domingo, 10 de junho de 2012

A Face da Bondade de Deus



Eu vi a face da bondade de Deus!... Por isso, agora, atrevo-me escrever sobre um assunto muito íntimo: a visão dos corações apaixonados de Deus; quando, num instante especial e divino, Deus se vê através dos olhos dos corações de seus filhos e filhas amados.
O que me veio ao coração para explicar esse momento especial da visão infusa dos corações adquiridos por Deus? Certamente, quando, de forma incondicional,  colocamos total confiança no Altíssimo, El Shadday, Aquele que É Senhor Javé!
 Assim, pois, reporto-me ao instante divino da criação do primeiro homem sobre a face da terra, como o sofrido Jó tão bem retratou com estas palavras: “O Espírito de Deus me criou, e o sopro do Todo-poderoso me deu a vida”     (Jó 33,4).
Ali, tendo Deus, com suas próprias mãos, modelado o primeiro homem do barro da terra (At 17,26-28) – não do ouro, da prata, do diamante ou qualquer outra pedra preciosa - e, soprando em suas narinas para que a obra-prima de suas mãos se tornasse alma vivente, viu-se dentro dele; pois, acabara de edificar o templo vivo de sua morada sobre a terra. (Ef 2,19-22)
Vejamos o que o Senhor Jesus nos fala: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23).
Foi assim com o primeiro Adão, e aprouve a Deus Pai renovar sua aliança, em definitivo, através do segundo Adão, Jesus Cristo, seu Filho amado, em quem pôs todas as suas complacências. (Mt 3,17).
 Sabemos que Deus é bom e que sua misericórdia é eterna! O Salmista nos diz: “Provai e vede como o Senhor é bom. Feliz é o homem que se refugia junto dele” (Sl 33,9).
Ora, “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo 4,8). De coração, já nos deparamos com uma verdade inconteste: O amor é fruto do conhecimento da verdade integral (Jo 16,13).
Então, Deus é a bondade infinita, e, como ele está em todo o lugar, até mesmo de nossos corações, contempla os bons e os maus          (Pr 15,3). Na verdade, nada se oculta ao seu divino olhar!...
Assim, o Espírito Santo pereniza a visão beatífica da bondade da face de Deus nos corações daqueles que lhe são íntimos, na palavra da verdade (Dt 11,18), na justiça, na misericórdia, na fidelidade (Mt 23,23b), na vida de oração (Lc 18,1), na Eucaristia do pão místico do banquete divino (Jo 6,51; Ap 3,20), na Igreja Católica, cujo Papa atual é Bento XVI e, principalmente, nos momentos especiais em que a face de sua bondade misericordiosa se revela aos corações  que, ainda, aqui, sobre a  terra, são templos vivos da habitação da Trindade Santíssima. (I Cor 3,16; 6,19-20)
Não é verdade que o Espírito Divino, pelo constante influxo de seus Dons, regenera e renova o espírito, a alma e todo o ser mais íntimo e profundo de seus filhos e filhas, pelo pentecostes pessoal e constante em seus corações, inserindo-nos no Cristo total?
Assim, pela graça que nos salva mediante a fé em Cristo, Jesus, há um pentecostes pessoal, íntimo, afável, misericordioso e indizível, um ascese de intimidade devocional entre o Senhor e irmãos que vivem da fé. (Hab 2,4; Rm 1,17).
Desse modo, estamos revestidos da natureza divina, e, sobretudo, pela participação do pão místico do banque celestial, tornando-nos, por liberalidade de Deus, concorporeos com Cristo, o Senhor de nossas vidas.
 ”Nele, também, vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação e tendo crido nele, fostes selados com o selo do Espírito Santo que, outrora, fora prometido” (Ef 1,13). Esse selo é a própria face da bondade de Deus; assim como a caridade em nossos corações é a face do próprio Espírito Santo em nós. Por isso, acreditamos o porquê São Paulo nos adverte, dizendo: “não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da vossa redenção. (Ef 4,30).
Este selo é a marca indelével da face da bondade de Deus!...
 Desse modo, quando, em vezes consoladoras, se olha para os irmãos em Cristo, com o olhar engraçados de sua graça, o coração, sob o influxo amoroso do Espírito Santo, vê coisas que não vemos, porque é o próprio Deus que vê tudo em nós, quando nos movemos pelo caminho da porta estreita (Mt 7,14). Por isso, ele nos instrui e nos ensina todas as coisas, fitando em nós seus próprios olhos (Sl 31,8); como ele mesmo nos falou, para a consolação em toda viva esperança, relativamente à herança reservada aos santos (Tt 3,4-7). E disse mais: “quem vos toca, toca a menina dos meus olhos” (Zc 2,12 = Vulgata 2,8).
Outrossim, algumas vezes, até mesmo na “Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica (Calcedônia, 451)”, quando se olha para os irmãos e irmãs em Cristo, com os olhos do coração engraçado de Deus, ver-se no rosto dos amados do Senhor a face da bondade de Deus, como luz tênue que por ser mesmo assim tão singela, alcança os olhos dos corações, para verem alí, contemplando a bondade divina, como Deus se nos apresenta com a face de sua bondade, do jeito que ele o é em cada um de seus filhos e filhos queridos, da unidade do seu coração em Cristo, Jesus, com olhar de simplicidade.
Poderia afirmar, exclusivamente, para glória e louvor de Deus, nosso Pai amado, que já experimentei, também, essa graça, na face daquela que convive e partilha comigo, na mansidão e humildade do Senhor Jesus Cristo, minha esposa, Zuleica.
Mas agora, o motivo pelo qual estou escrevendo este testemunho, sob o influxo da luz do Santo Espírito, é outro.
Há quatro dias pretéritos, pela madrugada, acordei e desmaiei com disritmia cardíaca e, por isso, fui parar na UTI do Prontocárdio. Após dois dias, já restabelecido, no quarto hospitalar, recebemos, no horário da noite, a agradável visita de Zilete Porto Caminha, cunhada, irmã de Zuleica.
Enquanto conversávamos, pude ver em seu rosto a face da bondade de Deus. Essa face inexplicável, que às vezes transparece em brilho de luz inacessível, através dos Dons do Espírito Santo que se nos move o coração, e que faz parte das coisas simples de ubiqüidade da presença sublime do Senhor em nossos ser, a casa que habitamos aqui sobre a terra..  


João C. Porto

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