terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Maria na Bíblia

Como Maria é a sede da sabedoria, porquanto aprouve a Deus gerar, do Espírito Santo, em seu ventre aquele que é a sabedoria nos céus, na terra e no universo inteiro; a sabedoria partilhada do seio da Verdade Eterna, que é Deus, nosso único Senhor (Dt 6,4), compreende-se que a Imaculada e sempre Virgem Maria está na Bíblia Sagrada, do princípio ao fim; isto é, do primeiro ao último livro. Na verdade, em tudo o que se lê no Livro Sagrado, que corresponda à verdade eterna gerada do ideal divino do Criador, eis que Maria, a Mãe Universal se faz presente.
Ela está no princípio da Bíblia, como a Imaculada conceição, aquela que veio ao mundo, totalmente, imune do pecado, porque é predestinada, conforme os desígnios do Todo-poderoso: “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde o princípio, antes que criasse coisa alguma. Desde a eternidade fui constituída, e desde o principio, antes que a terra fosse criada. Ainda não havia os abismos, e eu estava já concebida; ainda as fontes das águas não tinham brotado” (Pr 8,22-24)
De sua imaculada conceição fala o primeiro livro da Bíblia Sagrada: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15). O Senhor então disse: “Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será só de cento e vinte anos” (Gn 6,3).
Ora, o Senhor Jesus nos disse: “Aquele que peca é escravo do pecado” (Jo 8,34), e S. Paulo acrescenta: “O salário do pecado é a morte...” (Rm 6,23a)
Como pode aquela que é escrava do demônio, esmagar a cabeça do seu Senhor? Então Maria é isenta de todo e qualquer pecado!... Como pode o Espírito de Deus ter deixado de habitar no homem, porque ele é todo carne, isto é, pecado; e, no tempo da plenitude, gerar no seio de uma pecadora o Filho de Deus? São questionamentos muito fortes, que nos indicam a certeza de que Maria de Nazaré é a Imaculada Conceição. Além disso, qual a saudação do arcanjo Gabriel à Virgem Imaculada? “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28). Ora, quem está cheia de graça, está cheia de graça!... e não há lugar para pecado, nem qualquer outra coisa semelhante. Assim, Maria é Imaculada, conforme nos afirma o Cântico dos Cânticos: “Toda és formosa, amiga minha, e em ti não há mácula” (Ct 4,7).
Desse modo, como observamos, no princípio da Bíblia Sagrada, desde o livro do Gênesis, no Cântico dos Cânticos e no Evangelho de S. Lucas, Maria é a Imaculada Conceição.
Entretanto, é no meio da Bíblia Sagrada, que a encontramos como a sempre Virgem Maria: “Pois por isso o mesmo Senhor vos dará este sinal: Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel” (Is 7,14); e também: “O Senhor disse-me: Esta porta estará fechada; não se abrirá e ninguém passará por ela; porque o Senhor Deus de Israel entrou por esta porta e ela estará fechada” (Ez 44,2). Acerca deste versículo, o que nos afirma Sto. Agostinho? “Que significa esta porta fechada senão que Maria foi virgem antes, durante e depois do parto? Como vemos, Maria, na Bíblia Sagrada, é a Imaculada e sempre Virgem Mãe de Jesus (Lc 1,33), Mãe do Filho de Deus (Lc 1,35), Mãe do próprio Deus (Lc 1,43), Mãe do verdadeiro Deus e da vida eterna (I Jo 5,20b), Mãe da Igreja do Senhor, a própria Igreja, de cujo seio todos nascemos como filhos e filhas da nova geração, isto é, a geração dos ressuscitado, cuja primícia é o Senhor Jesus Cristo, nossa redenção e ressurreição.
Além disso, Maria se encontra no último livro da Bíblia Sagrada como a “Gloriosa Assunção de Maria”: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: Uma mulher vestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1) Mostra-nos a Mãe universal, aquela que deu ao Criador a vida natural das criaturas, e, às criaturas a vida sobrenatural do Criador.
Ora, em Maria de Nazaré se encontram todas as graças: a graça da fé (Lc 1,45), as graças da esperança e as graças da caridade do amor do Pai e do Filho. Por isso é que a palavra nos diz: “Eu sou a mãe do puro amor, e do temor, da ciência e da santa esperança” (Eclo 24,24) Por ela veio ao mundo a graça da salvação (Ef 2,8), a graça do perdão e da reconciliação, a graça da vida eterna (I Jo 5,11-12), como graça de todas as graças. Por isso, não nos parece menos verossímil que todas as graças que venham do coração do Pai Eterno, através da sabedoria de seu Filho amado (Mt 3,17), passem pelas mãos benditas de Maria, a sempre Virgem e Imaculada Mãe universal. Na verdade está incluso em todas as graças que, para nós, desçam do trono da glória do Todo-poderoso: elas dessem pela mediação do Filho de Deus ao coração imaculado de Maria, e de suas mãos derramam-se, como do seio da Igreja, aos corações que, confiadamente, se aproximam do trono da graça, para encontrar misericórdia e alcançar graças para serem socorridos nos momentos oportunos. (Hb 4,16)
Tome na mão, meu irmão, um compasso, apoie a ponta de ferro sobre a folha de papel, e trace uma circunferência. Feito isso, dê uma olhada sobre o circulo feito. Agora considere que o ponto central da circunferência é Jesus Cristo (o sol Oriente) e a circunferência é Maria de Deus. Então, medite: tudo o que vem do trono da glória divina, como dons e/ou dádivas do céu aos corações dos pequeninos do reino de Deus, vem-nos pelo autor da vida, Jesus Cristo; entretanto, para chegar a nós, passam pela circunferência, Maria!... de onde Deus Pai prodigalizou a vida do seu amor misericordioso, gratuito e incondicional aos nossos pobres corações. Por isso é que a palavra de Deus refletindo a pessoa da Virgem Imaculada Mãe universal, assim, nos fala: “Eu sai da boca do Altíssimo, a primogênita antes de todas as criaturas” (Eclo 24,5 - Vulgata) e “... na assembléia dos santos estabeleci a minha assistência” (Eclo 24,16b). Por essas razões, e muitas outras, é que os mariólogos dizem que Deus, reunindo todas as graças dos céus, chamou-as de Maria. Como vemos, Maria de Nazaré é a Mãe de todas as gerações do povo de Deus, a Mãe universal, Mãe de todos os que louvo o Deus de Israel, Deus altíssimo, que nos criou, que nos formou e que nos fez seus filhos e filhas nascidos dessa Mãe divina, todos gerados do Espírito Santo, para o louvor de sua eterna glória.

João C. Porto

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