sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Missão Salvífica

Jesus, nossa salvação, é o Deus que salva e nos unge, nosso suficiente salvador. “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12).
A missão do Senhor Jesus foi a de salvar o seu povo de seus pecados (Mt 1,21). Em outras palavras: libertar a imagem viva de Deus, que somos todos nós, da alma do pecado, porque só poderemos retornar aos céus com vestes brancas, alvejadas e embranquecidas no sangue do Cordeiro. (Ap 7,14)
O profeta Isaías explicitou a missão do Redentor (Is 61,1-2ss) e o próprio Jesus a confirmou, na sinagoga, quando leu o texto sagrado e disse: “hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir” (Lc 4,21). É que o Senhor Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, à margem do rio Jordão, e enviado para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, para por em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor...
Quando se lê Isaías e o Evangelho de Lucas, referentes à missão salvífica de Cristo Jesus, logo teremos, a exemplo de Cristo, que meditar sobre a unção do batismo do Espírito Santo pelo qual nos tornamos, com ele e por ele, missionários do Reino de Deus, pobres, mansos e humildes de coração (Mt 5,3; 11,29), sempre prontos a anunciar o Evangelho da salvação, como mensageiros da grande revelação do amor do Pai e do Filho, para curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios e dando, gratuitamente, tudo o que de graça recebemos (Mt 10,8). Não é verdade que somos, também, discípulos do Senhor? Ora, ao discípulo baste ser como o seu Mestre!
Mas, quando se diz: “Salvar o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21), fica entendido: Jesus veio nos salvar da alma pecadora, para que o Espírito Santo, através de sua ação regeneradora, pela qual todas as coisas são renovadas em Jesus Cristo (Ap 21,5), restabeleça em seu lugar uma alma santa, a fim de que a imagem viva e perfeita de Deus, que habita em nós e que é parte integrante de nós, possa ressurgir, enfim, para a vida eterna à direita do Senhor Jesus (Ap 3,21). Ora, não é esta a visão de Jó, e todos nós não nos inserimos nela?: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que um dia ressurgirei da terra, e serei novamente revestido da minha pele e, na minha própria carne verei meu Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o hão de contemplar, e não outro; esta é a esperança que está depositada no meu peito” (Jó 19,25-27 - Vulgata).
Em tese, o Senhor Jesus veio ao mundo salvar o nosso espírito – imagem viva e perfeita de Deus – da alma pecadora, que nos mantinha escravizados ao pecado. Nesse mister, que nos diz o Senhor Jesus? “Todo aquele que peca é escravo do pecado” (Jo 8,34). Ora, não foi a morte do Senhor o salário pago pelos nossos pecados? (Rm 6,23). Então, como nos afirma S. Paulo, “o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Observemos, pois, esta afirmativa: “Eis aqui um prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto muito mais agora que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira (Is 61,2). Por isso, recebemos do Senhor, já que vivemos em seus mandamentos (Jo 13,34), um outro Consolador, para que permaneça eternamente conosco (Jo 14,15-16), e é, por isso, que somos, verdadeiramente, seus discípulos (Jo 8,31-32; 13,35) e procuramos andar como Ele andou (I Jo 2,6), se realmente, pelo Espírito de Deus, tivermos mortificado as obras da carne (Rm 8,13).
Ora, o que é espírito é espírito, o que é carne é carne, e o que é alma, é alma vivificante do espírito e da carne, no corpo, o homem perfeito. Por isso, os três formam um só corpo sob a égide de um só coração, onde o Senhor, nosso Deus, habita e fala conosco, e nós, com Ele; pois, uma vez salvos em Cristo Jesus, tornamo-nos, pela unidade do Espírito Santo, um só corpo com a Trindade Santíssima (I Cor 6,17). Na verdade, quando somos libertados da alma do pecado, o Espírito Santo nos reveste da santidade da alma, que é a semelhança de Deus em nós, posto que, agora, somos “homem total” em Cristo total, resgatados, justificados e santos como Deus é Santo.

João C. Porto

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