quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Santificação da Alma


       Dons de Santificação da Alma


espirito-santo.jpg Espírito Santo possa, por eles, desenvolver nossas faculdades espirituais, transformando e santificando-as no amor de Deus.

01. Quantos são os dons de santificação do Espírito Santo são meios ou instrumentos concedidos aos batizados, a fim de que o próprio 

São sete:

Espírito de Sabedoria e de Entendimento, Espírito de Conselho e de Fortaleza, Espírito de Ciência e de Piedade, Espírito de Temor do Senhor.                                          

Obs.: O que Isais chama “Espíritos” é o que na técnica teológica se chama “Dons”.

Através dos Dons de santificação o Espírito Santo pode influir em nossas faculdades espirituais. Pela fé que temos no Senhor Jesus Cristo, somos movidos no caminho da graça; na medida em que o nosso coração amar mais e mais.

O entendimento e/ou inteligência é a faculdade mais sublime que o Senhor Deus nos deu. Por isso o Espírito Santo coloca em nosso interior quatro centelhas de luz, para ilumina-la ainda mais:

 “Sabedoria, Entendimento, Ciência e Conselho”.

Assim, pelo Dom do Entendimento alcançamos as verdades Divinas (Intus-Legere); e, para avaliar tais verdades dispomos de mais três Dons:


a) O Dom da Sabedoria, para julgar das coisas divinas;

b) O Dom da Ciência, para julgar das criaturas;

c) O Dom do Conselho, para regular e dispor os nossos atos.

Depois da Inteligência, a faculdade de maior nobreza da qual dispomos é à da vontade.

Assim, pois, ligado à faculdade da vontade, dispomos apenas de um Dom: O Dom da Piedade, que regula e dispõe nossas relações com os demais.

Então, finalmente, para desenvolver a área afetiva, dispomos de dois Dons, o de Fortaleza e do Temor de Deus.

Fortaleza, para tirar-nos o temor dos perigos, e o do temor de Deus, que modera os ímpetos desordenados das concupiscências da carne. (I Jo 2,15-17).

Desse modo, nas áreas das duas maiores faculdades de nosso espírito, a inteligência e a vontade, o Espírito Santo opera com tais dons de santificação, para inspirar-nos e mover-nos em todos os nossos atos da vida terrena.

Além disso, na nossa vontade, para melhor regular nosso comportamento moral, desfrutamos de duas grandes virtudes: a Esperança e a Caridade.

Segundo os estudiosos, estas duas virtudes chegam a serem superiores aos Dons, porquanto têm funções de virtudes e dons.

Na verdade, enquanto nossa razão se utiliza das virtudes para melhor regular nosso comportamento moral, o Espírito Santo, através dos Dons, regula sua direção maior de nossa vida.

Observemos que o profeta Isaías (Is 11,2-3) relaciona os Dons de santificação em pares:

- Espírito de Sabedoria e de entendimento.
- Espírito de Conselho e de Fortaleza;
- Espírito de Ciência e de Piedade;
- Espírito de Temor de Deus.

Ora, D. Luís M. Martinez nos diz que o primeiro de cada par é diretor do outro; e o Temor de Deus é dirigido diretamente pela Sabedoria, que é a diretora de todo os Dons.

Assim, a ordem por importância de cada Dom é a seguinte:

1- Sabedoria;
2- Entendimento;
3- Ciência;
4- Conselho;
5- Piedade;
6- Fortaleza e
7- Temor de Deus.

Ora, o Espírito Santo é a alma de nossa alma e a vida de nossa vida.
Por isso, Jesus Cristo disse a Samaritana: “Se tu conheceras o Dom de Deus, e quem é que te Diz: dá-me de beber, tu certamente lhe pedirias, e ele te daria uma água viva” (Jo 4,10).

Comecemos pelo Dom do temor de Deus, que é o menor de todos. Na verdade ele é o menor, enquanto relacionados com nossas fraquezas e limitações. Mas, como Dom do Espírito Santo é tão importante quanto os demais, pois a base de todos os Dons é o amor e o que vem do amor é perfeito (Col. 3,14).

Ora, no amor não há temor; o amor perfeito lança fora o temor, porque o temor supõe pena; e aquele que teme não é perfeito no amor. (I Jo 4,18).

Como é possível que da caridade nasça o temor de Deus?

O Temor servil ou temor de castigo é imperfeito, e, por isso, não procede do Espírito de Deus.

O temor filial corresponde ao Temor de Deus, porque é zelo do amor de Deus, é responsabilidade, é fidelidade e obediente; é temor que as pessoas que amam a Deus têm, de afastar-se dele, de ser-lhe desobediente, de ofendê-lo, de perdê-lo etc. É um temor que se encontra na base do amor. Por isso, exclui a imperfeição. O temor de Deus corresponde, igualmente, a uma ação do Espírito Santo, pelo que a alma teme a separação do amado; é zelo: “Se zeloso e arrepende-te”. (Ap 3,19b). “Esse temor filial, perfeito e amoroso, é o que se constitui o Dom do Temor de Deus”.

Pr: 1,7:- O Temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Os insensatos desprezam a sabedoria e a doutrina.

Assim como acontece na ordem natural, na ordem sobrenatural, as virtudes e os Dons têm seus graus.

O Dom do Temor de Deus, no primeiro grau, produz horror ao pecado e força para vencer as tentações.

É um sofrimento!... Até que somos vitoriosos pela nossa fé em Jesus Cristo (I Jo 5,4-5).

No segundo grau do Temor de Deus, a alma não apenas se afasta do pecado, mas adere a Deus com profunda reverência.
No terceiro grau, do Dom do Temor de Deus, temos um efeito maravilhoso, porque alcançamos a primeira das bem-aventuranças:

Mt 5,3:- Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

Assim, a Bem-aventurança da pobreza e do desprendimento é o fruto do Temor de Deus.
                              
Desse modo, contemplar o amor inefável, que é o Espírito Santo, é estar em união com Jesus Cristo. Devemos, pois, convidar o Espírito Santo, deseja-lo em nossos corações. Peçamos que viva em nosso interior e que não nos abandone jamais; que ilumine totalmente todo o nosso ser e que por seus Dons, verdadeiros instrumentos do amor de Deus, mova-nos para a vida eterna, vitória de plenitude em nosso Senhor Jesus 
Cristo.

João C. Porto.

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