quinta-feira, 10 de julho de 2014

Desejo de Moisés é Nosso Também

Desejo de Moisés


Creio que o maior desejo, de grande parte dos que creem em Deus, é estar com o Senhor Jesus no paraíso e contemplar, face a face, o Deus de Abraão, de Isaac e Jacó.

  Moisés desejava ver a Deus. O Senhor Javé, então, lhe disse: vou fazer passar diante de ti todo o meu esplendor, e pronunciarei diante de ti o nome de Javé. Dou a minha graça a quem quero, e uso de misericórdia com quem me apraz. Mas, ajuntou o Senhor, não poderás ver a minha face, pois o homem não me poderá ver e continuar a viver. Eis um lugar perto de mim, disse o Senhor; tu estarás sobre a rocha. Quando a minha glória passar, ti porei na fenda da rocha e te cobrirei com a mão, até que eu tenha passado. Retirarei depois a mão, e me verás por detrás. Quanto a minha face, ela não pode ser vista. (Ex 33,18-20).

Observemos que Moisés, chamado por Deus e enviado de volta ao Egito com a missão de libertar o seu povo, de uma escravidão de cerca de quatrocentos anos, atravessando a pé enxuto o mar vermelho e, caminhando, através do deserto, por cerca de quarenta anos, até que encerrou sua missão libertadora sobre o monte santo de Deus, de onde, finalmente, contemplou a terra prometida por Deus a Abraão, onde corria leite e mel, após o que seu corpo não foi encontrado, desapareceu.

Quando lemos a Epístola de São Judas, o que se lê no versículo nono?  O arcanjo Miguel discutia com o demônio e lhe disputava o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de execração, mas disse somente: Que o próprio Senhor te repreenda”! (Jd 9).

Ora, que podemos depreender desse diálogo do Arcanjo contra o demônio?  Uma conclusão que me vem ao coração: O Senhor, Deus de Israel, teria ordenado que o Arcanjo Miguel sepultasse o corpo de Moisés em lugar desconhecido dos israelitas, certamente, para evitar romarias e cultos ao libertador do povo de Deus, de uma escravidão histórica, do Egito.  Assim, o que o demônio, certamente, desejava, era exatamente o contrário, que os israelitas ficassem presos à figura de Moisés. (Dt 34,1-12). Também, parece-me que, para evitar coisas semelhantes, o profeta Jeremias escondeu a arca da aliança em uma caverna, em lugar ignorado. (II Mc 2,1-6).

Como se pode concluir, nosso Deus é ciumento; não aceita outros deuses dividindo com ele seu amor nos corações de seus filhos!... Pois, nosso coração é templo de Deus (I Cor 3,16); e nosso corpo é templo do Espírito Santo. (I Cor 6.19-20).

Assim, pois, nós, que estamos salvos em Jesus Cristo (Jo. 1,11-13), somos moradas de Deus (Jo 14,23); isto é, o Éden interior, em cujo centro se encontra a árvore da vida, Jesus Cristo, nossa salvação e vida eterna; “glorificai-o em vosso corpo”.

Sabemos, principalmente, que, através da Graça e o Espírito Santo,  trazemos a Trindade Santíssima em nossos   corações; a fim de que possamos conhecer o Amor de Cristo que excede toda a ciência, para que estejamos cheios da plenitude de Deus (Ef 3,19). 

Concluímos, pois, que, na antiga aliança, o povo de Deus não desfrutava, ainda, da morada do Espírito Santo em seus corações. (Gn 6,3a). Desse modo, quando o Senhor, nosso Deus, se determinava transmitir ao povo os oráculos divinos, o Espírito Santo, de forma intermitente, possuía seus profetas, através dos quais anunciava as metas necessárias à caminhada de seu povo.


Entretanto, de uma forma ou de outra, o Senhor, nosso Deus, sempre nos amou com amor eterno e afeição constante. (Jr 31,3).

Deus é Deus de todos e, por isso, nos diz: “Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te ama, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti” (Is 43,4). Acrescentando, nos exorta:  “Todos aqueles que me louvam, eu os criei, os formei e os fiz para minha glória” (Is 43,7 – Vulgata).

Assim, somos glória de Deus; independente de raça ou de cor; por isso, para que possamos ver a Deus em nós, interiormente, é necessário conhecer o amor de Cristo que excede toda ciência, para que estejamos cheios da plenitude de Deus.

"Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei  foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo 1,16-17).


João C. Porto e Zuleica M. Porto.

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