, adoram-no, esperam Nele e O amam de todo o espírito, de toda a alma, de todo o coração e de todo o seu próprio ser, isto é, com todas as forças de suas potencialidades interiores, sempre guiados ( Rm 8,14.16 ), ensinados ( Jo 14,26; 16,13; I Cor 2,12-13; 12,12 ) e conduzidos com os próprios olhos de Deus ( Sl 31,8 ) através do seu Santo Espírito.

É, certamente, muito bom que compreendamos essas coisas novas do Senhor nosso Deus de Israel ( Jr 31,22; 33,1-3 ), porque Ele é o único Deus, e não há outro ( Is 43, 10-11. O Senhor Jesus Cristo é nosso único mediador (I Tm 2,5; At 4,12) e com certeza, medianeiro de tudo. Outra novidade que devemos admitir e crer é a de que Maria de Nazaré é a medianeira de todas as graças, porque graça nenhuma que tenha vinda dos céus – do Pai das luzes – para os homens e mulheres do tempo da plenitude deixou de passar por Ela, inclusive aquela a qual aprouve a Deus Pai derramar em seu Filho toda a plenitude ( Col 1,19 ), pois através de Maria – medianeira das graças e não de Justiça – nos veio a maior de todas as graças: Jesus Cristo, nossa Salvação.
Ora, se aprouve a Deus dar-nos através da Virgem Maria o Diamante mais precioso do tesouro do seu coração, Seu próprio Filho, Jesus Cristo, nossa graça e salvação, quanto Deus não dará, por Jesus Cristo, através da sua Imaculada Mãe, todas as demais graças do seu misericordioso coração?! Assim, se Maria, por Deus, pode dar-nos o maior tesouro da Divindade Eterna, dará também por ele muito mais! Ora, quem dá mais pode, certamente, dá menos. E Deus nunca nos dá menos, porque ele é bom e sua misericórdia dura para sempre. ( Sl 117,1.29 )
Por isso, Maria de Nazaré, por vontade do Pai Eterno, sabedoria do seu Filho muito amado e ação amorosa do Espírito Santo, deu-nos a luz do sol oriente, a vida eterna que está em Cristo Jesus ( I Jo 5,11-12 ).

João C. Porto

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> “Cheios da plenitude de Deus”

A plenitude de Deus conosco é nosso encontro com o Senhor Jesus (Ap 3,20), ainda neste mundo, na breve jornada de nossa missão evangélica, como operários do Reino de Deus; onde juntos faremos com Ele a refeição do ágape do amor do Pai e do Filho; o encontro pleno da intimidade e da amizade, onde se banqueteiam com o Autor da Vida, todos os seus amigos; aqueles que vieram da grande tribulação, os quais têm suas vestes lavadas, embranquecidas e alvejados no sangue do Cordeiro (Ap 7,14), para os quais o Senhor Jesus fez a grande promessa: “Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.” (Ap 3,21)
“Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios da plenitude de Deus.” (Ef 3,17-19)
A fé, como fundamento de nossa esperança, é a chave com que, operando pela caridade, abrimos nossos corações, a fim de que o Senhor Jesus com o Pai e o Espírito Santo façam em cada um de nós, a sua morada. (Jo 14,23)
Ora, o Senhor Jesus vem aos nossos corações, porque o amamos e, é pela caridade do seu amor que nossos corações se tornam arraigados e consolidados de sua amizade de intimidade que, mutuamente, se possuem, pois somente assim compreenderemos a dimensão de sua justiça, misericórdia e fidelidade suprema.
Então já possuímos a ciência divina e a herança dos santos, pois aprouve a Deus fazer habitar em nós a plenitude de sua graça santificante, pela qual já nos deu acessa à luz inacessível e, pela sua graça e virtudes, participamos da natureza divina, como o afirmam alguns doutores da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

João C. Porto

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Um tesouro e uma pérola, e toda a sua perfeição

