Divina Sabedoria
DS Nº 12
(A Palavra de Deus)
Santificação de Nossa Alma
É importante saber:
Então Deus disse: “Façamos o homem à
nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26a), como o Senhor Jesus falou à samaritana:
“Deus é Espírito” (Jo 4,24).
Assim, o espírito do homem é a “imagem
viva e perfeita” do Criador; enquanto a nossa alma é o “coração”, em sua
estrutrua de santidade.
Deus disse: “Achei Davi, filho de Jessé,
homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades” (At. 13,22).
“Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus” (Mt 5,8).
“Procurai a paz com todos e a santidade,
sem a qual ninguém pode ver da Deus” (Hb 12,14).
“Esses são os sobreviventes da grande
tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap
7,14b).
Obs.: Imagem de Deus = Espírito do
homem.
“Deus criou o homem para a imortalidade,
e o fez à sua imagem e semelhança” (Sb 2,23)
Semelhança de Deus: A alma santa.
Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo
veio ao mundo para libertar o homem (o eu) da alma pecadora?
Jesus dizia aos judeus que nele creram:
“Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos;
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,31-32).
“Se, pois, o Filho vos libertar, sereis
verdadeiramente livres” (Jo 8,36).
Ora, o Senhor Jesus Cristo, no
sacrifício do Calvário, perdoou-nos os pecados e reconciliou-nos com Deus,
nosso Pai; a fim de que, regenerados e renovados pelo batismo do Espírito Santo
(Tt 3,5), quando de nossa libertação material, subamos a presença do Senhor,
revestidos da alma de santidade, sem a qual ninguém poderá ver a Deus. (Mt 5,8;
Hb 12,14)
Por isso, o Senhor, nosso Deus, nos diz:
“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo” (Lv 19,2)
“Vós sereis para mim um reino sacerdotal
e um povo santo” (Ex 19,6).
“A exemplo da santidade daquele que vos
chamou sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito:
“Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (I Pd 1,15; Lv 19,2).
Como o Espírito Santo nos santifica,
santificando nossa alma através dos Dons infusos; isto é, Dons de santificação
do Espírito Santo. (Is 11,1-2)
Na verdade, o próprio Espírito Santo
infunde seus Dons em nós, fixando-os no núcleo mais íntimo e profundo do nosso
ser, no núcleo central da vida, em nosso coração, como ferramentas próprias de
suas inspirações, revelações e moções santificadoras de todo o nosso ser. É
obra exclusiva de sua propriedade; somente Ele pode realizá-la. Apenas, nós a
desejamos e a assentimos em o nome glorioso do Senhor Jesus Cristo, nossa
salvação, ressurreição e glória.
Ora, o doce hóspede de nossa alma, o
Espírito Santificador, desperta em nós, a partir da palavra de nossa salvação:
a fé, a esperança e a caridade do amor do Pai e do Filho, as virtudes de suas perfeições
divinas.
“Logo, a fé provém da pregação e a
pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17).
“A esperança não engana. Porque o amor
de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”
(Rm 5,5).
“Mas acima de tudo, revesti-vos da
caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).
Assim, pois, o homem renasce da água e
do Espírito (Jo 3,5) para a vida nova do Reino de justiça, de paz e alegria do
Espírito Santo (Rm 14,17), pela renovação da mente, como homem novo criado por
Deus, na verdadeira justiça e santidade. (Ef 4,23-24).
Quando cremos em Deus e vivemos de fé
para fé na palavra de Deus, que está no coração e na alma, o Espírito Santo,
livremente, toma posse de todo o nosso ser e, através dos dons e das virtudes,
principia o aperfeiçoamento dos filhos e filhas de Deus, a partir de nossas
potências interiores, as faculdades do nosso espírito, a saber:
- Inteligência
- Vontade
- Memória
- Imaginação
- Afetividades
Ora, essa batalha é árdua, porque sob o
influxo de nossas faculdades temos os sentidos e/ou as concupiscências, como
nos fala o apóstolo João em sua carta:
“Não ameis o mundo nem as coisas do
mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há
no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida – não procedem do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas
concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente” (I Jo
2,15-17).
Os sentidos, geradores das
concupiscências:
- Visão
- Audição
- Olfato
- Paladar
- Tato
Ora, com os Dons de santificação e suas
respectivas virtudes, o Espírito Santo, que recebemos no batismo da Igreja e
habita em nós (I Cor 3,16; 6,19-20), com nossa aquiescência, opera
profundamente em nós, para nos santificar em todas as áreas de nossas
faculdades espirituais.
Para nossa santificação, o Dom do
entendimento, que corresponde à inteligência sobrenatural, é a porta que o
Espírito Santo nos abre para que sejamos santificados, também, através dos
demais Dons, a fim de que possamos compreender o que Deus nos fala
relativamente no íntimo do profundo das verdades reveladas, em sua singeleza e
santidade das coisas divinas – Intelegere – para a regeneração, renovação e
santificação de nossa alma, a partir de nossas faculdades espirituais.
Assim, para a santificação da área de
nossa inteligência, o Espírito Santo dispõe de três Dons.
- O Dom da Sabedoria, que julga das
coisas divinas;
- O Dom da Ciência, que julga das criaturas;
- O Dom do Conselho, que regula e dispõe
nossos atos.
Para santificação da área de nossa
vontade, o Espírito Santo dispõe de um Dom:
O Dom da Piedade, que objetiva regular e
dispor nossas relações com os demais, conforme nos ensina Dom Luiz M. Martinez
E, finalmente, para reestruturar e
santificar a área inferior do nosso ser (memória, imaginação e afetividade), o
Espírito Santo dispõe dois Dons:
- O Dom de Fortaleza para tirar-nos o
temor do perigo, revestindo-nos de ânimo e coragem para vencer todo o mal.
- O Dom do Temor de Deus, para moderar
os ímpetos desordenados da nossa concupiscência, conforme nos ensina o Santo
Doutor, acima citado.
João C. Porto
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