segunda-feira, 22 de abril de 2013

Que sejamos santos


Que sejamos Santos
“A exemplo da santidade daquele que vos chamou sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sede santos porque eu sou santo” (I Pd 1,15-16 = Lv 11,44).
Ser santos é preciso!...
Mas, quando nascemos para viver neste mundo, no meio sensível da matéria onde habitamos, nossa razão é despertada sob a agressão de uma cultura secularizada. (Rm 12,2).
È, certamente, neste contexto, que nossos sentidos nos despertam sob a grande influência das concupiscências da carne, das concupiscências dos olhos e a soberba da vida. (I Jo 2,15-17; I Pd 1,3-9).
1. Quais os nossos principais sentidos?
- São cinco, a saber:
1. Visão;
2. Audição;
3. Paladar;
4. Tato;
5. Olfato.
- Pela visão vemos as pessoas, observamos os contornos, as formas, as cores etc.
- Pela audição captamos e ouvimos os sons.
- Pelo paladar sentimos os sabores.
- Pelo tato pegamos e sentimos os objetos, o calor ou frio.
- Pelo olfato sentimos os cheiros e/ou odores.
As concupiscências
- Concupiscência: Cupidez; desejo exagerado de prazer; ambição.
- Cupidez: Cobiça; ambição; ganância.
- Ambição: Desejo veemente (de poder, glória, riqueza etc.); aspiração imoderada; pretensão; cobiça.
A Imagem de Deus
Ora, a imagem de Deus não pode ser imperfeita!
Assim, nós somos a imagem viva e perfeita de Deus. Qualquer um, que vem a este mundo, é imagem de Deus, criado para a imortalidade, segundo a sua natureza.
“Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza” (Sb 2,23).
Desse modo, conclui-se que nossos primeiros pais, no paraíso do Éden, perderam a alma de santidade que possuíam e, em virtudes da desobediência e/ou infidelidade, adquiriram, em seu lugar, uma alma pecadora; isto é, desobediente, injusta e, consequentemente, infiel
Observemos que Adão e Eva não deixaram de ser imagem viva e perfeita de Deus; pois, são espírito, como o Senhor Jesus Cristo afirma que Deus é espírito (Jo 4,24). Assim, a imagem do Espírito incriado não pode perder sua estrutura  divina e eterna, ainda que a alma do homem seja pecadora.
Ora, a alma pecadora é que nos impede de participarmos do banquete real! Assim, pela redenção no sangue do Filho de Deus – Jesus Cristo –, o Pai Eterno nos convida a participarmos do festim da realeza celestial; conquanto que estejamos revestidos da alma de santidade; isto é, a veste nupcial.
“O rei entrou para vê-los e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial. Perguntou-lhe: Meu amigo como entrou aqui, sem a veste nupcial? O homem não proferiu palavra alguma. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 22,11-13).
Observemos que, mesmo assim, o rei o chamou de “amigo”. Contudo, embora fosse à imagem do rei, faltava-lhe a veste nupcial; isto é, a alma de santidade.
“Procurai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor” (Hb 12,14).
- Que nos diz o apóstolo João, no Apocalipse?
“Então, um dos anciãos falou comigo e perguntou-me: Esses que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm? Respondi-lhe: “Meu Senhor, tu o sabes”. Ele me disse: “Estes são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro”. Por isso, estão, diante do trono de Deus e o servem, dia e noite, no seu templo. Aquele que está sentado no trono os abrigará em sua tenda. Já não terão fome, nem sede, nem o sol ou calor algum os abrasará” (Ap 7,13-15).
Não é assim mesmo? Até aqui na terra, também, quando somos convidados a participar de um encontro social solene, ninguém pode entrar no recinto se não estiver vestido adequadamente!
Então, pode-se concluir que, pelo batismo de regeneração e renovação, na Igreja do Senhor – Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica –, recebemos a graça, o Espírito Santo, seus Dons e as Virtudes; pelo que todos os nossos pecados são perdoados; passamos a viver, pela fé, na viva esperança e na caridade do amor do Pai e do Filho; isto é, sempre conduzidos pelo Espírito Santo. (Rm 8,14.16).
Ora, o Espírito Santo é fonte viva, unção da graça e esplendor dos corações que ele mesmo criou e santificou através dos Dons Infusos, dos carismas e das virtudes, a fim de que produzamos frutos de vida eterna. (Jo 15,15-17).
“Vou te ensinar, dizeis, vou te mostrar o caminho que deves seguir;  vou te instruir, fitando em ti os meus olhos” (Sl 31,8).                                                                                                             
 Então, a partir do batismo – nosso     Pentecostes pessoal –, a obra de regeneração e renovação do Espírito Santo em nós (Tt 3,4-7), consiste em retirar do coração do homem a alma deste mundo secularizado, substituindo-a pela alma de vestes embranquecidas e alvejada no sangue do Cordeiro, para um coração puro temente a Deus.
“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8).
- Como se fará isso?
Ora, como dissemos no princípio, acima, através das concupiscências de nossos sentidos, as     faculdades de nosso espírito, homem interior –, imagem viva e perfeita do Altíssimo, desperta em nós a razão do ambiente material no qual vivemos, conduzindo-nos, assim, a crescermos segundo a cultura do mundo sensível da matéria onde habitamos.
Então, acontecem dois momentos:
a) Desde criancinhas, na medida em que desperta em nós a razão, recebemos tudo em nosso coração através dos sentidos, dando às nossas faculdades interiores uma estrutura conforme as concupiscências  da carne, dos olhos e a soberba da vida. Nesse caso, o ambiente onde vivemos conduz-nos a uma alma extremamente pecadora, ainda mais longe da salvação que o Senhor Jesus Cristo nos trouxe.
b) Mas, quando pelo batismo, somos guiados pelo Espírito Santo (Rm 8,14), para a renovação e santificação de nossas faculdades espirituais; então, pouco a pouco são restauradas as concupiscências de nossos sentidos, até que sejamos revestidos com vestes adequadas; isto é, as vestes brancas e alvejadas no sangue do Cordeiro de Deus, aquele que tira os pecados do mundo. Assim, somente por este caminho, teremos uma alma santa, adequada e apta a participar do banque celestial.
Nossas faculdades espirituais:
- Inteligência;
- Vontade;
- Memória;
- Imaginação;
- Afetividades.
“Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4,23-24).
João C. Porto

