Fé, Esperança e Caridade.
A fé, a esperança e a caridade são
chamadas de virtudes teologais, porque são princípios e fundamentos da doutrina
cristã, relativamente ao conhecimento de Deus; pois, ninguém pode se achegar a
Deus senão a partir de Sua palavra, através destas três virtudes.
Não podemos achegar-nos a Deus se não
crermos que ele existe, e que é remunerador dos que o procuram.
“Ora, sem fé é impossível agradar a
Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele
existe e que recompensador dos que o procuram” (Hb 11,6).
O apóstolo Paulo nos ensina que
destas três virtudes, a maior delas é a caridade. (I Cor 13,13).
Assim, como explicar? É que a fé é o
fundamento da esperança e a certeza das coisas que não se vêm; a esprança é a
espera, como luz divina dos olhos de nossos corações, através da qual podemos vislumbrar,
desde agora, os bens da herança que Deus tem reservada aos santos.
Caridade, no entanto, que é vinculo
de todas as perfeições (Cl 3,14), é, por isso, o fundamento da fé e da
esperança, através da justiça, misericórdias e fidelidade, os três principais preceitos
da lei. (Mt 23,23b).
Diz-se sempre que caridade é amor, e
que, amor é caridade. Entretanto, observamos de alguma realidade intrínseca, que
a caridade como a bondade infinita de todas as perfeições da atividade do amor
de Deus, é o exercício do amor a partir de nossos corações.
“Aquele que não ama não conhece a
Deus, porque Deus é amor” (I Jo 4,8).
Ora, o amor é fruto do conhecimento. A
caridade do amor, no entanto, é vínculo de perfeição da atividade divina, no
céu e na terra, a partir dos corações, desde o coração do Senhor em nossos humildes
corações.
O que São Paulo nos instrui?
“Que diz a Escritura, a final? A
palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração (Dt 30,14). Essa é a palavra da fé que pregamos” (Rm
10,8).
- Por que a caridade é maior do que a
fé e a esperança?
Porque é amor e, por isso, na outra
vida, no paraíso com o Senhor Jesus, somente a caridade permanece, é próprio do
amor e, aqui, entre nós, para que nossa fé opere pela caridade do amor de Deus.
(Gl 5,6).
“A caridade jamais acabará. As
profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará”
(I Cor 13,8).
Na outra vida, diante do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, não há esperança; pois, como podemos esperar a
herança dos santos, se já a possuímos?
A fé, já não terá sentido, pois será substituída
pela visão beatífica.
“Com efeito, não me envergonho do
Evangelho, pois, ele é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que
crê, ao judeu em primeiro lugar e depois ao grego. Porque nele se revela a
justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo
viverá pela fé” (Rm 1,16-7 = Hab 2,4).
Assim, pois, a fé nos vem pela
pregação da palavra de Cristo!...
“Logo, a fé provém da pregação e a
pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17).
Como se pode observar, a fé é uma
virtude; mas também um dom carismático; isto é, um dom de poder, que cura, opera
milagres, sinais e prodígios (I Cor 12,8-11).
O que referente à ressurreição de
Lázaro, disse o Senhor Jesus a Marta?
“Eu sou a ressurreição e a vida.
Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e
crê em mim, jamais morrerá. Crés nisto?” (Jo 11,25-26).
“Não te disse eu: se creres, verás a
glória de Deus” (Jo 11,40).
Ora, sobre a fé, muitas coisas o
Senhor Jesus nos falou:
“Tudo o que pedirdes com fé na
oração, vós o alcançareis” (Mt 21,22).
“Por isso vos digo: tudo o que
pedirdes na oração, crendo que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
“Disse o Senhor Jesus: “Se tiverdes
fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-e
no mar, e ela vos obedecerá” (Lc 17,6).
O que São Paulo falou da esperança e
da caridade, para bom proveito de nosso estudo?
“A esperança não engana. Porque o
amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado” (Rm 5,5).
“Mas, acima de tudo, revesti-vos da
caridade, que é o vinculo da perfeição” (Cl 3,14).
“Estar circuncidado ou incircunciso
de nada vale em Cristo Jesus, mas sim a fé que opera pela caridade” (Gl 5,6).
“A caridade é paciente, a caridade é
bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem
escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda
rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa
tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (I Cor 13,4-7).
As virtudes desse nosso estudo são
sete: “Fé, esperança e caridade” (teologais): “temperança, prudência, justiça e
fortaleza” (cardiais e/ou morais).
“Presta atenção às minhas palavras,
aplica teu coração à minha doutrina, porque é agradável que as guardes dentro
de teu coração e que elas permaneçam e transbordem de teus lábios” (Pr
22,17-18).
Na realidade, as palavras de Deus
transbordam de nossos lábios, a partir de quando somos ensinados e conduzidos pelo
Espírito Santo. Rm 8,14.16.26-27).
“Mas o Paráclito, o Espírito santo,
que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará
tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,26).
João C. Porto
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