segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Morada do Senhor

Morada de Deus

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Mossa vida em Deus é espiritual, porque se fundamenta na verdade divina, que é a sabedoria, Jesus Cristo, aquele que nos salva e nos ensina, pela comunicação do Espírito Santo (Jo 16,14), as palavras da vida eterna, pela comunicação do Espírito Santo (Jo 6,69 – Vulgata), que nos formam na convivência fraterna.

1. O que é uma morada cristã?

É a vida em Jesus Cristo, vida nova (Ef 4,23-24), porque devemos estar                     constantemente revestidos do amor de caridade que o Espírito Santo derrama, gratuitamente, em nossos corações.

“A esperança não traz engano, porque a caridade de Deus está derramada em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Rm 5,5).

A vida cristã é uma graça abundante que nos germina para a vida eterna. É uma dádiva de Deus (Tg 1,17) pela qual o Espírito de Deus nos guia (Ra 8,14). Santifica-nos pelas inspirações e moções amorosas e aperfeiçoa-nos através dos exercícios dos Dons e das virtudes. (I Cor 13,13; Sb 8,7).

2. Que nos ensina Sto. Agostinho sobre a virtude?

“A virtude é a ordem no amor”.

Ora, o amor, que é o Espírito Santo, ordena todas as coisas. Assim, viver em Cristo é viver no amor, revestido da caridade regeneradora e misericordiosa  de Deus.

“Sobretudo, porém, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”. (Cl 3,14).

Desse modo, devemos ser uma morada, não apenas livre das sevandijas, mas sobretudo, ordenada pelo Espírito Santo de Deus. Por isso somos uma casa de oração, como falou o Senhor Jesus com relação ao templo.

“Não façais da casa de meu Pai casa de negócio”. (Jo 2,16b).
“(...) a minha casa será chama casa de oração para todos os povos”. (Is 56,7b).

Assim, somos morada de Deus (I Cor 3,16), e a casa que somos não prescinde o Espírito Santo, porque dependemos de Cristo em tudo na vida. Na verdade. Sem ele, somos uma casa vazia e sem finalidade frutuosa. (Jo 15,5).

Ora, se estivermos sem Cristo, certamente o Pai e Espírito Santo também não residirão em nós.

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada”. (Jo 14,23).

3. Quem somos nós, então?
“Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”. (I Cor 3,16).

Este templo que somos nós é uma devoção constante no amor, porque está impregnado da vida sobrenatural, a suavidade da unção da bondade infinita do Senhor. (Ef 5,9).

4. Como o Espírito Santo nos restaura à  vida em Cristo?

Ele vai reproduzindo nas almas, em virtude da nossa adesão pessoal ao Senhor Jesus, a imagem de Cristo, progressivamente, conforme a busca e o desprendimento do coração, “até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do filho de Deus, ao estado do homem perfeito, segundo a medida da idade completa de Cristo”. (Ef 4,13).

Do contrário, como reconheceríamos a presença do Senhor Jesus em nós?

“Examinai-vos a vós mesmos, vede se estais firmes na fé; provai-vos a vós mesmos. Acaso não vos reconheceis mesmos que Jesus Cristo está em vós?” (II Cor 13,5).

Ora, se na verdade, estamos revestidos de Cristo, somos casa do amor, casa da viva esperança (I Pd 1,3) e morada da  fé que nasce da palavra de Cristo. (Rm 10,17), da justiça que vem de Deus pela fé (Fl 3,9b), uma verdadeira morada cristã.

“Todos os que fostes batizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo”, (Gl 3,27).

Assim devemos ser conforme a imagem de Cristo, andando como ele andou. (I Jo 2,6).

“Os que ele conheceu na sua presciência, também os predestinou para serem conforme a imagem de seu Filho, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8,29).

Sendo assim, a vida em Cristo aprofunda em nosso viver e através de nossas ações, a perfeita semelhança, em tudo, com o Senhor Jesus, pelo Espírito que nos dirige, ensina e ordena na caridade todas as coisas do que somos para Deus.

“Vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. E a vida sobrenatural com que eu vivo agora na carne, vivo-a da fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gl 2,20).