Um homem, passando por um campo, encontra um tesouro; vende tudo o que tem e compra o campo, para possui-lo. Um negociante de pedras preciosas encontra uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que tem, e a compra. (Mt 13,44-46).
Ora, o campo e o ambiente em que existem as pedras preciosas são, sem dúvida, o nosso coração. O tesouro é Deus, a pérola preciosa de grande valor é o Senhor Jesus Cristo, a alegria, do encontro com essas infinitas riquezas, da posse e da plenitude de santidade e vida eterna, é o Espírito Santo, amor do Pai e do Filho e, finalmente, a Virgem Santíssima Mãe de Deus e Mãe nossa, a própria Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, é o vaso honorífico de amor e sabedoria, pelo qual o Senhor, nosso Deus de Abraão, de Isaac e Jacó, fez com que toda essa herança dos santos fosse, sobre a terra, depositada em vasos de barro, que somos todos nós, como nos diz o apóstolo Paulo: “para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós.” (II Cor 4,7)
Outrora, Deus disse através do profeta Isaías que estava escondido dentro de nós (Is 45,15), e acrescentou: buscai-me, já que eu me deixo encontrar por todos os que me procuram; invocai-me já que estou perto. (Is 55,6). Pois, bem, o tesouro é a Verdade Eterna, a Pérola é a Sabedoria Divina, e a busca, compra e posse se encontram sob a direção amorosa do Espírito Santo que nos ensina todas as coisas (Jo 14,26), a verdade integral (Jo 16,13) e nos dirige no caminho da fé, da esperança e da caridade, guiando-nos com os seus próprios olhos. (Sl 31,8) Vender tudo o que temos, para possuirmos o tesouro e a pérola preciosa de grande valor, é, sem dúvida, renunciarmo-nos a nós mesmos, tomarmos todos os dias a nossa cruz e seguirmos, incondicionalmente, o Senhor Jesus. (Lc 9,23), cheios da plenitude do seu amor misericordioso.

João C. Porto

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> a verdade !

Um homem, passando por um campo, encontra um tesouro; vende tudo o que tem e compra o campo, para possui-lo. Um negociante de pedras preciosas encontra uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que tem, e a compra. (Mt 13,44-46).
Ora, o campo e o ambiente em que existem as pedras preciosas são, sem dúvida, o nosso coração. O tesouro é Deus, a pérola preciosa de grande valor é o Senhor Jesus Cristo, a alegria, do encontro com essas infinitas riquezas, da posse e da plenitude de santidade e vida eterna, é o Espírito Santo, amor do Pai e do Filho e, finalmente, a Virgem Santíssima Mãe de Deus e Mãe nossa, a própria Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, é o vaso honorífico de amor e sabedoria, pelo qual o Senhor, nosso Deus de Abraão, de Isaac e Jacó, fez com que toda essa herança dos santos fosse, sobre a terra, depositada em vasos de barro, que somos todos nós, como nos diz o apóstolo Paulo: “para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós.” (II Cor 4,7)
Outrora, Deus disse através do profeta Isaías que estava escondido dentro de nós (Is 45,15), e acrescentou: buscai-me, já que eu me deixo encontrar por todos os que me procuram; invocai-me já que estou perto. (Is 55,6). Pois, bem, o tesouro é a Verdade Eterna, a Pérola é a Sabedoria Divina, e a busca, compra e posse se encontram sob a direção amorosa do Espírito Santo que nos ensina todas as coisas (Jo 14,26), a verdade integral (Jo 16,13) e nos dirige no caminho da fé, da esperança e da caridade, guiando-nos com os seus próprios olhos. (Sl 31,8) Vender tudo o que temos, para possuir o tesouro e a pérola preciosa de grande valor, é, sem dúvida, renunciarmo-nos a nós mesmos, tomarmos todos os dias a nossa cruz e seguirmos, incondicionalmente, o Senhor Jesus. (Lc 9,23), cheios da plenitude do seu amor misericordioso. Mas, caminhando e vigiando com cuidado sobre a nossa conduta, para que ela não seja conduta de insensatos; mas que sejamos prudentes, a fim de que compreendamos qual seja a perfeita vontade de Deus em nossos corações. Quem sabe!... devêssemos incluir em nossas orações, também a oração de São Nicolau Flüe: "Livrai-me, Senhor, de mim mesmo!"

João C. Porto