sábado, 15 de outubro de 2011

Espirito Santo e seus Dons

Aprofundando a Boa Nova do

Senhor Jesus Cristo

PJ 05

Espírito Santo e seus dons

No Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre as nossas almas para enchê-las com sua luz, aquecê-las com seu fogo e revesti-las com sua unção amorosa. Desejamos que em nosso Pentecostes pessoal, o Espírito Santo nos encha com sua luz e com o seu amor.

Para os filhos e filhas de Deus é importante invocar constantemente, sem cessar, o Espírito Santo, como o faz sempre a Santa Igreja do Senhor.

- Vinde, Espírito Santo!

- Vinde, Espírito Criador!

- Vinde, Pai dos pobres!

- Vinde, Luz dos corações!

- Vinde, consolador das nossas almas!

Ora, se o chamamos é porque o desejamos; e se o desejamos é porque o amamos. Entretanto, para amá-lo faz-se mister conhecê-lo.

“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo 4,8).

São Paulo nos afirma que Deus, além de ser o único que possui a imortalidade, habita em luz inacessível (I Tm 1,16). Todavia, “se essa luz é inacessível às nossas forças, é acessível aos dons que recebemos de Deus”, através do Espírito Santo que nos foi dado e habita em nossos corações; pois, somos templos vivos de Deus. (I Cor 3,16)

- Que nos diz Dom Luiz M. Martinez?

“Com a luz da fé, com os olhos iluminados do nosso coração, podemos penetrar as sombras do mistério e contemplar, atônitos, as maravilhas de Deus”.

Não é verdade que no dia do nosso batismo recebemos este mundo sobrenatural que todo o cristão traz, integralmente, na alma?

- A graça que é uma participação nossa da natureza de Deus. (I Pd 1,13-15).

- As virtudes teologais que nos põem em contacto imediato com o divino. (I Cor 13,13).

- As virtudes morais que servem para orientar e ordenar toda a vida (Sb 8,7).

- Os dons do Espírito Santo, receptáculos misteriosos e divinos para captar as suas inspirações e moções amorosas em nossos corações.

- A unção da graça que se caracteriza como a Verdade Eterna, a Fidelidade Suprema e a Bondade Infinita que estará sempre em nosso ser como o frescor da brisa orvalhada da hipóstase do Senhor Jesus em nós, pela qual formamos na liberdade do amor (II Cor 3,17) e na sua união hipostática, um só espírito com Ele (I Cor 6,17).

Assim nos ensina Dom Luiz M. Martinez:

“Enquanto possuímos a graça, possuímos também os dons; não é algo passageiro, é algo estável, algo que trazemos em nosso coração constantemente; a graça não pode existir sem os Dons e num coração não podem existir a graça e os dons sem que esteja ali também o Espírito Santo, que é o diretor divino da nossa vida espiritual.”

Assim, “Os dons do Espírito Santo não são necessários somente para as grandes obras dos santos; também em nossa vida cotidiana, muitas vezes agimos sob o influxo dos Dons do Espírito Santo”.

São Tomás de Aquino, cuja autoridade é indiscutível na Igreja, ensina-nos que para alcançar a salvação de nossa alma são indispensáveis os Dons do Espírito Santo; sem eles não poderemos realizar a obra da nossa santificação.

“Ninguém pode chegar à herança daquela terra dos bem-aventurados, se não for movido e guiado pelo Espírito Santo” (Sato. Tomás de Aquino).

“Tanto as virtudes, quanto os dons são preciosas sementes que têm necessidade de serem cultivadas. Assim, nosso trabalho, nosso esforço de cristãos consiste em ir cultivando com cuidado especial estes germes preciosos que Deus depositou em nossa alma”.

Assim nos fala S. Paulo: “Vigiai, pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios que aproveitam ciosamente o tempo, pois os dias são maus. Não sejais imprudentes, mas procurai compreender qual seja a vontade de Deus. Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor. Rendei graças, sem cessar e por todas as coisas, a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5,15-20).

“Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal” (I Ts 5,19-22).

“Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da vossa Redenção” (Ef 4,30).

Como desenvolver em nós os dons do Espírito Santo?

Que podemos e devemos fazer para que estes instrumentos preciosos, finíssimos, divinos, que o Espírito Santo emprega para nossa santificação, alcancem em nós seu desenvolvimento completo?

Conforme nos ensina Dom Luiz M. Martinez são três coisas.

- A primeira, conforme nos ensina o Santo doutor, é desenvolver em nossos corações a caridade, porque a raiz de todos os dons é a caridade.

“Quando se ama, mesmo com o amor terreno, têm-se intuições para descobrir os pensamentos e os desejos da pessoa amada que não podem ser substituídas por nenhuma ciência”.

Desse modo, na mesma proporção em que a caridade aumenta, aumentam também e se desenvolvem os Dons do Espírito Santo em nossos corações.

A segunda coisa consiste em desenvolver em nós as virtudes; pois, as virtudes estão a nossa disposição. São elas as ferramentas do nosso trabalho espiritual.

“Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).

“A terceira coisa que podemos fazer para que se desenvolvam em nós os Dons do Espírito Santo, consiste em sermos dóceis às suas inspirações”.

Diz-nos, finalmente, Dom Luiz M. Martinez: “Como é triste que, tendo em nossas almas estes preciosos instrumentos do Espírito Santo, por nosso pouco cuidado não ouçamos a sua voz deliciosa, as suas santas inspirações!”

João C. Porto

Nenhum comentário:

Postar um comentário