quinta-feira, 29 de abril de 2010

CURSO DA BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> BN 01.1

O Conhecimento de Deus

O estudo das Escrituras objetiva conduzir os filhos e filhas de Deus ao conhecimento da verdade integral, que liberta (Jo 8,32) e da perfeita vontade do Senhor (Rm 12,2), inspirando-os ao que é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça, a fim de que todo o homem de Deus seja perfeito e apto para toda boa obra. (II Tm 3,16-17)
Assim, para este mister, é-nos necessário que o busquemos de todo o coração:

“Então procurarás o Senhor, teu Deus, e o encontrarás, contanto que o busques de todo o teu coração e de toda a tua alma” (Dt 4,29).

“Procurar-me-eis e me haveis de encontrar, porque de todo o coração me fostes buscar” (Jr 29,13)

Sabemos que o Senhor Jesus nos diz que somente ele revela o Pai a quem ele quiser revelar (Mt 11,27b). Por outro lado, S. Paulo nos ensina que ninguém conhece as coisas de Deus senão o Espírito de Deus. (I Cor 2,11b)
Nisto fica claro que, mesmo através das Escrituras e das obras criadas (Rm 1,20), Jesus Cristo e o Espírito Santo são a luz e poder de revelação do conhecimento de tudo quanto o Senhor, nosso Deus, quer que conheçamos em sua plena vontade. (Rm 12,2)
Vejamos, pois, quais são as vias fundamentais do conhecimento de Deus:

a) As Sagradas Escrituras:

“Toda a Escritura divinamente inspirada por Deus é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça, a fim de que todo homem seja perfeito e apto para toda obra boa” (II Tm 3,16-17)

“Tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e consolação que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4).

“Jesus, respondendo, disse-lhes: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22,29)

b) O Magistério da Igreja:

“Se não os ouvir, dize-o a Igreja, se não ouvir a Igreja, considera-o como um gentio e um publicano” (Mt 18,17-18)

c) A Sagrada Tradição:

“Permanecei, pois, constantes, irmãos, e conservai as tradições, que aprendestes, ou por nossas palavras ou por nossa carta. O mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, e Deus e Pai nosso, o qual nos amou e nos deu uma consolação eterna e uma boa esperança pela graça, console os vossos corações e os confirme em toda a boa obra e palavra” (II Ts 2,14-16)

“Nós vos exortamos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que viver desordenadamente e não segundo a doutrina que foi recebida de nós” (II Ts 3,6).

“Guarda o bom depósito por meio do Espírito Santo, que habita em nós” (II Tm 1,14).”e o que ouvistes de mim diante de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam capazes de instruir também a outros”(II Tm 2,2)

Entretanto, podemos confirmar ainda de outra forma:

a) A obra da criação de Deus:

“e dizendo: Ó homens, que ides vós fazer? Nós também somos mortais, homens como vós, que vos pregamos que vos convertais destas coisas vãs ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles;” (At 14,15)

“porque o que se pode conhecer de Deus é-lhes manifesto, pois Deus lho manifestou. De fato as coisas invisíveis dele, depois da criação do mundo, compreendendo-se pelas coisas feitas, tornaram-se visíveis, e assim o seu poder eterno e a sua divindade, de modo que são inescusáveis” (Rm 1,19-20),

“para que busquem a Deus e o encontrem como que às apalpadelas, embora ele não esteja longe de cada um de nós (Is 55,6), porque nele vivemos, nos movemos e existimos, como até o disseram alguns dos vossos poetas: somos verdadeiramente da sua linhagem (Sb 13,1-9)” (At 17,27-28).

b) A capacidade sobrenatural dada ao homem (II Cor 3,5), a qual o induz, pela moção de suas faculdades naturais, ao conhecimento de Deus, em face a revelação da fé e o testemunho de sua experiência pessoal com o Criador (Gn 3,8):

“O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu (Jo 3,27; Tg 1,17).

c) Os ensinamentos divinos transmitidos aos fiéis, pela Santa Igreja de Cristo que, para este contexto, recebeu do Senhor Jesus Cristo poderes especiais:

“Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19).

“Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. Em verdade vos digo: tudo o que ligares sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligares sobre a terra será também desligado no céu” (Mt 18,17-18).

“... soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”” (Jo 20,22-23).

d) As Escrituras Sagradas como fonte de sabedoria inspirada por Deus aos homens de boa vontade. (Lc 2,14)

“Toda a Escritura divinamente inspirada por Deus, é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda a obra boa” (II Tm 3,16-17).

