sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dom de Fortaleza

Aprofundando a Boa Nova
Do Senhor Jesus Cristo
PJ Nº 07
Dom de Fortaleza
No estudo anterior, sobre o Dom do Temor ao Senhor, observamos que, para essa obra de santificação de nossa alma, o Espírito Santo opera na base da revelação íntima e profunda do conhecimento das coisas santas aos corações, a partir do Dom do Entendimento, objetivando o aperfeiçoamento de nossos sentimentos, atos e ações, através das faculdades do nosso espírito..
Vimos, alí, que o Espírito Santo nos ilumina com sua luz, aquece-nos com seu fogo e unge-nos com sua unção divina em todas as potências interiores do nosso espírito, visando a que sejamos regenerados, renovados e capacitados por Deus. (II Cor 3,5).
O profeta João Batista, cheio da fortaleza de Deus, dizia no início de sua pregação: “Arrependei-vos e convertei-vos, mudai de vida e mentalidade, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2).
São Paulo, também, para esse mister, nos falou: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que possais discernir qual seja a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rm 12,2)
Ora, tudo isso, que João Batista e o apóstolo Paulo falaram, está em sintonia com o chamado do Senhor Jesus Cristo: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu julgo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt 11,28-30).
O que nos faz o Espírito Santo através do Dom de Fortaleza?
Para que possamos superar as dificuldades e fugir do perigo, o Espírito Santo nos ilumina através da virtude moral (cardeal) da Fortaleza, a qual se une com as demais virtudes que lhes são, em conjunto, próprias e adequadas:
- A paciência
- A perseverança
- A fidelidade
- A magnanimidade
Ora, como já sabemos, a paciência nos conduz a perseverança, esta nos fortalece na suprema fidelidade, e a fidelidade é própria de uma alma bondosa, generoso e que tem grandeza e magnanimidade de coração; como nos exorta São Paulo: “Tudo posso naquele que fortalece” (Fl 4,13).
Assim, todo princípio nos vem pelo Dom do Entendimento (Inteligência sobrenatural). Por ele penetramos e compreendemos as verdades divinas.
Desse modo, nossa inteligência, que é a maior faculdade do nosso espírito, em seu conteúdo, é ordenada, instruída, transformada e renovada através de três Dons de santificação, como já vimos anteriormente:
- Pelo Dom do Entendimento penetramos nas verdades divinas – intelegere – e as compreendemos, conforme Deus nos revela de suas coisas santas. E, como nos ensina o santo doutor, para julgar destas verdades, há três Dons:
- O Dom da Sabedoria que julga das coisas divinas;
- O Dom da Ciência que julga das criaturas;
- O Dom do Conselho que regula e dispõe os nossos atos.
Para a faculdade de nossa vontade, “que segue em categoria e nobreza a de nossa Inteligência, há um Dom”, o Dom da Piedade, que tem por objetivo regular e dispor nossas relações com os demais.
Observemos que, pelo do da Piedade, o Espírito Santo move e aperfeiçoa, principalmente, em nossa vontade, a virtude cardeal da justiça.
E, como nos ensina Dom Luiz M. Martinez, para dominar a parte inferior do nosso ser, há dois Dons: o de Fortaleza e o de Temor de Deus;
- o de Fortaleza para tirar-nos o temor do perigo;
“Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal” (Mt 6,12-13).
- e o Temor de Deus para moderar os ímpetos desordenados da nossa concupiscência.
“Guardo no fundo do meu coração a vossa palavra, para não pecar contra vós” (Sl 118,11).
Diz-nos Dom Luiz M. Martinez: “Pelo Dom da Fortaleza não só temos a firmeza necessária para superar todas as dificuldades e fugir de todos os perigos, mas o Espírito Santo infunde também em nossas almas uma confiança como a que exprime o apóstolo São Paulo: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).
Observemos isto: “As virtudes têm uma norma diferente dos Dons; a regra da virtude da Fortaleza é a amplidão das forças humanas. A fortaleza nos alenta para acometer empreendimentos árduos, infunde-nos firmeza para superar as dificuldades; mas como tem essa norma, esta medida: nossas próprias forças, a virtude da fortaleza não pode possibilitar-nos algo superior às forças humanas.
Assim, pois, os teólogos nos afirmam: “qualquer desvio da nossa vontade, tanto para a direita como para a esquerda, afasta-nos da virtude.”
Por isso, na Escritura há um conselho prudentíssimo: “Não procureis o que é superior às vossas forças”.
Finalmente, ensina-nos a sabedoria: “os pensamentos dos homens são tímidos e as suas providências incertas” (Sb 4,4).
João C. Porto

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