segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Templos de Deus


Templos de Deus

Quem imaginou ser templo de Deus aqui, na terra, para viver a esperança que os olhos do coração vislumbram; ou, pelos ouvidos interiores escutar através da voz do selênico a suavidade da sabedoria divina? Ou, ainda, contemplar, sob o influxo da fé que opera pela caridade, o tesouro que se encontra em vasos de barro? São arcanos que somente Deus prodigaliza aos corações de seus filhos e filhas muito amados.

Como diz S. Paulo: Coisas que Deus tem preparado para aqueles que o amam, as quais os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou. (I Cor 2,9)

Diz-nos a sabedoria que quem deseja, ama; quem ama conhece a pessoa amada, e quem a conhece tem os olhos da esperança que, embora de longe, tudo contempla pela visão beatífica da fé que cura pela caridade do amor de Deus.

Todo templo possui o núcleo central. Nos templos católicos, no seu interior, no local mais reservado e íntimo, há o sacrário onde se encontra o Pão vivo que desceu do céu, para salvação do mundo. Assim, também somos templos vivos do Deus Vivo que se esconde em nossa casa (Is 45,15)! Primeiro, porque, pelo espírito somos a imagem viva e perfeita do Senhor e, segundo, porque nosso próprio corpo é templo do Espírito Santo (I Cor 6,19). Assim, concebe-se que no íntimo mais íntimo e perfeito do nosso ser, no núcleo central onde está a árvore da vida, no local mais íntimo e profundo há o sacrário vivo da morada de Deus em nós, o qual chamamos de Coração.

São Paulo nos diz: “Buscai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá a Deus,” (Hb 12,14). E, Jesus Cristo, nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus” (Mt 5,8).

Será sempre do coração, pela fé em Jesus Cristo que manarão de nosso interior os rios de água viva. (Jo 7,38)

Senhor Jesus, ensina-nos como viver do coração a tua vida em nossa vida, andando como tu mesmo andavas. Pois, se permanecermos em ti, no interior do templo o qual somos, e tuas palavras permanecerem em nós, receberemos de ti, tudo quanto a ti pedirmos; porque, nesse caso, já não seremos nós em nós mesmos (Gl 2,20), mas tu mesmo, vivo e ressuscitado em nossos pobres corações.

João C. Porto

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