sábado, 15 de outubro de 2011

Os Sentidos da Palavra de Deus

Aprofundando a Boa nova do Senhor
Jesus Cristo

PJ Nº 02

Os Sentidos da Palavra de Deus

Aprofundar, no sentido espiritual da palavra de Deus, que nos conduz à vida no Senhor Jesus, entre irmãos, na Igreja e no mundo em que vivemos, é lançarmos as redes sobre as águas mais profundas!...Intelegere: ler por dentro da verdade revelada nas Escrituras Sagradas. Compreender para conhecermos o teor da verdade integral (Jo 16,13) como realmente ela deve ser interiormente, vivida.

Conhecer para amarmos a Deus, a nós mesmo e ao próximo, de todo o espírito, de toda a alma e de todo o coração e, finalmente, amar para vivermos sob o temor de Deus, deixando-nos ser conduzidos sob a direção amorosa do Espírito Santo, a fim de que alcancemos a estatura de homem feito, segundo a maturidade da idade de Cristo. (Ef 4,13)

Os sentidos da Escritura Sagrada, segundo o Catecismo da Igreja, são dois:

a) O sentido literal

b) O sentido espiritual

Sendo que o sentido espiritual sobdivide-se em três, perfazendo, assim, cinco sentidos:
Sentido literal: É o sentido significado pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese que segue as regras da correta interpretação. “Omnes sensus fundantur super litteralem – Todos os sentidos (da Sagrada Escritura) devem estar fundados no literal”.

1. Sentido espiritual. Graças à unidade dos desígnios de Deus, não somente o texto da Escritura, mas também as realidades e os acontecimentos de que ele fala, podem ser sinais.

2. O sentido alegórico. Podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos acontecimentos, reconhecendo a significação deles em Cristo; assim, a travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também do Batismo.

3 0 sentido moral. Os acontecimentos relatados na Escritura podem conduzir-nos a um justo agir. Eles foram escritos “para a nossa instrução” (I Cor 10,11).

4. O sentido anagógico. Podemos ver realidades e acontecimentos na sua significação eterna, conduzindo-nos (em grego: “anagoge”) para a nossa Pátria. Assim, a Igreja na terra é sinal da Jerusalém celeste.

Obs.: A letra ensina o que aconteceu; a alegoria, o que devemos crer; a moral, o que devemos fazer; a anagogia, para onde devemos caminhar.

O Espírito Santo é perene em nós

É-nos necessário que o Espírito Santo esteja presente, eternamente, em nossos corações; pois, além de sermos templos de Deus, onde habita o Espírito de Deus, nosso corpo é templo do Espírito Santo. (I Cor 3,16; 6,19-20).

Amor a Jesus Cristo

O importante é que amemos a Jesus, nosso único Senhor e Salvador, que conheçamos o seu amor que excede toda a ciência, para que estejamos cheios da plenitude de Deus. (Ef 3,19)

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco” (Jo 14,15-16).

“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,26).

Respondeu-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e faremos (nele) nossa morada” (Jo 14,23)

Unidade na Igreja

“Exorto-vos, pois – prisioneiro que sou pela causa do Senhor – que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade. Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos (Ef 4,1-6).

Diversidade de funções

“Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo, pelo que diz: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens (Sl 67,19). Ora, que quer dizer ele subiu, senão que antes havia descido a esta terra? Aquele que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.

A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo (Cristo total), até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo. “É por ele que todo o corpo – coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria – efetua esse crescimento, visando à sua plena edificação na caridade” (Ef 4,7-16).

Premente exortação. O apóstolo prediz a morte

“Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério. (II 4,1-5). Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.” (II Tm 4,1-8).

João C. Porto

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