sábado, 13 de abril de 2013

Os Caminhos


Os filhos de Belial
“Enquanto restavam as forças, vieram habitantes da cidade, gente péssima, e, cercando a casa do velho, bateram violentamente à porta: “Fase sair – gritaram eles ao velho, dono da casa – faze sair o homem que entrou em tua casa para que nós o conheçamos!” (Jz 19,22).
“Os filhos de Heli eram maus; não conheciam o Senhor” (I Sm 2,12).
Obs.: Maus, literalmente – filhos de Belial.
“É um homem perverso, um iníquo aquele que caminha com falsidade na boca; pisca os olhos, bate com o pé, faz sinais com os dedos; só há perversidade em seu coração: não cessa de maquinar o mal, e de semear questões” (Pr 6,12-14).
Os filhos do demônio
“O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Malígno” (Mt 13,38).
“Filhos do demônio, cheio de todo engano e de toda astúcia, inimigo de toda justiça, não cessas de perverter os caminhos retos do Senhor!” (At 13,10).
“É nisso que se conhecem quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão” (I Jo 3,10).
A Majestade Divina
“Em seu semblante, a Majestade e a beleza, em sua morada, o poder e a felicidade” (I Cr 16,27).
“A vós, Senhor, a grandeza, o poder, a honra, a majestade e a glória, porque todo que está no céu e na terra vos pertence. A vós, Senhor, a realeza, porque sois soberanamente elevado acima de todas as coisas” (I Cr 19,11).
“Luz vem do norte. Deus está envolto numa majestade temível” (Jo 37,22).
“Senhor é rei e se reveste de majestade, ele se cingiu com um cinto de poder. A terra, com firmeza ele estabeleceu, não será abalada” (Sl 92,1).
“Bendize, ó minha alma, o Senhor! Senhor, meu Deus, vos sois imensamente grande! De majestade e esplendor vos revestis” (Sl 103,1).
“ao Senhor único, Salvador nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém” (Jud 25).
“Em seu semblante, a majestade e a beleza; em seu santuário, o poder e o esplendor” (Sl 95,6).
“Elas falam do brilho esplendoroso de vossa majestade, e publicam as vossas maravilhas” (Sl 144,5).
O Pai Eterno com Verdade
“Enquanto ensinava no templo, Jesus exclamou: “Ah! Vós me conheceis e sabeis de onde eu sou!... Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro aquele que me enviou, e vós não o conheceis” (Jo 7,28).
“Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu digo ao mundo” (Jo 8,26).
“De modo algum. Porque Deus há de ser reconhecido como veraz, e todo homem como mentiroso, segundo está escrito: Assim serás reconhecido justo nas tuas palavras e vencerás quando julgares” (Rm 3,4 = Sl 50,6).
O Filho como caminho
“Era instruído no caminho do Senhor, falava com fervor de espírito e ensinava com precisão a respeito de Jesus, embora conhecesse somente o batismo de João” (At 18,25).
“Mas, como alguns se endurecessem e não cressem, desacreditando a sua doutrina diante da multidão, apartou-se deles e reuniu à parte os discípulos, onde os ensinava diariamente na escola de um certo Tirano” (At 19,9).
“Por esse mesmo tempo, ocorreu um grande alvoroço a respeito do Evangelho” (At 19,23).
“Eu persegui de morte essa doutrina, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres” (At 22,4).
“Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo” (Hb 10,19-20).
“Reconheço na tua presença que, segundo a doutrina que eles chamam de sectária, sirvo a Deus de nossos pais, crendo em todas as coisas que estão escritas na lei e nos profeta” (At 24,14).
JCP/jcp.