Contudo, não poderá haver vida de Cristo em nós se não renascermos da água e do Espírito (Jo 3,5). Assim, para que possamos viver plenamente em Cristo Jesus, deveremos assimilar, pelo menos, quatro atitudes.

a) Conversão e arrependimento.
“Convertei-vos, mudai de vida e mentalidade, porque o Reino dos céus está próximo”. (Mt 3,2).

b) Perdão e reconciliação.

“Deixa a tua oferta diante do altar, vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, depois vem fazer a tua oferta”. (Mt 5,24; 18,21-22).

c) Entrega incondicional ao Senhor Jesus.

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38).

d) Ser batizado no Espírito Santo.

“(...) Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo”. (Mt 3,11b).

Estes quatro fundamentos são, absolutamente, necessários para que o Espírito Santo exerça em nós sua ação santificadora e nos inspire à perfeição atrvés do exercício dos Dons e das Virtudes. (I Cor 13,13; Sb 8,7).

5. Que atitude devemos tomar, a fim de que sejamos santificados no amor?

Ora, para o exercício da vida cristã, necessitamos crer no Senhor Jesus com fé no coração (At 16,31), ser revestido de Cristo pelo batismo (Gl 3,27), conhece-lo pela reflexão da verdade que liberta (Jo 8,32; Fl 3,8-9), formar um só Espírito com Ele (I Cor 6,17) e nada fazer senão em ação conjunta com o Senhor. (Jo 15,5b).

Teremos, outrossim, de viver sob a visão sublime do querigma, anunciando Jesus que  salva (I Tm 2,5), único nome pelo qual importa que sejamos salvos At 4,12; aquele que veio salvar o seu povo dos seus pecados (Mt 1,21), que liberta e cura de toda opressão e de todo mal: nosso Senhor e nosso Redentor. (At 10,43).

6. Que certeza devemos viver no coração?

Que é o Espírito que fala em nossos corações (Mt 10,19-20; Lc 12,11-12), que nos ensina todas as coisas (Jo 14,26), que nos conduz ao pleno entendimento da verdade integral (Jo 16,13), que nos recorda as verdades reveladas por Jesus. (Mt 11,27) e que, na unidade do Senhor conosco, é o poder que Cristo nos concede para vencer o inimigo e todo mal que dele procede.

“Eis que vos dei poder de caminhar sobre serpentes e escorpiões, bem como sobre todo poder do inimigo e absolutamente nada vos causará dano”. (Lc 10,19).

7. Como a vida em Cristo vai processando-se em nossos corações?

“Por isso, todos nós que, de rosto descoberto, refletimos a glória do Senhor como num espelho, somos transformados em sua imagem, de claridade em claridade, porque é o Espírito do Senhor que realiza isto”. (II Cor 3,18).

É, sem dúvida, uma realização da bondade infinita do Senhor, como o óleo que desce da barba de Aarão até a orla do seu manto ou como o orvalho do Hermon, que desce sobre as colinas do monte Sião, como a justiça e a misericórdia que Deus derramou ali para sempre. (Sl 132).

“Derramai, ó céus, lá dessas alturas, o vosso orvalho, e as nuvens façam chover o justo, abra-se a terra e brote o Salvador e ao mesmo tempo nasça a justiça. Eu sou o Senhor que o criei”. (Is 45,8).

Não foi assim no seio da virgem Maria? Pela ação do Espírito Santo nasceu o Salvador.

Por isso, como o céu uniu-se à terra, para que dessa hipóstase brotasse a salvação, teremos de unir-nos a Jesus, para que o Espírito Santo, amor inefável do Pai e do Filho, reproduza em nossas almas a imagem perfeita do Senhor.

8. Nesse sentido, que nos diz Dom Luiz  M. Martinez?

“São dois os santificadores essenciais das almas; o Espírito Santo e a Virgem Maria, porque são os únicos que podem reproduzir Cristo”.

Assim, embora o Espírito Santo seja o santificador por essência, Maria, por cooperação, o instrumento escolhido por Deus à realização de seus desígnios; não há dúvida de que ambos são os “artífices indispensáveis de Jesus, por isso, os santificadores divinos de nossas almas”.

Desse  modo, vida cristã é vida no amor de Deus, no Espírito Santo como a unidade da fé, da justiça e da misericórdia, que nos impregna de Cristo, por dentro e por fora, como caracteriza                   o desejo de Tomás de Kempis.

