Crer para
ver o Invisível!...
Crer é comprazer-se em
meditar, dia e noite, a palavra de Deus (Sl 1,2); pois, a fé provém da pregação
e a pregação se exerce através da palavra de Cristo (Rm 10,17).
Ora, para crer e ter a
fé que opere pela caridade (Gl 5,6b), é-nos necessário que nos acheguemos a
Deus e acreditemos que ele existe, e que é o remunerador dos que o procuram (Hb
11,6b).
Na verdade, “Sem fé é impossível
agradar a Deus”. Assim, pois, “sem a paz e a santidade, ninguém pode ver o
Senhor”. (Hb 12,14).
O Senhor Jesus Cristo, no sermão da
montanha, fala-nos claramente: “Bem-aventurados os puros de coração, porque
verão a Deus” (Mt 5,8).
Às vezes, aqui ou alhures, ouvimos
algumas pessoas dizerem: Ninguém pode ser puro ou perfeito, porque só Deus é
puro e perfeito.
Sabemos, certamente, que fomos chamados
a sermos puros, santos e perfeitos, e, em Jesus Cristo, pela graça e as moções
do Espírito Santo, andaremos como ele mesmo andou. (I Jo 2,6)
Só Deus é puríssimo, perfeitíssimo,
santo, misericordioso e eterno. Aliás, Deus, que criou céus e terra e tudo
quanto neles há, “reina eternamente e além da eternidade” (Ex 15,18 = Vulgata).
Afirmamos, conforme a Bíblia Sagrada e
experiência de vida, que somente Deus é puro e perfeito, pois o Senhor, nosso
Deus, é o único Deus incriado; Deus de Abraão, de Isaac e Jacó, Deus de Israel,
sempre existiu desde antes da eternamente, e sem fim!...
Sobre o sermos puros e perfeitos, que
nos diz a palavra de Deus?
“O homem será mais raro que o ouro e mais
precioso que o ouro mais puro” (Is 13,12 = Vulgata).
“Para os puros todas as coisas são
puras; para os impuros e infiéis nada é puro, mas estão contaminados o seu
espírito e a sua consciência” (Tt 1,15 = Vulgata).
“Ora, quando Abraão chegou à idade de
noventa e nove anos, o Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: Eu sou Deus onipotente;
anda em minha presença, e sê perfeito” (Gn 17,1 = Vulgata).
Que nos diz o Senhor Jesus Cristo?
“Sede, pois, perfeitos como também
vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48 = Vulgata).
Nos dias de Moisés, amigo do Senhor, o
Espírito de Deus estava na arca da aliança. Deus falava, com Moisés, do
propiciatório que ficava sobre a arca, entre os dois querubins.
Quando a Imaculada e sempre Virgem
Maria concebeu do Espírito Santo, o Senhor, nosso Deus, passou a habitar,
também, no coração da Virgem Santíssima, uma arca viva, de onde Deus falava ao
seu povo; por isso nossa Senhora é aclamada como a “Arca da Aliança”, porque
guardou e conserva dentro do seu coração, a Trindade Santíssima.
Hoje, finalmente, depois que o Senhor
Jesus completou a obra da salvação, subiu ao céu e nos enviou o Espírito Santo
(Lc 24,49; At 2,1-13), todos, os que formam, conjuntamente pelo Espírito, o
Cristo total, que creem e são batizados em o nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, são “arca viva” que, harmonicamente, formam a Igreja do Senhor
Jesus Cristo, a Igreja Una Santa, Católica e Apostólica. (Calcedônia - 452).
É, certamente, por tudo, que
corresponde à obra salvífica, que são Paulo escreveu a Timóteo, sobre a obra
que ele tinha a cumprir, como que a nós, principalmente, que já vivemos sob as
angústias da escatologia final.
“Conjuro-te diante de Deus e de Jesus
Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino:
prega a palavra , insiste a tempo e fora de tempo, repreende, suplica, admoesta
com toda a paciência e doutrina, porque virá tempo em que não suportarão a sã
doutrina, mas multiplicarão para si mestres conforme os seus desejos, levados
pelo prurido de ouvir. Afastarão os ouvidos da verdade e os aplicarão às
fábulas” (II Tm 4,1-4 = Vulgata).
A Igreja, que é a unidade de todos os
filhos e filhas de Deus, conduzida, amorosamente, pelo Espírito Santo, é como
que uma arca viva, a arca da nova e eterna aliança, de cujo seio sobre o altar
alimenta todo o povo de Deus com o pão vivo decido do céu.
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu.
Se alguém comer deste pão viverá eternamente; e o pão que eu hei de dar é a
minha carne pela vida do mundo” (Jo 6,51).
Assim, na Igreja do Senhor Jesus
Cristo, todos são enviados a evangelizar e, como nos ensina são Paulo, “Ai de
mim se eu não evangelizar”.
Crer é viver da fé para a fé que opera
pela caridade, sob a luz da viva esperança que não nos engana, a esperança pela
qual já se vislumbra, na terra dos bem-aventurados, a herança dos santos.
João
C. Porto