Plenitude
A fé, revestida da caridade do Amor, opera
tudo em todos, segundo Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Ainda que nossa fé
seja como um grão de mostarda neste mundo, fundamenta, desde a viva esperança,
todos os Dons, carismas, virtudes e frutos do Espírito Santo, e pela visão
profunda que neste mundo nos é concedida, no mundo vindouro, será em cada um
dos filhos e filhas de Deus, a visão beatífica através da qual veremos a Deus,
face a face.
Ora, o amor de Deus – Espírito Santo –,
que nos corresponde à presença do Pai – Verdade Eterna – e do Filho – Sabedoria e Fidelidade Supremas –,
que nos trouxe aos corações a luz divina, no final dos tempos, devolverá ao
ceio do Pai e do Filho todos os que
ressuscitarem em Cristo Jesus, os quais pela visão beatífica, que substitui
nossa fé interior, estarão face a face
diante do Senhor e único Deus, nossa luz e salvação.
Abaixo, continuaremos sob a visão de
amplitude do amor de Deus.
Amor Incondicional
O amor de Deus é gratuito e
incondicional! É gratuito, porque Deus é amor (I Jo 4,8) e, por isso, ama incondicionalmente
a todos, não porque somos bons; mas, porque sua bondade e misericórdia, para
conosco, são infinitas.
“Louvai ao Senhor todas as
nações, louvai-o todos os povos, porque sem limites é a sua misericórdia para
conosco, e eterna a fidelidade do Senhor” (Sl.116,1-2).
O amor gratuito é o amor que nos é dado de graça, eternamente; visto
que Deus nos criou por amor e para o
amor. Diz-nos a palavra de Deus: antes da eternidade, a terra nem existia e
Deus já nos amava; antes da criação das coisas mais antigas. Na verdade, antes
que fossem criados os abismos, já havíamos sido concebidos em seus desígnios de
amor eternos, muito antes que as águas brotassem das fontes.
O amor incondicional é próprio de Deus,
que nos ama com amor eterno e constante (Jr 31,3); isto é, que nos ama
independentemente de qualquer condição de nossa parte.
“Mesmo que as montanhas
oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará e jamais meu pacto de paz vacilará, diz o
Senhor que se compadeceu de ti” (Is 54,10).
O amor de Deus é o próprio Espírito
Santo, o qual, pelo batismo que recebemos na Igreja Una Santa, Católica e
Apostólica, habita em nossos corações, juntamente, com a graça, seus
respectivos dons e as virtudes da caridade, como vínculos da perfeição divina.
“Mas, acima de tudo, revesti-vos
da caridade, que é o vinculo da perfeição“ (Cl 3,14).
Assim o amor de Deus é:
Amor Gratuito
“Porque és precioso a meus olho, porque
eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti”
(Is 43,4).
“Fica tranquilo, pois estou contigo, do
oriente trarei tua raça, e do ocidente eu te reunirei. ‘Devolve-os!’ – direi ao
setentrião e ao meio-dia -: Não os retenhas! Traze meus filhos das longínquas
paragens e minhas filhas dos confins da terra”.
Amor Incondicional
“Eis o que diz o Senhor: no tempo
da graça eu te atenderei, no dia da salvação eu te socorrerei, (Eu te formei e
designei para fazer a aliança com os povos), para restaurar o país e distribuir
as heranças devastadas, para dizer aos prisioneiros: “saí!”. (Is 49,8).
“Pois ele diz: eu te ouvi no
tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo
favorável, agora é o dia da salvação” (II Cor 6,2).
Amor bondoso
“Louvai o Senhor porque ele é bom;
porque eterna é a sua misericórdia” (Sl 117,1).
A bondade de Deus ultrapassa todo o
entendimento e o seu amor bondoso dura para sempre e além da eternidade.
(Vulgata: Ex 15,18),
Por isso, “a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de
guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Fl 4,7)
Amor infinito
De longe me aparecia o Senhor: “Amo-te
com eterno amor; e por isso a ti estendi o meu favor”.
Amor filial
Vou publicar o decreto do Senhor.
Disse-me o Senhor: “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”. Pede-me; te darei por
herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo”. (Sl 2,7-8).
Amor de fidelidade suprema
Fiel é Deus, por quem fostes chamados à
comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor (I Cor 1,9).
Amor Ágape
Eu repreendo e corrijo aqueles que amo.
Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te.
“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir
a minha voz e me abrir à porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e
ele comigo. Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como
eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3,19-20).
Amor misericordioso
O Senhor Jesus Cristo nos afirma que são
três os fundamentais preceitos da Lei: a justiça,
a misericórdia e a fidelidade, “Eis o que é preciso
praticar em primeiro lugar, sem, contudo, deixar o restante” (Mt 23,23b).
“Bendito seja Deus, o Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação. Que
nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pelas consolações com
que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em
qualquer angústia!” (II Cor 1,3-4).
Ora, são Paulo nos diz:
“O Reino de Deus não é comida nem
bebida, mas Justiça, Paz e Alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17).
“O Reino de Deus não consiste em
palavras, mas em atos” (I Cor 4,20).
Qual a ordem que o Senhor Jesus Cristo
deu aos seus apóstolos?: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é
misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis e não sereis
condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no
regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida
com que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 6,36-38).
A misericórdia é o amor de compaixão, que
resgata a miséria dos corações; pois, o Senhor Jesus Cristo nos ensina,
dizendo: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”
(Mt 5,7).
João C. Porto
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