“Dai-me, Deus meu o santo propósito de imitar vosso Filho e meu Senhor Jesus Cristo; purificai minha intenção conforme o desejo que me dais, de maneira que todo eu de dentro e de fora só a vós olhe, a vós contente, a vós ame, por vós suspire e em vós descanse”.


João C. Porto 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Caminho Estreito

Entender o caminho estreito

Para entrar pela porta estreita do caminho de vida eterna, a via apertada, precisamos ser ousados de todo o coração, de toda a alma e de todo o espírito, para romper com este mundo secularizado, para a renovação do espírito, para, finalmente, discernir qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. (Rm 12,2).

Esse caminho novo, de homem renovado (II Cor 5,17), possui vários princípios de vida em nosso Senhor Jesus Cristo, entre os quais  citamos os mais necessários:

a) A fé.

“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e, que recompensa os que o procuram”. (Hb 11,6).

A fé é um carisma de poder e, por isso, corresponde ao Pai Eterno, que tudo criou: o céu, a terra e tudo quanto neles há. Deus pode tudo!... (Mt 10,19-20; Mc 10,27: Lc 18,27; 1,37).

 É necessário viver segundo a fé que opera pela caridade. (Gl 5,6).

b) A esperança.

“A esperança não engana. Porque o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo espírito Santo que nos foi dado”. (Rm5, 5).

A esperança corresponde ao Filho, que derramou, profusamente, em nossos corações a caridade, através da qual, como que, pela luz, antecipada, da visão beatífica, os filhos e filhas de Deus, guiados e movidos pelo Espírito Santo, já, de alguma forma amorosa, vislumbram os bens da herança reservada aos santos. (Tt 3,6-7).

c) A caridade.

“Mas, acima de tudo, revesti-vos da Caridade, que é o vínculo da perfeição”. (Cl 3,14).

A caridade é a perfeição do amor do Pai e do Filho; isto é, o Espírito Santo que nos foi dado através do batismo, o qual infunde, nos corações de seus filhos e filhas, os Dons de santificação, os carismas e virtudes, para revestir, a todos, do homem novo e da santidade das almas, (Mt 5,8; Hb 12,14). Quando somos engraçados de Deus, trazemos em nossos corações a face do amor do Pai e do Filho; isto é, o Espírito Santo, resplendor da glória divina.


Visão de renovação e Santidade.

Quando nascemos – criancinhas – para vivermos no meio sensível da matéria na qual estamos, possuímos cinco sentidos, para que possamos despertar-nos racionalmente:

- Visão, audição, tato, olfato e paladar.

É sem dúvidas que a partir desses sentidos, acima citados, despertamos para o mundo da razão, através da interação dos pais e demais membros da família.

Ora, porque somos racionais, a princípio, começamos a absorver, no núcleo central da vida, o coração, via sentidos, não só o acervo cultural familiar, mas, sobre tudo, o viver desordenado do mundo, sob a direção dos pecados e seus vícios, longe das virtudes da perfeição, a caridade divina.

“Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”. (Cl 3,14).

Ora, acontece que, quando, criancinhas, fomos batizados na Igreja do Senhor. A partir daí o pecado de origem está perdoado. por isso,  já somos filhos de Deus e membros de sua Igreja.

Assim, pelo batismo, recebemos graça sobre graça de plenitude do Senhor Jesus Cristo (Jo 1,16). Com a graça, também, o Espírito Santo, que nos infundiu, interiormente, os dons de santificação (Is 11,2) e os dons carismáticos (I Cor 12,8-10) e, bem assim, todas as virtudes e frutos, sob sua direção amorosa.

Que se pode dizer com isso? Quando acolhemos o Senhor Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, possuímos, no espírito, no coração – alma – e no corpo, todas as ferramentas necessárias ao desprezo deste mundo, numa entrega incondicional ao Senhor Jesus para purificação do coração (Mt 5,8) para sermos revestidos do homem novo criado por Deus, na justiça e santidade verdadeira. (Ef 4,23-24).

Agora, como se operará tudo isso para que adentremos no caminho apertado da porta estreita?

Assim como o mundo, com seus vícios e costumes desregrados, estruturou nossas faculdades espirutuais (inteligência, vontade, memória, imaginação e afetividades, necessitamos, urgentemente,   de conversão, em o nome glorioso do Senhor Jesus!

