quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> A alma

A alma e/ou do grego: “psykhe” é o ser vivente, de estrutura e forma consciente, que nasceu do interior do homem, a partir do momento em que o Todo-poderoso soprou sobre o barro modelado por suas mãos; isto é, a alma vivente, fruto da união do espírito com o corpo material, assim como está na Bíblia Sagrada: o Senhor Deus formou o homem do barro da terra, inspirou-lhe nas narinas seu sopro de vida e o homem tornou-se um ser vivente – alma vivente – (Gn2,7). “O espírito de Deus me criou, e o sopro do Todo-poderoso me deu a vida” (Jó 33,4). Como está escrito: “o primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente (Gn 2,7); o segundo Adão é espírito vivificante” (I Cor 15,45). Quando se diz “alma vivente”, quer dizer: tornou-se consciente pelo espírito que é – imagem viva e perfeita de Deus – e, por isso, dá vida ao corpo, também, instrumento da perfeição divina. O segundo Adão, Jesus Cristo, protótipo de toda a perfeição, é espírito vivificante, porque ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação (Cl 1,15), uma efusão da luz eterna, um espelho sem mácula da atividade de Deus, e uma imagem de sua bondade (Sb 7,26), que tudo criou por ele e para ele. Então, o Senhor Jesus, como espírito vivificante, é o segundo Adão, por quem Deus, nosso Pai, regenera, restaura e renova todas as coisas, vivificando-as, isto é, dando vida nova aos que, pelo pecado do homem, ainda, se encontram distantes; mas, que, mesmo assim, olhando para o topo do madeiro não vêem mais a serpente de bronze (Nm 21,8), e sim, o espírito e a alma vivificante de Cristo, que nos adquiriu ao preço do seu sangue (I Pd 1,18), e como pão vivo que desceu do céu (Jo 6,51), instaurou-se, novamente, em nossos corações, agora, como vida plena e eterna. (I Jo 5,11-12). A alma vivente, do grego: corpo psíquico, vida racional e consciente que brotou da união do céu com a terra.
Aqui, desejamos informar aos caríssimos leitores e benditos irmãos e irmãs em Cristo, afastamo-nos das definições dos filósofos, principalmente, dos gregos tradicionais, e bem assim da visão sobre a alma humana, conforme a “nefesh” hebraica. Tudo, pois, que escrevemos é fruto de meditação da verdade integral ensinada pelo Espírito Santo (Jo 16,13), da qual não podemos acrescentar nem suprimir coisa alguma (Dt 4,2).
Entretanto, como somos pequeno e temos consciência disso, diante de nosso Senhor Jesus Cristo, da Santa Igreja, dos amados irmãos e irmãs e, principalmente, de nossos bondosos sacerdotes: corrijam-nos, no que for necessário, mas com caridade e moderação, porque o que escrevemos, humildemente lhes dizemos, vem do coração, da fonte íntima de Deus Conosco, que é templo de Deus (I Cor 3,16) e templo vivo do Espírito Santo (I Cor 6,19-20). Por isso, não queremos falar da alma do homem e da mulher, simplesmente, concordando por concordar com tudo que lemos e meditamos; mas, sobretudo, com as palavras que nos são revelas ao coração. (Jo 14,15-16.26; I Cor 2,12-13; Lc 12,12) Por isso, misericórdia!...
Assim, posto, podemos meditar sobre o espírito que somos – perfeita imagem viva de Deus sobre a terra – e no corpo que temos, o móbil de nossa existência sobre este mundo. Ora, o espírito é inteligente, possui vontade própria, memória, imaginação e afetividade constante, e isso tudo se manifesta como fruto da união de nosso espírito com nosso corpo.
O espírito, que forma a unidade com o corpo e o personaliza cada vez mais forte como “alma vivente”, é na terra o homem perfeito, formador de nosso coração, isto é, de nossa razão e/ou consciência plena, conforme o livre arbítrio, a dimensão da graça de Deus, no mundo em que vivemos. Quer dizer: Deus nos criou com condições cerebrais para que o espírito possa interagir através de tudo que somos, criando a vida psíquica; isto é, a alma vivente, ou seja, o estado plenamente consciente, a razão e/ou a personalidade, caráter, com qualidades sentimentais e emocionais, perfeitamente capacitado pelo Criador a interagir e mover-se através do meio sensível da matéria onde mora e vive, a fim de que o homem possa crescer e se multiplicar sobre a face da terra (At 17,25-28) E quando alguém nasce com o cérebro atrofiado? Não terá condições para desenvolver uma alma perfeitamente normal.
Então, conclui-se que o homem, na sua estrutura trina – espírito, alma e corpo (Hb 4,12; I Ts 5,23) – é um misto, do céu e da terra, criado por Deus – sua imagem viva e perfeita – que tem por obediência de fé e carisma edificar, sob a égide divina, o Reino de Deus sobre a terra; a fim de que seu Filho, Jesus Cristo, venha reinar sobre seu povo; pois, tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1,16), pelo que aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude (Cl 1,19), para que seja restabelecida a paz sobre todas as coisas que há na terra e no céu.
Assim, portanto, o espírito é celeste, o corpo do homem é terreno e a alma é a semelhança da santidade de Deus; sem a qual não poderemos retornar ao seio do Pai, de onde viemos e para onde, indubitavelmente, retornaremos.
Ora, sem a alma santa, segundo a semelhança da santidade divina, jamais retornaremos a Deus. (Ap 7,14). Desse modo, o Senhor Jesus veio a este mundo para salvar o seu povo de seus pecados (Mt 1,21), consequentemente nos libertar da alma pecadora. (Rm 8,13). Resumindo, podemos dizer que Deus criou o homem à sua imagem (espírito) e semelhança (alma de santidade). Ora, pelo pecado original, o que o homem perdeu, em primeiro lugar? A alma santa ou, então, a santidade da alma.
O Senhor Jesus veio ao mundo para reinar sobre o que é seu, sobre tudo o que o Pai criou para o Reino de seu Filho amado. Ele sacrificou-se na cruz por amor do seu amor de fidelidade ao Pai, perdoando-nos os pecados e reconciliando-nos com Deus. Qual o objetivo desse amor bondoso, gratuito e misericordioso? “Anunciar a boa nova aos pobres, sarar os contritos de coração, anunciar aos cativos a redenção, restaurar aos cegos a vista, por em liberdade os cativos e publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Como vemos, no Reino do Filho de Deus, não haverá lugar para quem não tenha as vestes (a alma) lavadas, alvejadas e embranquecidas no sangue do Cordeiro (Ap 7,14), isto é, sem a santidade da alma.

João C. Porto

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