Batismo de Plenitude
Em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da
divindade. Todos nós possuímos tudo plenamente no Senhor, que é a cabeça
de todo principado e potestade. Nele,
Senhor Jesus, também fostes circuncidados com circuncisão não feita por mão de
homem, mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no despojamento do nosso
ser carnal (Cl 2,9-11).
Por isso, com o testemunho que nos vem da verdade
integral, a palavra de vida eterna, nós o invocamos; invocamos porque o
desejamos, desejamos, porque o amamos,
amamos porque o conhecemos.
Desse modo, é-nos, profundamente, necessário “conhecer
a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento”, até que alcancemos, através da fé, da esperança e da caridade o estado de homem feito, segundo a
maturidade da idade de Cristo. (Ef 4,13).
O apóstolo Paulo nos ensina que em Cristo, pela
virtude daquele que nos amou, somos mais que vencedores (Rm 8,37).
Assim, o amor, que brota da boa terra de nossos
corações, é fruto da presença intrínseca do Senhor, a árvore da vida que nasce
e floresce através das virtudes teologais, a partir do Éden interior de nossas
almas.
O que é o amor? “Deus é amor” (I Jo 4,8). Então, o
amor é todo o bem; o mal é todo o mal. É como o amor e o ódio; são de sentidos
antônimos; isto é, são palavras de significados opostos. Assim também, amor é vida eterna, e
ódiar é morte eterna; isto é, o amor é Deus, o ódio é satanás.
Ora, não há
união entre a vida e a morte; a vida eterna é Deus conosco; a morte eterna é o
demónio com os filhos de beliar: “Termo grego constante de II Cor 6,15; é o
nome de um demônio frequentemente mencionado na literatura apocalíptica”; que significa
“maldade” ou “malvadeza”.
Como se pode observar, o amor, por sua caridade (Cl
3,14), aperfeiçoa os corações dos batizados do Senhor, transformando-os em seus
verdadeiros filhos e membros de sua Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica (Concílio
de Calcedónia - 451).
Ora, esse batismo, que é único na Igreja, corresponde à
crisma – óleo da unção no Espírito Santo, semelhante ao batismo de regeneração
e renovação no Espírito de Deus (Tt 3,4-7).
Meditemos, profundamente, sobre este episódio de são
Paulo, em seu ministério, narrado por são Lucas, em Atos dos Apóstolos:
“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as
províncias superiores e chegou a Éfeso, onde achou alguns discípulos e indagou
deles: Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé?” Responderam-lhe: “Não,
nem sequer ouvimos dizer que há um Espírito Santo!” “Então em que batismo
fostes batizados?”, perguntou Paulo. Disceram: No batismo de João. Paulo então replicou: João só dava um batismo
de penitência, dizendo ao povo que cresse naquele que havia de vir depois dele,
isto é, em Jesus. Ouvindo isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. E quando
Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e falavam em
línguas estranhas e profetizavam. Eram ao todo uns doze homens. (At 19,1-7).
Desse modo, embora São Paulo nos diga que “há um só
batismo”, pelo batismo que recebemos na Igreja do Senhor Jesus Cristo – Igreja
Católica – especialmente o Crisma – Sacramento da Reconciliação –, teremos
sempre oportunidades de renovar o sentimento da nossa alma, revestindo-nos do
homem novo criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade. (Ef
4,23-24).
Nesse objetivo, pelo Espírito Santo que nos foi dado (I
Cor 2,12-13; Rm 5,5; Tt 3,4-7), seremos homens novos, filhos e filhas de Deus,
conduzidos através da porta estreita, ao sei da fé de Abraão, caminho de vida eterna em Cristo Jesus.
A plenitude do coração está no conhecimento do amar de Cristo no interior de quem vive da fé para fé sob a condução amorosa do Espírito Santo.
A plenitude do coração está no conhecimento do amar de Cristo no interior de quem vive da fé para fé sob a condução amorosa do Espírito Santo.
João C. Porto e
Zuleica M. Porto