domingo, 24 de julho de 2011

O Fruto do Espírito Santo


O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO


O fruto do Espírito Santo é fruto do amor de Deus; pois, o Espírito Santo, que nos foi dado, é o amor do Pai e do Filho que está difundido em nossos corações, a fim de que, pelo conhecimento do amor de Cristo, que excede toda a ciência, estejamos cheios da plenitude de Deus. Este fruto nasce da árvore da vida que se encontra no centro do jardim, no núcleo central da vida, no coração do homem, de onde floresce e amadurece, para que sintamos todos os aromas e experimentemos todos os sabores do fruto da vida de Cristo Jesus que, dali, se ergue como ornamento da glória de Deus, renovo do Cristo total.


Achei a tua palavra, alimentei-me com ela; a tua palavra foi para mim o prazer e a alegria do meu coração, porque o teu nome foi invocado sobre mim, Senhor Deus dos exércitos (Jr 15,16 = Vulgata).


Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! São-no mais que o mel à minha boca (Sl 118,103 = Vulgata).


Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi a vós, e vos destinei para que vades e deis fruto, e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (Jo 15,16 = Vulgata).


Porque todos aqueles que invocam o meu nome, eu os criei, os formei e os fiz para minha glória (Is 43,7 = Vulgata).


Obs.: Para tal vida no Espírito, gravemos bem no coração, aguçando a visão da fé, sob a justiça, a misericórdia e a fidelidade do que nos exorta o Senhor Jesus Cristo: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5b).


O apóstolo Paulo, na Epístola aos Gálatas, depois que anuncia as obras da carne (Gl 5,19-21; I Cor 6,9-11), expõe-nos o fruto do Espírito Santo:


Ao contrário, o fruto do Espírito é a caridade, o gozo, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a longanimidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, a continência, a castidade. Contra estas coisas não há lei (Gl 5,22-23).


Interessante observar que o apóstolo Paulo nos fala no singular: “o fruto do Espírito Santo é amor (caridade)”; e, então, anuncia doze sabores de vida eterna no amor do Pai e do Filho; isto é, sob a direção amorosa do Espírito Santo, como observamos acima.


O1. A caridade de Deus como fruto do Espírito Santo.


A caridade do amor de Deus é o vínculo de todas as perfeições. Assim, pois, afirmamos que aqueles que vivem e são frutuosos da caridade trazem em seus corações a própria face do Espírito Santo, esplendor da glória divina.


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Caridade, que me una intimamente contigo pelo amor.”


A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Cor 13,4-8).


02. A Alegria (gozo) de Deus como fruto do Espírito Santo.


Se as alegrias do dia a dia nos fazem felizes, imaginemos quão maravilhosas não serão as alegrias que brotam do interior de simplicidade, de humildade e mansidão dos corações que caminham sob a direção amorosa do Espírito Santo! Principalmente quando, vivendo num só espírito com o Senhor Jesus Cristo, assumimos essa direção, sob a luz do olhar do Senhor, na verdadeira justiça e santidade!...


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Alegria, que me encha de santa consolação.”


A alegria do Senhor será a vossa força (Ne 8,10b).


Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e delícias eternas à vossa direita (Sl 15,11).


Porque sua indignação dura apenas um momento, enquanto sua benevolência é para toda vida. Pela tarde, vem o pranto, mas, de manhã, volta à alegria (Sl 29,6).


Eu me aproximarei do altar do Senhor, do Deus de minha alegria e exultação (Sl 42,4a)


Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença (Sl 99,2).


Mesmo no sorrir, o coração pode estar triste; a alegria pode findar na aflição (Pr 14,13).


Vós tirareis com alegria água das fontes da salvação (Is 12,3).


Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo; hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor (Lc 2,10-11).


Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! (Fl 4,4).


03. A Paz de Deus como fruto do Espírito Santo.


A paz que vem de Deus é a verdadeira paz, a paz que abriga a alegria da caridade da vida do amor em nossos corações. A paz que o mundo nos oferece é passageira, pois se baseia na ausência de conflitos. No entanto, a paz que vem de Deus é a paz do Seu amor. É a paz que excede todas as vicissitudes da vida; a paz do Senhor Jesus Cristo. Por isso, São Paulo nos diz: “Ele é a nossa paz” (Ef 2,14).


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Paz, que produza em mim a tranqüilidade da alma”


Darei paz a vossa terra, e vosso sono não será perturbado. Afastarei da terra os animais nocivos, e a espada não passará pela vossa terra (Lv 26,6).


