terça-feira, 27 de julho de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS > Quem me dera!

Hoje eu gostaria de dizer como o sofrido Jó: “Quem me dera que minhas palavras fossem escritas, quem me dera que se imprimissem num livro com um ponteiro de ferro, e sobre uma lâmina de chumbo, ou que com cinzel se gravassem em pederneira! Porque eu sei que meu redentor vive, que no último dia ressurgirei da terra, serei novamente revestido da minha pele, e na minha própria carne verei meu Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o hão de contemplar, e não outro; esta é a esperança que está depositada no meu peito” (Jó 19,23-27 = Vulgata)

O Padre Hipólito Durazzo nos coloca numa viva esperança, como esta de Jó, quando nos afirma: “Custe Deus quanto custar, nunca será caro de mais”. Ora, eu preciso, tu precisas, ele ou ela precisa, nós precisamos, vós precisais e eles ou elas precisam da fé, da esperança e da força do amor de Deus que fortalecia o coração de Jó; porque Jó foi muito mais além de tudo isso, quando, diante do Senhor, disse: “Meus ouvidos tinham escutado falar de ti, mas agora meus olhos te viram. É por isso que me retrato, e arrependo-me no pó e na cinza” (Jó 42,5).

Não é verdade que Deus se deixa encontrar por todos aqueles que o procuram?

Ouçamos bem o que o Senhor nos falou, ainda, na Antiga Aliança: “E quando lá buscares o Senhor teu Deus, encontrá-lo-ás, contanto, porém, que o busques de todo o teu coração e com toda a contrição de tua alma. Depois que tiverem acontecido todas as coisas que foram preditas, voltar-te-ás nos últimos tempos para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz. Porque o Senhor teu Deus é um Deus misericordioso; não te abandonará, nem te extinguirá inteiramente, nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais” (Dt 4,29-31).

Você sabe o que significa buscar o Senhor “de todo o coração”? Sinto em meu coração que uma boa parte, certamente, o sabe! Mas, por causa daqueles que são pequenos como eu, vou lhes dizer algo, resumidamente. Noutra oportunidade, se o Senhor trouxer ao meu coração a simplicidade de sua palavra, então, escreverei como Ele me instruir. Entretanto, buscar a Deus de todo o nosso coração é buscá-lo na totalidade do nosso ser, desde o mais íntimo e profundo até a aparência de nossa própria pele. Com isto, diz-me meu coração: “com toda a pontecialidade de nosso espírito, de nossa alma e de todo o nosso ser”; sob a direção amorosa do Espírito Santo; que nos guia como filhos e filhas de Deus (Rm 8,14. l6.26-27); pois, para tal abertura de vida espiritual, é Ele que nos instrui, ensinando-nos divinamente o caminho sob a acessibilidade da vontade do Senhor sobre nossa vontade, para que humildes e mansos, o Espírito Santo seja verdadeiramente nossa vida e direção, e assim nos dirija, fitando-nos com seus próprios olhos.

Que nos ensina o profeta Jeremias? “Bem conheço os desígnios que mantenho para convosco – oráculo do Senhor –, desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro e uma esperança. Invocar-me-eis e vireis suplicar-me, e eu vos atenderei. Procurar-me-eis e me haveis de encontrar, porque de todo o coração me fostes buscar. Permitirei que me encontreis – oráculo do Senhor; e vos trarei do cativeiro e vos irei buscar em todas as nações e em todos os lugares por onde vos dispersei – oráculo do Senhor – para reintegrar-vos no lugar de onde vos exilei” (Jr 29,11-14).

