Caminho de Santidade
O caminho de santidade é o caminho da
porta estreita.
“Entrai pela porta estreita, porque
larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que
por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros
são os que o encontram” (Mt 7,13-14).
A chave, da porta estreita, tem a
moldura de perfeição dos corações do Pai e do Filho, porque ela é o próprio
Espírito Santo – que está em nosso coração – porque nos foi dado (Rm 5,5). Assim,
se ouvimos a voz do Senhor e lhe abrirmos a
porta, Ele entrará e, então, cearemos juntos à mesa Ágape, Ele conosco e nós
com Ele, sob à luz do banquete esplendoroso da justiça, da misericórdia e da
fidelidade.
Deus criou o homem e a mulher,
santos, perfeitos e acabados. Fê-los do pó da terra, o minério mais pobre que
existe no planeta.
Na verdade, Deus quer que, em tudo o que há no
universo, ainda que seja o ser ou coisa mais insignificante ao olhar dos
homens, resplandeça seu poder, grandeza, sabedoria e a santidade do seu amor, a
partir da sua imagem de perfeição e imortalidade; segundo à imagem e
semelhança de sua própria natureza; a vida, como um selo indelével do Criador, o
selo de sua posse, impresso em cada coração de seus filhos e filhas amados. (Ef
1,13; 4,30)
Mas, pelo pecado de nossos primeiros
pais, e a partir deles, perdemos a graça e os dons preternaturais,
principalmente, a imortalidade, impassibilidade, a integridade e o paraíso.
Contudo, o Senhor, nosso Deus, de
riquíssimas misericórdias, no sangue preciosíssimo do seu Filho amado,
selou-nos com o selo do seu Espírito, que, outrora, nos fora prometido (Ef
1,13-14; 4,30), numa nova aliança perene e definitiva, para que sejamos seus
filhos e filhas amados, em justiça, misericórdia, fidelidade e santidade.
Então, para o gênero humano, do
interior mais íntimo dos corações, só existe uma atitude de retribuição, para
todos, como nos ensina a Canção Nova, dos lábios, de verdade e santidade do
Monsenhor Jonas Abib: “Santos ou santos”!...
A expressão fundamental e sublime é
esta, se quisermos, num dia sem ocaso, ver a Deus face a face e conhece-lo plenamente,
como nos diz São Paulo apóstolo: “Tal qual conhecemos a nós mesmos” (I Cor
13,12).
Para o caminho de nossa santificação,
o sofrido Jó, entre muitas, diz-nos duas coisas importantíssimas à meditação
íntima de nossos corações:
“O Espírito de Deus me fez, e o sopro
do Todo- poderoso me deu a vida” (Jó 33,4).
Ora, trazendo essa expressão de Jó ao
interior de nossos corações, ela nos mostra que Jó era, naquele tempo, um homem
santo, uma nova criatura, diferente do mundo, cheia do Espírito do
Todo-poderoso; um homem de intimidade com Deus, em cujo coração Deus revelava
coisas novas e insondáveis!... (Jr 33,3).
- Que testemunho de vida de santidade
Jó deixou para nós, hoje?
“Quem me dera que minhas palavras
fossem escritas, quem me dera que se
imprimissem num livro com um ponteiro de ferro, e sobre uma lâmina de chumbo,
ou que com cinzel se gravassem em pederneira! Porque eu sei que meu Redentor
vive, que no último dia ressurgirei da terra, serei novamente revestido da
minha pele, e na minha própria carne verei o meu Deus. Eu mesmo o verei, meus
olhos o hão de contemplar, e não outro; esta é a esperança que está depositada
no meu peito” (Jó 19,23-27=Vulgata).
Outro exemplo de intimidade e
santidade de Jó:
“Meus ouvidos tinham escutado falar
de ti, mas agora meus olhos te viram. É por isso que me retrato, e arrependo-me
no pó e na cinza” (jó 42,5-6).
Ora, para o princípio de vida de
santidade é São Paulo que, cheio do Espírito Santo, nos instrui.
“Fiel é Deus, por quem fostes
chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (I Cor 1,9).
“Examinai-vos a vós mesmos, vede se
estais firmes na fé; provai-vos a vós mesmos. Acaso não vos conheceis vós
mesmos que Jesus Cristo está em vós?” (II Cor 13,5).
Necessitamos de fé, esperança e
caridade; de vida nova sob a condução amorosa do Espírito Santo, que habita em
nossos corações (Rm 8,14. 16; I Cor 3,16; 6,19-20), porque se a desejarmos de
todo o espírito, de a alma e de todo o coração, certamente, tê-la-emos em
plenitude.
Deus, outrora, falando a Moisés,
disse-lhe: “Sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação consagrada
(santa). Tais são as palavras que dirás aos israelitas” (Ex 19,6).
Dirás a toda a assembleia de Israel o
seguinte: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).
E São Pedro apóstolo nos instrui,
dizendo:
“A exemplo da santidade daquele que vos
chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito:
“Sereis santos, porque eu sou santo” (I Pd 1,15-16).
Quais são as vertentes de nossa
santificação?
a) As virtudes teologais: fé,
esperança e caridade!
Ninguém pode se achegar a Deus, senão
através destas três virtudes. Elas são como dons superiores!
- A fé.
“Ora, sem fé é impossível agradar a
Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele
existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11,6).
- Esperança.
“E a esperança não engana. Porque o
amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado” (Rm 5,5).
- Caridade.
“Mas, acima de tudo, revesti-vos da
caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).
- Então, assim, concomitantemente,
viveremos sob a plenitude da graça que nos salva, e, como dom gratuito de Deus,
santifica-nos através da natureza divina em nossos corações, como unção perene de
justiça, paz e alegria do Espírito em nossas almas.
“Porque é pela graça que fostes
salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é um dom de Deus”
(Ef 2,8=Vulgata).
- Os dons de santificação.
O Espírito Santo, por ocasião do
nosso batismo, o Pentecostes pessoal na vida de cada um dos filhos e filhas de
Deus, fixou, isto é, imprimiu no íntimo mais íntimo e profundo de nossos
corações, as suas sete ferramentas, através das quais quer santificar-nos, se
assim o desejarmos caminhar sob a trilha de santificação de nosso alma.
“Um renovo sairá do tronco de Jessé,
e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor,
Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de conselho e de fortaleza,
Espírito de ciência e de piedade, e será cheio do Espírito do temor ao Senhor”
(Is 11,1-2).
Por estes sete Dons o Espírito Santo
realizará sua obra santificadora de nossa alma. Para este mister, basta que
desejemos e nos abandonemos, incondicialmente, a sua condução amorosa,
santificadora de todos os filhos e filhas de Deus.
Por outro lado, quando vivenciamos os
dons carismáticos (do grego: serviço) seremos nós que nos santificamos a nós
mesmos, sob a ação divina do Espírito Santo que, em nome do Pai e de seu Filho,
opera em nós; instruindo-nos e nos ensinando todas as coisas perfeitas para a
santificação de nossa alma; mas, sempre com seus olhos fitados em cada um dos
filhos e filhas de Deus, para que não se desviem nem para a direita, nem para a
esquerda. (Sl 31,8).
Finalmente, para o nosso
aperfeiçoamento, seremos os obreiros dessa grande graça; por isso o Senhor
Jesus nos ordena: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
As virtudes de nosso aperfeiçoamento
são:
“Se alguém ama a justiça, seus
trabalhos são virtudes; ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a
fortaleza: não há ninguém que seja mais útil aos homens na vida” (Sb 8,7).
João C. Porto
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