Nasci de Novo!...
No princípio, quando
vim ao mundo, cheguei aqui em virtude dos desígnios de vida e de prosperidade
do Criador (Jr 29,11); entretanto, nasci da carne, do sangue e da vontade do
varão. (Jo 1,13).
Este primeiro
nascimento, para mim, é uma bênção de vida que vem de Deus; mas, para retornar
ao seio do Criador, teremos que renascer da água e do Espírito (Jo 3,5); isto
é, através do batismo de regeneração e renovação pelo Espírito Santo. (Tt 3,5).
“Jesus replicou-lhe:
“Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino
de Deus.” (Jo 3,3)”.
A vida comum, aqui, na
terra, tem a cara do mundo!... Embora tenhamos vindo de Deus, o jeitinho
secularizado do mundo, através dos nossos sentidos, mais que de repente,
estrutura nossas faculdades interiores – inteligência, vontade, memória,
imaginação e afetividades – dando-nos uma consciência de virtudes e de vícios;
de onde os maus hábitos (vícios) predominam, arrastando-nos a caminhos que nos
afastam da presença de Deus, petrificando, pouco a pouco, nossos corações (Ez
36,26-27), visto que, facilmente, tendemos andar através da senda espaçoso da
porta larga (Mt 7,13-14).
Que faremos, então,
para reencontrar a verdadeira via do Reino de Deus, a senda da justiça, da paz
e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17; I Cor 4,20)? Teremos que renascer da fé,
para uma viva esperança (I Pe 1,3), agora, revestidos da caridade do amor de
Deus, que é vinculo de perfeição (Cl 3,14); pois, foi Deus que nos amou
primeiro (I Jo 4,19). E Deus nos amou primeiro, não porque somos bons; mas,
porque ele é a bondade infinita. Aliais, antes de toda a eternidade e além da
eternidade, já éramos amados de Deus,
“Todo aquele que está em Cristo, é uma nova criatura.
Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (II Cor 5,17).
Ora, o que o Senhor,
nosso Deus, revela aos corações simples de seus filhos amados?
“Olhe, fui eu o
primeiro a amar você. Você não estava ainda no mundo. O mundo nem existia, e eu
já o amava. Eu amo você desde que sou Deus. Amo você, e desde que amei a mim
mesmo, amei também você!” (Do livro “A Prática do Amor a Jesus Cristo”, de
Santo Afonso de Ligório).
Que faremos para ser novas criaturas?
Tornarmo-nos um só espírito com o Senhor (I Cor 6,17).
Como se fará isso?
Convertermo-nos, de modo incondicional,
ao Senhor Jesus Cristo; isto é, de todo o espírito, de toda a alma, de todo o
coração e com todas as forças íntimas e mais profundas da totalidade do nosso
ser.
Pois, “A palavra de Deus é viva,
eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão
da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções
do coração” (Hb 4,12).
Ora, para andarmos
como o Senhor Jesus Cristo andou (I Jo 2,6) é-nos imperativo:
a) Ter a palavra de
Deus gravada, profundamente, no coração e na alma (Dt 11,18) para evangelizar;
como o fez o Senhor Jesus Cristo (Jo 8,31-32).
b) Caminhar de fé
para a fé (Rm 1,17), pois, o justo viverá pela fé (Hab 2,4).
c) Alimentar-se do
pão vivo que desceu do céu (Jo 6,51)
d) Dessedentar-se
da água viva da fonte perene e eterna (Jo 7,37; Ap 22,17);
e) Caminharmos sob o
influxo do batismo de regeneração e renovação pelo Espírito Santo (Tt 3,5b);
f) Andarmos sob o
influxo da luz da fé que opera pela caridade (Gl 5,6b);
g) Esforçar-se em
realizar as obras que o Senhor Jesus Cristo realizou (Jo 14,12-14);
h) Dessedentar-se da
água viva da fonte perene e eterna (Jo 7,37; Ap 22,17);
i) Vencer, finalmente,
para sentar-se a sua direita, em seu trono (Ap 3,21).
Essa converção será
sentida, a partir do batismo do Espírito Santo (At 19,1-7); pois, pelos Dons de
santificação (Is 11,2) é o Espírito Santo que nos santifica; e pelos Dons
carismáticos, através das obras, somos nós que nos santificamos a nós mesmos
através dos serviços, revestidos da fé que opera pela caridade, para uma viva
esperança (I Pe 1,3) em nosso Senhor Jesus Cristo.
João C. Porto