Como Seremos Santificados?
Nosso princípio nasceu de Deus, que nos criou como
seus amados, filhos e filhas, para sua honra, louvor e glória, conforme nos
fala do seio de Sua Verdade Eterna, a palavra, expressão viva e eterna dos seus
desígnios de vida e prosperidade, segundo nos prometera desde o início da
criação.
“Eu os criei, os formei e os fiz para minha glória” (Is
43,7 = Vulgata).
Não é terrível que nos tornemos infiéis, afastando-nos
de Deus, nosso Pai e nosso tudo?
São Paulo nos ensina: Fiel é Deus, pelo qual fostes
chamados à comunhão de seu filho Jesus Cristo, nosso Senhor (I Cor 1,9).
Na verdade, o Senhor nos chamou ao renascimento da
água e do Espírito, para entrarmos no Reino de justiça, de paz e alegria no
Espírito Santo (Rm 14,17).
Falamos do que nos é necessário a que estejamos
inseridos no Reino de Deus:
a)
Viver de fé em fé.
“Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele
é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê, ao judeu em
primeiro lugar e depois ao grego. Porque nele se revela a justiça de Deus, que
se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: o justo viverá pela fé (Hab
2,4).”
Bem-aventurado os puros de coração, porque verão a
Deus! (Mt 5,8).
b) Viver da viva
esperança que não nos engana!
E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi
derramado em nossos corações pelo Espirito Santo que nos foi dado. (Rm 5,5).
Quão bom e maravilhoso é o Senhor, nosso Deus, que nos
escolheu e nos deu, gratuitamente, o seu próprio Espírito, para que sejamos
chamados de filhos e filhas muito amados do seu coração. (I Jo 3,1-6).
Assim, pois, estaremos sempre conscientes de que, nos
momentos, ainda que sejam os mais difíceis, será sempre o Espírito do Senhor que
falará em nós e através de nós, conforme a fé em Deus, a qual vivemos no núcleo central da vida; isto é, no coração.
“Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o
Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos
prodigalizou e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela
sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em
termos espirituais” (I Cor 2, 12-13).
c)
Da caridade, que
é vínculo de perfeição.
A caridade, referindo-se a salvação e a santificação,
é o fundamento de todos os dons, de todas as virtudes e de todos os frutos do
Espírito Santo. Por isso, são Paulo nos ensina que a caridade é vínculo de
perfeição. (Cl 3,14).
O básico, para a salvação e santificação da alma de
nosso espírito, é, sem dúvidas, o batismo e as virtudes teologais. Não
adiantaria, tão somente, conhecer todos os dons do Espírito Santo (Is 11,2) e a
maneira como purifica e santifica as faculdades de nosso espírito, se não
vivêssemos da caridade que faz viva a fé que fundamenta nossa esperança,
relativamente à herança dos santos.
Entretanto, quando se vive de fé para fé, revestido da
viva esperança, a caridade se torna, em cada um dos filhos e filhas de Deus, o
fundamento da perfeição, através da justiça, da misericórdia e fidelidade,
conforme os desígnios de nosso Pai e único Senhor de vida eterna,
Dissemos estas coisas divinas para que compreendamos
que os que não são doutos, mas, ignorantes, vivem exclusivamente da fé que
opera pela caridade (Gl 5,6b) e, por isso,
através dessa mesma fé, o Espírito Santo realiza neles a mesma obra de perfeição
que a infundiu no coração dos doutores, concedendo-lhes, inclusive, a visão beatífica que os capacita, igualmente,
ver a Deus face a face, tal como ele é.
Corresponde, assim, ao que são Boaventura disse a um
de seus irmãos menores: “Engana-te, uma velha ignorante pode amar a Deus mais
do que o maior todos os teólogos”.
João C. Porto e Maria Zuleica M, Porto,
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