Estas palavras do Senhor, através do profeta Jeremias, nos remontam aos novos tempos da plenitude em que vivemos – tempos de justiça, de paz e de alegria no Espírito Santo – tempos em que o Reino de Deus se estabelece sobre a face da terra, através dos corações convertidos a Cristo Jesus, todos os que participam da ágape da vida, em cuja mesa é partilhado o pão místico do banquete divino; isto é, o pão vivo que desceu do céu para a salvação do mundo. (Jo 6,51)

Assim, Senhor nosso Deus desenvolve a nosso favor a pedagogia mais simples e sábia do seu coração, para nos atrair através dos dons, das virtudes e dos frutos do sabor divino de sua caridade, a fim de que nossos corações se engracem do seu bondoso e infinito coração, para que vivamos abundantemente e todo o bem nos aconteça. “Eis o que diz o Senhor: no tempo da graça eu te atenderei, no dia da salvação eu te socorrerei. (Eu te formei e designei para fazer aliança com os povos), para restaurar o país e distribuir as heranças devastadas, para dizer aos prisioneiros: “Saí!”E àqueles que mergulham nas trevas”: “Vinde à luz!” Ao longo de todo o trajeto terão o que comer. Sobre todas as dunas encontrarão seu alimento. “Não sentirão fome nem sede; o vento quente e o sol não os castigarão, porque aquele que tem piedade deles os guiará e os conduzirá às fontes” (Is 49,8-10).

O amor de Deus tem laços de caridade que nos acolhem desde o princípio, que não cessam de nos afagarem durante e ao final, no seu repouso, com afagos de justiça, de misericórdia, de fidelidade e de paz e alegria no Espírito Santo. Por isso, São Paulo repete para todos: “Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo vavorável, agora é o dia da salvação” (II Cor 6,1-2). São Paulo, ainda, nos diz que Deus está perto: “Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra”. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós. Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: “Nós somos também de sua raça...” (At. 17,26-28).

Ora, Deus é Deus de Deus, Amor do Amor e vida que nos alcança constantemente com os laços da esperança viva, que pela fé nos preenche e conduz em seus afagos amorosos, por toda a eternidade e além da eternidade.

Quem da face da terra ousaria esquecer aquele que nos fala ao coração, dizendo?: “Eis o que diz o Senhor, aquele que te criou e te formou: nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, tu és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá. Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reino por ti, entrego nações em troca de ti. Pois, todos aqueles que invocam o meu nome eu os criei, os formei e os fiz para minha glória” (Is 43,1-2.4.7). Filhinhos!... “Eu te amei com amor eterno e sou constante na minha afeição por ti” (Jr 31,3). Não sabes que tenho o teu nome gravado na palma da minha mão? Jamais me esquecerei de ti! “Buscai ao Senhor, já que ele se deixa encontrar; invoca-o já que está perto” (Is 55,6). “Então tua luz surgirá como aurora, e tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se; tua justiça caminhará diante de ti, e a glória do Senhor seguirá na tua retaguarda. Então às tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus gritos, dirá”: “Eis-me aqui!” (Is 58,8-9). “Ainda que os montes sejam abalados e tremam as colinas, a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não se mudará, diz o Senhor, compadecido de ti” (Is 54,10). E ainda te digo mais, diz o Senhor: “Ponde dez vezes mais zelo em procurar-me” (Bar 4,28); pois “quem tocar em ti, toca na menina dos meus olhos” (Zc 2,8 = Vulgata ou Zc 2,12 = Ave Maria).

Irmãos e irmãs, o Senhor é à força do teu coração e a tua herança eterna. (Sl 72,26). Não temerás coisa alguma, pois Ele é a tua luz e salvação. Ele é o defensor de tua vida. (Sl 26,1)

O Senhor, agora, diz para mim e para você: “Invoca-me, e eu te responderei, revelando-te grandes coisas misteriosas que ignoras” (Jr 33,3).

Sinto em meu coração o “basta”, por esse momento. Por isso, encerro com uma “palavra” do Senhor Jesus Cristo, nossa salvação e ressurreição: “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora” (Jo 6,37), mas, eu hei de ressuscitá-lo no último dia. (Jo 6,44b)

João C. Porto

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