Devemos falar de Deus aos irmãos e irmãs em Cristo, a partir de suas perfeições, as quais são atributos metafísicos que correspondem à essência divina.

Unidade

“Tu foste testemunha de tudo isso para que reconheças que o Senhor é Deus, e que não há outro fora dele. Fez-te ouvir a sua voz do céu para tua instrução, e na terra mostrou-te o seu grande fogo, e o ouviste falar do meio das chamas. Porque amou teus pais, e elegeu a sua posteridade depois deles, tirou-te do Egito com a força de seu poder, despojando em teu favor povos mais numerosos e mais robustos do que tu, para introduzir-te em sua terras e dá-las a ti em herança, como estás vendo hoje. Sabe, pois, agora, e grava em teu coração que o Senhor é Deus, e que não há outro em cima no céu, nem em baixo na terra” (Dt 4,35-39)

Simplicidade

“Vinde e vede um homem que me contou tudo o que eu tenho feito. Não seria, porventura, o Cristo?” (Jo 4,29).

“Do meio do fogo o Senhor falou. Ouvistes o som de suas palavras, mas não víeis no entanto nenhuma forma, somente uma voz”(Dt 4,12).

“O egípcio é homem e não deus, seus cavalos são carne e não espírito. Quando o Senhor estender a mão, o protetor cambaleará e o protegido cairá. E eles perecerão conjuntamente” (Is 31,3).

Ubiquidade

“Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo. E ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz” (Sb 1,7).

“Poderá um homem se ocultar de tal modo que eu não o veja? – oráculo do Senhor. Porventura não enche minha presença o céu e a terra? – oráculo do Senhor” (Jr 23,24).

Eternidade

“Abraão plantou um tamariz em Bersabéia e invocou ali o nome do Senhor, Deus da eternidade” (Gn 21,33)

“O Senhor reinará eternamente, e além da eternidade” (Ex. 15,18 – Vulgata)

“Levanto para o céu a minha mão e digo: tão certo como eu vivo eternamente”, ... (Dt 32,40).

Imutabilidade

“Deus não é homem para mentir, nem alguém para se arrepender. Alguma vez prometeu sem cumprir? Por acaso falou e não executou?” (Nm 23,19).

“Porque eu sou o Senhor e não mudo” (Ml 3,6a)

“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1,17)

O fato de sermos a obra-prima das mãos do Criador, sobretudo, objetos de sua predileção, sua imagem viva sobre a terra, quer como templo onde Deus habita (Is 45,15; I Cor 3,16) e/ou templo do Espírito Santo (I Cor 6,19-20), já o somos como que predestinados, extrínseco e intrinsecamente, a adquirirmos o conhecimento de Deus. É como se a gente pudesse dizer: é impossível que não o encontremos!...
Através das criaturas, porque, apesar de nossas limitações, Deus formou-nos seu povo (Sl 99,3) e história da salvação, para qual Ele mesmo se fez homem, revestindo-se de sua própria imagem e semelhança, para dialogar conosco face a face e ensinar-nos segundo seu Espírito, todas as coisas de tudo quanto nos foi dado.. (Jo 14,26; I Cor 2,12-13).
“Pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece seu autor” (Sb 13,5).

Das Escrituras, porque elas falam de Deus, das coisas criadas, do pecado, das promessas e da salvação em seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. (Jo 6,29)
Da tradição escrita e oral (testemunhos) e do Magistério da Igreja, que muito nos ensinam e exortam a que alcancemos a plenitude do conhecimento do amor de Cristo Jesus (Ef 3,19) e, assim, estejamos capacitados por Deus ao exercício pleno da vida, na Igreja e no mundo. (II Cor 3,5)
Assim, é necessário que aquele que fala de Deus, tenha antes falado com Deus, para que possa falar com uma consciência nova, fruto da sabedoria divina. E, além disso, esteja firme na fé, na esperança viva e na caridade do amor do Pai e do Filho. É assim que estaremos revestidos do conhecimento de Deus, em o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É sumamente importante que, aqueles que falam em nome de Deus, estejam revestido da amizade e da intimidade que vivem num só espírito com o Senhor Jesus Cristo. (I Cor 6,17).

“Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (Gl 3,26), pois, todos os que foram batizados em Cristo, estão revestidos de Cristo. (Gl 3,27)

Finalmente, é-nos necessário ainda, que, ao falarmos de Deus e de sua palavra de vida, sejamos corajosos, vibrantes e destemidos, anunciando a palavra e exortando a todos, como nos ensina S. Paulo: “prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. (II Tm 4,2-4)

João C. Porto

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