Vou fazer soar aos lábios dos aflitos a ação de graças. Paz, paz àquele que está longe e àquele que está perto (Is 57,19).


Assim, farei reinar a paz neste lugar, diz o Senhor dos exércitos (Ag 2,10)


Se aquela casa for digna, descerá sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós (Mt 10,13; Lc 10,6).


Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize! (Jo 14,27).


Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens (Rm 12,18).


O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17).


Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4,3).


Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor (Hb 12,14).


O4. A paciência de Deus como fruto do Espírito Santo.


A paciência é a espera longânime que é gerada da ciência, isto é, do conhecimento das coisas santas, através da palavra de Deus. Ela é como a esperança, alcança tudo, na oportunidade do tempo.


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Paciência, que me ajude a sofrer tudo por amor de Jesus”.


Nós que esperamos o que não vemos, é em paciência que o aguardamos (Rm 8,25).


Se, pois, somos atribulados, é para vossa consolação e salvação. Se formos consolados, é para vossa consolação, a qual se efetua em vós pela paciência em tolerar os sofrimentos que nós mesmos suportamos (II Cor 1,6).


Que mérito teria alguém se suportasse pacientemente os açoites por ter praticado o mal? Ao contrário, se é por ter feito o bem que sois maltratados, e se o suportardes pacientemente, isto é coisa agradável aos olhos de Deus (I Pd 2,20).


05. A benignidade de Deus como fruto do Espírito Santo, conforme Sua bondade e misericórdia.


A benignidade corresponde à bondade de Deus, a brandura e a generosidade. Quem é benigno é bondoso, suave, complacente e cheio de fidelidade. É verdadeiramente alguém envolvido pela misericórdia divina; cheia de todos os frutos da caridade do Espírito Santo.


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Benignidade, que me leve a socorrer de boa vontade as necessidades dos que sofrem”.


Porque sabia que sois um Deus clemente e misericordioso, de coração grande, de muita benignidade e compaixão pelos nossos males (Jn 4,2).


Porque em vós está a fonte da vida, e é na vossa luz que vemos a luz (Sl 35,10).


Rasgai vossos corações e não as vossas vestes; voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é bom e compassivo, longânime e indulgente, pronto a arrepender-se do castigo que inflige. (Jl 2,13).


06. A bondade de Deus como fruto do Espírito Santo.


A bondade de Deus é benigna, longânime, amorosa e profundamente misericordiosa. Deus nos ama, não pelo fato de que sejamos bons; mas, porque Ele é amor e sua bondade e misericórdias duram para sempre. Assim, apoiado na bondade de Deus, o rei Davi nos diz: “O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo? Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem. Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá o meu coração. Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança (Sl 26,1-3).


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Bondade, que me torne clemente com todas as pessoas”.


Ou desprezas as riquezas da sua bondade, tolerância e longanimidade, desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao arrependimento? (Rm 2,4).


Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, suposto que permaneças fiel a essa bondade; do contrário também tu serás cortada (Rm 11,22).


Estou pessoalmente convencido, meus irmãos, de que estais cheios de bondade, cheios de um perfeito conhecimento, capazes de vos admoestar uns aos outros (Rm 15,14).


Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade que tem para conosco, em Cristo, Jesus (Ef 2,7).


07. A longanimidade de Deus como fruto do Espírito Santo.


Firmeza de ânimo, bondade, resignação. Ser longânime é saber com paciência, zelo e equidade suportar as demoras de Deus; é esperar pacientemente além de toda a esperança, sempre com os olhos da fé fixos nos bens da herança reservada aos santos. É ter certeza de que quem espera com fé, esperança e caridade tudo alcança, visto que todo dia é dia de salvação, dia de paz e alegria no Espírito do Senhor.


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Longanimidade, que me faça esperar com paciência em qualquer demora”.


Pela pureza, pela ciência, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, por uma caridade sincera, (II Cor 6,6).


Para que, suportados em tudo pelo seu glorioso poder, tenhais a paciência de tudo suportar com longanimidade (Cl 1,11).


Com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma (longanimidade), suportando-vos mutuamente com caridade (Ef 4,2).


Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência (longanimidade) Cl 3,12).


Obs.: Longânime: paciente nas demoras de Deus e, conseguintemente, em tudo.


