terça-feira, 29 de dezembro de 2009

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Missão Pastoral

Jesus Cristo não se atribuiu a si mesmo a glória de ser pontífice, porque esta lhe foi dada por aquele que lhe disse: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Sl 2,7); “Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedec” (Hb 5,6).
Ora, que nos diz o Senhor acerca de sua palavra? “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão” (Is 55,10-11)
Assim, de alguma forma, todos aqueles que receberam o munus pastoral terão que se colocar, com amor, mansidão e humildade, sob o jugo de uma missão que exige de cada um a responsabilidade da fé, da esperança, da vida nova (Ef 4,23-24) e da caridade do amor do Pai e do Filho; isto é, de tudo o que nasce, floresce e frutifica como princípio de vida eterna, objetivos indispensáveis da palavra que sai de Sua boca (Dt 3,8; Mt 4,4), como retorno da caridade divina para conosco.
Não é verdade que em Jesus, todos os batizados estão revestidos de Cristo (Gl 3,27), e já não são eles que vivem, porque é Cristo que vive neles (Gl 2,20)? Ora, o Espírito Santo, que conhece todas as coisas que são de Deus (I Cor 2,11b), dar-nos-á o conhecimento de todas as coisas que nos foram dadas por Deus (I Cor 2,12-13) e colocar-nos-á, no coração e nos lábios, as palavras de sabedoria que devem pronunciar, conforme o momento e a exigência de cada contexto de conversão dos filhos e/ou filhas de Deus. (cf. Mt 10,20; Lc 12,12)
Ora, repetimos muito um chavão verdadeiro: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Que significa isso? Ainda que, de alguma forma, todos se sintam capacitados ao anúncio do Evangelho, todos, sem exceção, necessitam ser capacitados por Deus. É como nos ensina S. Paulo: ‘...não que sejamos capazes por nós mesmos de pensar alguma coisa (sobrenaturalmente boa), como vinda de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos fez idôneos do Novo Testamento, não pela letra (da lei), mas pelo Espírito, porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (II Cor 3,5-6)
O princípio do essencial é sabermos que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus (Rm 8,14.16); pois, aqueles que não se deixam mover nem serem guiados pela direção amorosa do Espírito Santo, infelizmente, ainda não estão capacitados como convém ao exercício das pastorais, das comunidades e dos grupos de oração.
Ora, se não nos deixarmos ser instruídos, ensinados sobre a direção amorosa da graça que nos salva (Ef 2,8) e da unção que nos capacita da verdade sob a visão do olhar divino do Senhor, ainda que falemos de Deus, quem sabe, ainda não falamos com Deus; pois, essa amizade de intimidade é que nos leva a receber no coração, não só a perfeita vontade do Pai, mas toda a verdade que falou ao nosso coração, para que sejamos pastores, verdadeiramente, capacitados a falar ao seu povo, nossos irmãos, o que o Senhor, nosso Deus, nos instruiu como uma ordenação de tudo o que devemos falar, fazer e viver como fruto do que dEle recebemos na intimidade de nosso pequeno coração. A ordem é esta: falar primeiro com Deus, para que saibamos o que nos convém anunciar do Evangelho conforme o que Deus quer, para converter os pecadores, a partir de nós mesmos, como fiéis testemunhas do Senhor Jesus. (At 1,8) É de S. Tomás de Aquino essa jóia: “Ninguém pode chegar à herança daquela terra dos bem-aventurados, se não for movido e guiado pelo Espírito Santo”.

João C. Porto

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