Na prática de vida de santidade teremos que nos afastar, totalmente, da cultura secularizada deste mundo, a fim de que possamos compreender qual seja a verdadeira e perfeita vontade de Deus em nossos corações. (Rm12,2; Ef 4,23-24).

“Para os puros todas as coisas são
Puras. “Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidas”. (Tt 1,15).

Como reverter o quadro de pecado que a cultura do mundo, através dos sentidos, nos afastou de Deus, contaminando com o mal nossas faculdades espirituais?

Se dermos assentimento a que o Espírito Santo, através da verdade integral, nos transforme, em novas criaturas (II Cor 5,17) seremos guiados, instruídos, ensinados e conduzidos, amorosamente, pelo Espírito Santo, como filhos e filhas de Deus. (Rm 8,14;Sl 31,8; I Cor 3,16; 6,19-2o).

Então, o Espírito Santo, através dos Dons de santificação (Is 11,2) e das virtudes teologais (I Cor 13,13), restaurarão os corações dos convertidos ao Senhor Jesus Cristo, em novas criaturas.

Como se fará isso?

“Para santificação da faculdade da inteligência, a partir do interior da palavra divina – Intus-Legere – e para julgar destas verdades contamos com três dons:  Sabedoria, Ciência e Conselho – que têm por objeto regular e dispor nossas relações com os demais”.

“Para dominar a parte inferior do nosso ser, há dois dons”.

- O de Fortaleza para tirar-nos o temor do perigo.

-”O temor de Deus para moderar os ímpetos desordenados da nossa concupiscência.” “Jesus é nossa paz!”.


João C. Porto

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sem Mim Nada Podeis



         Espírito santo, Promessa do Pai

Quando o Senhor prometeu-nos a salvação (Gn 3,15), isto é, de nos enviar da mulher, um Salvador, com certeza, estava afirmando também que, uma vez resgatados ao seio do seu amor, devolveria aos nossos corações o seu Espírito que outrora, nos fora suprimido por causa do pecado (Gn 6,3). Por isso, no tempo da plenitude, no qual ainda estamos Zaqueu exultou de alegria ao ouvir do Senhor Jesus estas palavras: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão”. Pois o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19,9-10).

1. Quais foram às promessas que o Senhor nos fez sobre o envio do Espírito Santo aos nossos corações?

Com certeza são muitas; mas vejamos algumas que se encaixem melhor em nossa compreensão.

Falando da libertação de Israel, o Senhor nos diz:

“Sobre os planaltos desnudados, farei correr água, e brotar fontes no fundo dos vales. Transformarei o deserto em lagos e a terra árida em fontes”. (Is 41,18).

Na verdade ele nos prometeu começar derramando seu Espírito sobre o Salvador prometido.

“Eis que o meu servo, eu o ampararei; o meu escolhido, no qual a minha alma pôs a sua complacência. Sobre ele derramarei o meu espírito, ele espalhará a justiça entre as nações”. (Is 42,1).
Através do profeta Ezequiel e Joel, falando sobre a renovação do seu povo, o Senhor fez, também para nós, granes promessas:

“Derramarei sobre vós uma água pura, sereis purificados de todas as vossas imundícies, purificar-vos-ei de todos os vossos ídolos”. Dar-vos-ei um coração novo e porei um novo espírito no meio de vós; tirarei da vossa carne o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Porei o meu espírito no meio de vós, farei que andeis nos meus preceitos, que guardei as minhas leis e que as pratiqueis. Habitareis a terra de que fiz presente a vossos pais; sereis meu povo, e eu serei vosso Deus. (Ez 36,25-28).

“Acontecerá que derramarei o meu espírito sobre toda carne, e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos serão instruídos por sonhos e os vossos jovens terão visões”. (Jl 3,1).

Ora, no tempo da plenitude, o Filho de Deus, Jesus Cristo, nasceu da Virgem Santíssima, pelo poder do Espírito Santo (Gl 4,4; Mt 1.20) e, quando, com trinta anos de idade, foi batizado por João Batista, no Jordão, o Espírito de Deus desceu sobre Ele em forma corpórea de pomba, e o Pai falou do alto, dizendo: “Este é o meu Filho  amado, no qual pus todas as minhas complacências”. (Mt 3,17b). Então a promessa de derramar o Espírito Santo sobre o Filho de Deus, acabara de se cumprir, ali, às margens do rio Jordão.