08. A mansidão de Deus como fruto do Espírito Santo.


A mansidão é própria do amor de Deus. Por isso, o Senhor Jesus, Filho amado do Pai, assim, nos falou: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e alcançareis repouso para vossas almas”. (Mt 11,29). “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Mansidão, que me faça suportar com toda brandura o que o próximo tem de incômodo”.


Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação! Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo (Gl 6,1-2)


Que preferis? Que eu vá visitar-vos com a vara, ou com caridade e espírito de mansidão? (I Cor 4,21).


Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência ( Cl 3,12)


Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e procura com todo empenho a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão (I Tm 6,11).


09. A fidelidade de Deus como fruto do Espírito Santo.


A fidelidade, a justiça e a misericórdia formam o conjunto dos três maiores preceitos da lei (Mt 23,23). O Senhor, nosso Deus, Deus de Abraão, de Isaac e Jacó, é fidelíssimo!... Por isso, é que dizemos constantemente: “Esperamos somente em vós, Senhor, que sois a fidelidade suprema; porque vos amamos a vós, que sois a bondade infinita”. E vós, Senhor, dizeis, como que uma resposta às nossas súplicas: “Se fiel até a morte e te darei a coroa da vida” (Ap 2,10b).


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Fidelidade, que me faça perseverante até o fim da minha vida terrena.”


Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança (Rm 5,3).


Eu sou indigno de todos os favores e de toda a fidelidade que tendes testemunhado ao vosso servo. Só tinha o meu bastão quando atravessei este Jordão, e eis que possuo agora dois acampamentos (Gn 32,10).


Agora, pois, temei o Senhor e servi-o com toda a retidão e fidelidade. Tirai os deuses que serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi o Senhor. Porém se vos desagrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem serviram os vossos pais além do rio, se aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porque, quanto a mim, eu e minha casa serviremos ao Senhor. (Js 24,14-15).


Oxalá a bondade e a fidelidade não se apartem de ti! Ata-as ao teu pescoço, grava-as em teu coração! (Pr 3,3).


A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos (Is 11,5).


Mostrai a vossa fidelidade para com Jacó, e vossa piedade para com Abraão, como jurastes a nossos pais desde os tempos antigos! (Mq 7,20)


Mas então! Se alguns deles não foram fiéis, acaso a sua infidelidade destruirá a fidelidade de Deus? (Rm 3,3).


Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor (I Cor 1,9).


10. A modéstia de Deus como fruto do Espírito Santo.


As pessoas modestas são humildes filhos e filhas de Deus. São irmãos e irmãs simples do amor do Pai e do Filho, bondosos e desapegados, que trazem em seus corações o deseja da graça da expressão de João Batista: “Importa que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).


Oração: “Senhor, concede-me o fruto da Modéstia, que regule todo o meu exterior”.


Do mesmo modo orem também as mulheres em traje honesto, ataviando-se com modéstia e sobriedade, e não com cabelos frisados, nem com ouro, nem pérolas nem vestidos custosos, mas sim como convém a mulheres que fazem profissão de piedade (I Tm 2,0-10 = Vulgata).


Não te separes da mulher sensata e virtuosa, que recebeste no temor do Senhor, porque a graça de sua modéstia é mais preciosa que o ouro (Eclo 7,21 = Vulgata).


11. A continência como fruto do Amor de Deus, sob a condução amorosa do Espírito Santo.


A continência é o fruto vivido e praticado pelos que se conduzem humildemente, com mansidão e simplicidade de coração, sob a moderação do Espírito Santo que os seguem, fitando-os com seu olhar divino.


Oração: “Senhor concede-me o fruto da Continência, que conserve o meu coração limpo e inocente.”


A mulher não tem poder sobre o seu corpo, mas sim o marido. E, da mesma sorte, o marido não tem poder sobre seu corpo, mas sim a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão de comum acordo, durante algum tempo, para vos aplicardes à oração, e de novo tornai a coabitar, para que não vos tente satanás por vossa incontinência (I Cor 7,4-5).


12. A castidade como fruto do amor de Deus, vivido e praticado, sob a direção amorosa do Espírito Santo.


A castidade do amor é a pureza de espírito e de coração. O homem e a mulher castos assim serão sempre sob o temor de Deus. Ora, o temor de Deus é amar a Deus sobre todas as coisas e ter horror ao pecado. Aquele que peca não ama a Deus, porque em Deus não há pecado.


Oração: “Senhor concede-me o fruto da Castidade, que conserve minha mente e o meu corpo puros.”


Ninguém te despreze por ser jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade (I Tm 4,12).

João C. Porto

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