sexta-feira, 4 de maio de 2012

Santificação de Nossa Alma


Divina Sabedoria
DS    12
(A Palavra de Deus)

Santificação de Nossa Alma

É importante saber:

Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26a), como o Senhor Jesus falou à samaritana: “Deus é Espírito” (Jo 4,24).

Assim, o espírito do homem é a “imagem viva e perfeita” do Criador; enquanto a nossa alma é o “coração”, em sua estrutrua de santidade.

Deus disse: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades” (At. 13,22).

“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8).

“Procurai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém pode ver da Deus” (Hb 12,14).

“Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14b).

Obs.: Imagem de Deus = Espírito do homem.

“Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à sua imagem e semelhança” (Sb 2,23)

Semelhança de Deus: A alma santa.
Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo veio ao mundo para libertar o homem (o eu) da alma pecadora?

Jesus dizia aos judeus que nele creram: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,31-32).

“Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8,36).

Ora, o Senhor Jesus Cristo, no sacrifício do Calvário, perdoou-nos os pecados e reconciliou-nos com Deus, nosso Pai; a fim de que, regenerados e renovados pelo batismo do Espírito Santo (Tt 3,5), quando de nossa libertação material, subamos a presença do Senhor, revestidos da alma de santidade, sem a qual ninguém poderá ver a Deus. (Mt 5,8; Hb 12,14)

Por isso, o Senhor, nosso Deus, nos diz: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo” (Lv 19,2)

“Vós sereis para mim um reino sacerdotal e um povo santo” (Ex 19,6).

“A exemplo da santidade daquele que vos chamou sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (I Pd 1,15; Lv 19,2).

Como o Espírito Santo nos santifica, santificando nossa alma através dos Dons infusos; isto é, Dons de santificação do Espírito Santo. (Is 11,1-2)

Na verdade, o próprio Espírito Santo infunde seus Dons em nós, fixando-os no núcleo mais íntimo e profundo do nosso ser, no núcleo central da vida, em nosso coração, como ferramentas próprias de suas inspirações, revelações e moções santificadoras de todo o nosso ser. É obra exclusiva de sua propriedade; somente Ele pode realizá-la. Apenas, nós a desejamos e a assentimos em o nome glorioso do Senhor Jesus Cristo, nossa salvação, ressurreição e glória.

Ora, o doce hóspede de nossa alma, o Espírito Santificador, desperta em nós, a partir da palavra de nossa salvação: a fé, a esperança e a caridade do amor do Pai e do Filho, as virtudes de suas perfeições divinas.

“Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17).

“A esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).

“Mas acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).

Assim, pois, o homem renasce da água e do Espírito (Jo 3,5) para a vida nova do Reino de justiça, de paz e alegria do Espírito Santo (Rm 14,17), pela renovação da mente, como homem novo criado por Deus, na verdadeira justiça e santidade. (Ef 4,23-24).

Quando cremos em Deus e vivemos de fé para fé na palavra de Deus, que está no coração e na alma, o Espírito Santo, livremente, toma posse de todo o nosso ser e, através dos dons e das virtudes, principia o aperfeiçoamento dos filhos e filhas de Deus, a partir de nossas potências interiores, as faculdades do nosso espírito, a saber:

- Inteligência
- Vontade
- Memória
- Imaginação
- Afetividades

Ora, essa batalha é árdua, porque sob o influxo de nossas faculdades temos os sentidos e/ou as concupiscências, como nos fala o apóstolo João em sua carta:

“Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não procedem do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente” (I Jo 2,15-17).

Os sentidos, geradores das concupiscências:

- Visão
- Audição
- Olfato
- Paladar
- Tato

Ora, com os Dons de santificação e suas respectivas virtudes, o Espírito Santo, que recebemos no batismo da Igreja e habita em nós (I Cor 3,16; 6,19-20), com nossa aquiescência, opera profundamente em nós, para nos santificar em todas as áreas de nossas faculdades espirituais.

Para nossa santificação, o Dom do entendimento, que corresponde à inteligência sobrenatural, é a porta que o Espírito Santo nos abre para que sejamos santificados, também, através dos demais Dons, a fim de que possamos compreender o que Deus nos fala relativamente no íntimo do profundo das verdades reveladas, em sua singeleza e santidade das coisas divinas – Intelegere – para a regeneração, renovação e santificação de nossa alma, a partir de nossas faculdades espirituais.

Assim, para a santificação da área de nossa inteligência, o Espírito Santo dispõe de três Dons.

- O Dom da Sabedoria, que julga das coisas divinas;

- O Dom da Ciência, que julga das criaturas;

- O Dom do Conselho, que regula e dispõe nossos atos.

Para santificação da área de nossa vontade, o Espírito Santo dispõe de um Dom:

O Dom da Piedade, que objetiva regular e dispor nossas relações com os demais, conforme nos ensina Dom Luiz M. Martinez

E, finalmente, para reestruturar e santificar a área inferior do nosso ser (memória, imaginação e afetividade), o Espírito Santo dispõe dois Dons:

- O Dom de Fortaleza para tirar-nos o temor do perigo, revestindo-nos de ânimo e coragem para vencer todo o mal.

- O Dom do Temor de Deus, para moderar os ímpetos desordenados da nossa concupiscência, conforme nos ensina o Santo Doutor, acima citado.

João C. Porto

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