Vida da Palavra de Deus
O primeiro homem foi feito da terra
(Gn 2,7), modelado por Deus, e, infundido nele Seu sopro de divino.
“O Espírito de Deus me fez e o sopro
do Todo Poderoso me deu vida” (Jó 33,4).
Da costela do homem Deus fez a mulher
(Gn 2,22) e, por isso, somos todos descendentes desse primeiro casal, visto que
seu matrimônio foi abençoado pelo próprio Criador.
“Abençoando-os, Deus disse-lhes:
crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra” (Gn
1,28).
Ora, como podemos observar, a bênção
matrimonial é uma consagração divina.
“Ele” fez nascer de um só homem todo
o gênero humano, para habitar em toda a face da terra; fixou a ordem dos tempos
e os limites de sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e se
esforcem por encontra-lo, mesmo às apalpadelas, embora ele não se encontre
longe de cada um de nós. É nele, realmente, que vivemos nos movemos e existimos
como também o disseram alguns dos vossos poetas: “pois nós somos também da sua
estirpe” (At 17,25-28).
Todavia, pelo pecado original, o
homem tornou-se infiel ao Criador, cujo mal se estendeu as gerações seguintes.
“Com efeito, todos pecaram e todos
estão privados da glória de Deus” (Rm 3,23).
Ora, como nos ensina São Paulo, o
homem feito da terra é terreno, mas aquele que veio do céu é celestial.
“O primeiro homem, tirado da terra, é
terreno; e qual o homem celestial, tais os homens celestiais” (I Cor 15,47-48).
Assim, como do homem terreno foi
feito a mulher, e daí as gerações vindouras, veio, também, da mulher pura; isto
é, concebida sem pecado; porquanto, santa e imaculada – pois, no seio de sua
mãe, Ana – passou pela redenção preservativa, no sangue do Cordeiro –, o homem
celestial que Deus Pai enviou ao mundo; o segundo Adão, para a missão salvífica
do seu povo.
“Ela dará à luz um filho, a quem
porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt
1,21).
Foi Ele, Jesus Cristo, o Filho
Unigênito do Deus Altíssimo, que nos resgatou da morte do pecado, que
ressuscitou e está sentado à direita de Deus Pai, no Seu trono.
“Se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram” (I
Ts 4,14).
“Ao vencedor concederei assentar-se
comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai, no seu
trono” (Ap 3,21).
“O vencedor herdará tudo isso; e eu
serei seu Deus, e ele será meu filho” (Ap 21,7).
A palavra de Deus nos dá essa
segurança da fidelidade suprema de Seu Filho Jesus Cristo, o Senhor. (Fl 2,5-11).
Assim sendo, o Senhor Jesus está
sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus, tão superior aos anjos
quanto excede o deles o nome que herdou; pois Deus o constituiu herdeiro
universal, pelo qual criou todas as coisas, e tudo sustenta, o universo inteiro,
com o poder da sua palavra. (Hb 1,1-8).
Assim, é dele e em seu nome que
aguardamos, na esperança, a herança reservada aos santos. (Ef 1,18).
Finalmente, compreende-se que, do
homem celestial, Jesus Cristo, pelo Espírito Santo que o fez no seio da Virgem
Santíssima, está sendo formada a nova geração do povo de Deus; isto é, a
geração dos ressuscitados, cujas primícias são dEle mesmo; pois teremos que
ser, em Cristo Jesus, filhos e filhas de Deus (Rm 8,14.16.26-27); e, consequentemente,
pelo que percebemos no coração, superiores aos anjos; mas, exclusivamente, por
méritos do Senhor Jesus Cristo, nossa salvação, ressureição e glória.
“Então, um dos anciãos falou comigo e
perguntou-me: “Estes que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde
vêm”? Respondi-lhe: “Meu Senhor, tu o sabes”. E ele me disse: “Estes são os
sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no
sangue do Cordeiro” (Ap 7,13-14).
João C. Porto
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