2. Quanto a nós, que disse o Senhor Jesus acerca do Espírito Santo?

“Quem crê em mim, como diz a Escritura; do seu interior manarão rios de água viva”. (Jo 7,38).

O Senhor Jesus instrui seus discípulos sobre a missão apostólica e os advertiu sobre muitas coisas. Entre elas, que seriam entregues às autoridades, mas que não se preocupassem sobre o que haviam de dizer; “porque o Espírito do vosso Pai é o que falará em vós”. (Mt 10,19-20; Lc 12,12).

Ora, o Espírito Santo é o comunicador da sabedoria divina, do amor de caridade do Pai e do Filho, e da santificação de que necessitamos para ver a Deus. (Hb 12,14).

Assim, a missão específica do Espírito de Deus em nós é ensinar, repreender, corrigir, recordar e formar na justiça, para que sejamos perfeitos e aptos para toda obra que nos seja confiada por Deus. (II Tm 3,16-17).

Dessa forma, pelo batismo de regeneração e renovação do Espírito Santo (Tt 3,5) seremos. se quisermos ser santificados no amor curador e misericordioso do Pai e do Filho.

Não é verdade que aqueles que experimentam a redenção liberativa do sangue de Cristo são santificados pelo Espírito Santo, para o Senhor?

“Pedro disse-lhes: Fazei penitência e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão de vossos pecados; recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa é para vós, para os vossos filhos, para todos os que estão longe e para quantos nosso Deus chamar”. (At 2,38-39).

3. Que disse o Senhor aos seus apóstolos antes de sua ascensão aos céus?

“Eu vou mandar sobre vós o (Espírito Santo) prometido por meu Pai; entretanto permanecei na cidade, até que sejais revestidos da virtude do alto” (Lc 24,49).

Ora, para isto, o Senhor Jesus havia dito que rogaria ao Pai em favor dos que guardassem os seus mandamentos, e lhes seria dado outro Paráclito para ficar com eles para sempre. (Jo 14,15-16).

Nesse sentido, Jesus Cristo, conforme narrou S. Lucas nos atos dos apóstolos, acrescentou: “João, na verdade, batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, daqui há poucos dias”, (At 1,5).

O Senhor Jesus disse isto porque todas as suas testemunhas terão que ser revestidas da graça que salva (Ef 2,8), da verdade que liberta (Jo 8,32 e do amor de caridade que cura, purifica e santifica os quantos creem nele de todo o coração). (Jo 6,47; Jr 29,13).

“Recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós e me sereis testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, na Samaria e até às extremidades da terra”. (At 1,8).

4. Por que temos que ser  santificados pelo Espírito Santo?

Porque a grande vocação do cristão é, sem dúvida, retornar ao estado de graça e santidade que, no princípio, desfrutaram os nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso de delícias; pois é certo que, sem um coração puro (Mt 5,8)  e uma alma santa (Hb 12,14) jamais veremos o Senhor da vida.

5. Que nos diz o Antigo Testamento sobre a vocação dos santos?

Que devemos ser santos, como o Senhor nosso Deus é Santo. Como se pode observar, não há alternativa: “Santos ou santos!”.

“Sereis para mim um reino sacerdotal e uma nação santa. Estas são as palavras que dirás aos filhos de Israel”. (Ex 19,6).

Alias, são Pedro, em sua carta, exorta-nos a que sejamos santos!
“A exemplo da santidade daquele que vos chamou sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo (Lv 11,44)”“.

6. Que pede o Senhor Jesus Cristo aos seus escolhidos?

A perfeição que só existe num coração puro e na alma santa! Foi um coração e uma alma santa que, no princípio, recebemos através de nossos primeiros pais, das mãos do Senhor de toda graça e de toda a glória.

“Sede, pois, perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito”, (Mt 5,48).

Concluímos, finalmente, que o Pentecostes da Igreja e o Pentecostes pessoal, de cada um de seus filhos e filhas correspondem ao cumprimento da promessa do Pai; porque tudo quanto o Senhor Jesus Cristo resgatou do seio das trevas será ofertado por Ele ao Pai das luzes, e toda oferenda resgatada, perfeita, santa e acabada, conceda-nos a alegria de ouvir dos lábios do Senhor de toda glória as mesmas palavras do princípio da criação: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1,31).

João C. Porto