terça-feira, 2 de abril de 2013

O Sacerdócio Régio


Os Ministérios do Sacerdócio Régio
“Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa” (I Pd 2,9).
Como podemos entender, todos os homens e mulheres tementes a Deus, pelo batismo, são filhos e filhas de Deus e membros da sua Igreja; por isso, formam o conjunto do Cristo total, como:
- Uma raça escolhida;
- Um sacerdócio régio;
- Uma nação santa;
- Um povo adquirido para Deus;
- A fim de que publiquemos as virtudes daquele que das trevas nos chamou – por seu Filho muito amado – à sua luz maravilhosa. 
Ora, aos que fazem parte desse sacerdócio régio, o Espírito Santo distribui os seus dons; para formação dos ministérios;  Quem seria capaz de os contar? Tudo o que sabemos é que Deus, em virtude de sua fidelidade, nos chamou à comunhão do seu Filho, nosso salvador e Senhor Jesus Cristo, para sermos fiéis e virtuosos operários de sua vinha.
“Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (I Cor 1,9).
Ora, todos são chamados; mas poucos os escolhido (Mt 7,21)! Assim, muitos se sentem constrangidos e, por isso, se perguntam: “Será que eu sou um dos escolhidos?”.
O Senhor Jesus nos dá essa ordem: “Não tenhais medo, tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16,33). E mais: “Todo o que o Pai me der, não o lançarei fora” (Jo 6,37). “E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,44b).
Ou não sabemos que todos os que se entregam, incondicionalmente, ao Senhor Jesus estão selados com o selo indizível do Espírito Santo?
“Nele também vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação no qual tendes crido, fostes selado com o selo do Espírito Santo que fora prometido” (Ef 1,13).
Ora, esse selo indelével é o selo de garantia, como certeza de nossa redenção em Cristo Jesus.
Assim, “não entristeçais o Espírito de Deus, com o qual estais selados para o dia de vossa redenção” (Ef 4,30).
Desse modo, como saber, no silêncio profundo do coração, através da fé, da viva esperança e da caridade, que andamos como o Senhor Jesus andou, sobretudo sob a direção amorosa do Espírito Santo?
A resposta nos vem do coração e da boca do apóstolo amado do Senhor, João, o evangelista:
“Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que reconhecemos que estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve viver como ele viveu” (I Jo 2,5-6).
Que nos ensina São Tomaz de Aquino, o santo angelical da Igreja?
“Ninguém pode chegar à herança daquela terra dos bem-aventurados se não for movido e guiado pelo Espírito Santo”
Portanto, “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito à vontade de Deus em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal” (I Ts 16-22).
Ora, sabemos que já participamos da plenitude do Senhor Jesus Cristo, ‘e dele recebemos graça sobre graça (Jo 1,16)’, e que, pelo batismo do Espírito Santo (Tt 3,5), estando revestida de Cristo (Gl 3,27), fonte da luz divina (Jo 12,46), ‘já não somos nós que falamos, mas, como disse São Paulo, é Cristo que fala através de seus filhos e filhas amados, com palavras inefáveis de sua sabedoria’ (Gl 2,20).
Assim, pois, o Espírito Santo é que distribui os dons a quantos lhe apraz; o Senhor Jesus Cristo, quem chama e envia ao exercício dos ministérios e, sobretudo, o Pai que opera tudo em todos. (I Cor 12,4-6).
Desse modo, confiemos no Senhor; pois, ele nos diz: “Todos aqueles que invocam o meu nome, eu os criei, eu os formei e os fiz para a minha glória” (Is 43,7).
Assim, tenhamos fé, pois, somos seus filhos e filhas muito amados. Crê tão somente! Nossa redenção está próxima!...
            João C. Porto