segunda-feira, 4 de março de 2013

Caminho de Santidade


Caminho de Santidade
O caminho de santidade é o caminho da porta estreita.
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7,13-14).
A chave, da porta estreita, tem a moldura de perfeição dos corações do Pai e do Filho, porque ela é o próprio Espírito Santo – que está em nosso coração – porque nos foi dado (Rm 5,5). Assim, se     ouvimos a voz do Senhor e lhe abrirmos a porta, Ele entrará e, então, cearemos juntos à mesa Ágape, Ele conosco e nós com Ele, sob à luz do banquete esplendoroso da justiça, da misericórdia e da fidelidade.  
Deus criou o homem e a mulher, santos, perfeitos e acabados. Fê-los do pó da terra, o minério mais pobre que existe no planeta.
 Na verdade, Deus quer que, em tudo o que há no universo, ainda que seja o ser ou coisa mais insignificante ao olhar dos homens, resplandeça seu poder, grandeza, sabedoria e a santidade do seu amor, a partir da sua imagem de perfeição e imortalidade; segundo ­à imagem e semelhança de sua própria natureza; a vida, como um selo indelével do Criador, o selo de sua posse, impresso em cada coração de seus filhos e filhas amados. (Ef 1,13; 4,30)
Mas, pelo pecado de nossos primeiros pais, e a partir deles, perdemos a graça e os dons preternaturais, principalmente, a imortalidade, impassibilidade, a integridade e o paraíso.
Contudo, o Senhor, nosso Deus, de riquíssimas misericórdias, no sangue preciosíssimo do seu Filho amado, selou-nos com o selo do seu Espírito, que, outrora, nos fora prometido (Ef 1,13-14; 4,30), numa nova aliança perene e definitiva, para que sejamos seus filhos e filhas amados, em justiça, misericórdia, fidelidade e santidade.
Então, para o gênero humano, do interior mais íntimo dos corações, só existe uma atitude de retribuição, para todos, como nos ensina a Canção Nova, dos lábios, de verdade e santidade do Monsenhor Jonas Abib: “Santos ou santos”!...
A expressão fundamental e sublime é esta, se quisermos, num dia sem ocaso, ver a Deus face a face e conhece-lo plenamente, como nos diz São Paulo apóstolo: “Tal qual conhecemos a nós mesmos” (I Cor 13,12).
Para o caminho de nossa santificação, o sofrido Jó, entre muitas, diz-nos duas coisas importantíssimas à meditação íntima de nossos corações:
“O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo- poderoso me deu a vida” (Jó 33,4).
Ora, trazendo essa expressão de Jó ao interior de nossos corações, ela nos mostra que Jó era, naquele tempo, um homem santo, uma nova criatura, diferente do mundo, cheia do Espírito do Todo-poderoso; um homem de intimidade com Deus, em cujo coração Deus revelava coisas novas e insondáveis!... (Jr 33,3).
- Que testemunho de vida de santidade Jó deixou para nós, hoje?
“Quem me dera que minhas palavras fossem escritas,  quem me dera que se imprimissem num livro com um ponteiro de ferro, e sobre uma lâmina de chumbo, ou que com cinzel se gravassem em pederneira! Porque eu sei que meu Redentor vive, que no último dia ressurgirei da terra, serei novamente revestido da minha pele, e na minha própria carne verei o meu Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o hão de contemplar, e não outro; esta é a esperança que está depositada no meu peito” (Jó 19,23-27=Vulgata).
Outro exemplo de intimidade e santidade de Jó:
“Meus ouvidos tinham escutado falar de ti, mas agora meus olhos te viram. É por isso que me retrato, e arrependo-me no pó e na cinza” (jó 42,5-6).
Ora, para o princípio de vida de santidade é São Paulo que, cheio do Espírito Santo, nos instrui.
“Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (I Cor 1,9).
“Examinai-vos a vós mesmos, vede se estais firmes na fé; provai-vos a vós mesmos. Acaso não vos conheceis vós mesmos que Jesus Cristo está em vós?” (II Cor 13,5).
Necessitamos de fé, esperança e caridade; de vida nova sob a condução amorosa do Espírito Santo, que habita em nossos corações (Rm 8,14. 16; I Cor 3,16; 6,19-20), porque se a desejarmos de todo o espírito, de a alma e de todo o coração, certamente, tê-la-emos em plenitude.
Deus, outrora, falando a Moisés, disse-lhe: “Sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação consagrada (santa). Tais são as palavras que dirás aos israelitas” (Ex 19,6).
Dirás a toda a assembleia de Israel o seguinte: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).
E São Pedro apóstolo nos instrui, dizendo:
“A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sereis santos, porque eu sou santo” (I Pd 1,15-16).
Quais são as vertentes de nossa santificação?
a) As virtudes teologais: fé, esperança e caridade!
Ninguém pode se achegar a Deus, senão através destas três virtudes. Elas são como dons superiores!
- A fé.
“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11,6).
- Esperança.
“E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
- Caridade.
“Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).
- Então, assim, concomitantemente, viveremos sob a plenitude da graça que nos salva, e, como dom gratuito de Deus, santifica-nos através da natureza divina em nossos corações, como unção perene de justiça, paz e alegria do Espírito em nossas almas.
“Porque é pela graça que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é um dom de Deus” (Ef 2,8=Vulgata).
- Os dons de santificação.
O Espírito Santo, por ocasião do nosso batismo, o Pentecostes pessoal na vida de cada um dos filhos e filhas de Deus, fixou, isto é, imprimiu no íntimo mais íntimo e profundo de nossos corações, as suas sete ferramentas, através das quais quer santificar-nos, se assim o desejarmos caminhar sob a trilha de santificação de nosso alma.
“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e de piedade, e será cheio do Espírito do temor ao Senhor” (Is 11,1-2).
Por estes sete Dons o Espírito Santo realizará sua obra santificadora de nossa alma. Para este mister, basta que desejemos e nos abandonemos, incondicialmente, a sua condução amorosa, santificadora de todos os filhos e filhas de Deus.
Por outro lado, quando vivenciamos os dons carismáticos (do grego: serviço) seremos nós que nos santificamos a nós mesmos, sob a ação divina do Espírito Santo que, em nome do Pai e de seu Filho, opera em nós; instruindo-nos e nos ensinando todas as coisas perfeitas para a santificação de nossa alma; mas, sempre com seus olhos fitados em cada um dos filhos e filhas de Deus, para que não se desviem nem para a direita, nem para a esquerda. (Sl 31,8).
Finalmente, para o nosso aperfeiçoamento, seremos os obreiros dessa grande graça; por isso o Senhor Jesus nos ordena: “Portanto, sede perfeitos, assim como  vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
As virtudes de nosso aperfeiçoamento são:
“Se alguém ama a justiça, seus trabalhos são virtudes; ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza: não há ninguém que seja mais útil aos homens na vida” (Sb 8,7).
João C. Porto

Nenhum comentário:

Postar um comentário