sábado, 25 de dezembro de 2010

O Espírito Santo: Curso da Bíblia Sagrada



CBS – 04
O E S P Í R I T O S A N T O
01. Quem é o Espírito Santo?
É a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Ele corresponde ao amor do Pai e do Filho; o Espírito que nos foi dado por Deus, em o nome do Seu Filho amado, para difundir largamente em nossos corações a caridade do amor que aperfeiçoa e santifica nossas almas.
02. Como a gente pode concluir essa afirmativa?
A partir da santa palavra de Deus, observando o que Jesus Cristo nos ensinou:
“Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
Os apóstolos também, em suas pregações, falaram das três pessoas da Trindade Santa:
“A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a caridade de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (II Cor 13,13).
Assim, observamos nos versículos citados que Deus é a unidade de três pessoas distintas:
Ele é o Pai;
Ele é o Filho, Jesus Cristo;
Ele é, também, o Espírito Santo.
Cada uma dessas pessoas divinas corresponde às virtudes ou atributos do próprio Deus onipotente, único e verdadeiro: El Shaddai.
Por isso é que São Paulo nos ensina que Jesus Cristo é a fonte de todas as graças: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo...” (II Cor 13,13). Nesse mesmo versículo, ele nos afirma ainda que o amor procede do Pai, e que ao Espírito Santo pertence à comunicação e, certamente, a unidade, a comunhão de todas as ações do amor do Pai e do Filho.
Dessa forma, é justo que atribuamos ao Pai o poder da vontade criadora:
“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26).
Do mesmo modo, devemos atribuir ao Filho o poder da sabedoria, pelo qual tudo foi criado, consoante a vontade do Pai, a sabedoria do Filho e a ação de realizar tudo, na vontade e na sabedoria de Deus, que é do próprio Espírito Santo:
“Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada foi feito” (Jo 1,3).
E ao Espírito Santo devemos atribuir a ação realizadora de Deus, mediante a qual, o Pai e o Filho criam tudo, fazem tudo e renovam todas as coisas.
“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2).
“O Espírito de Deus me fez e a inspiração do Todo-poderoso me deu Vida” (Jó 33,4).
“Eis que renovarei todas as coisas” (Ap 21,5).
Na verdade, quando Deus realiza qualquer obra do seu infinito amor, o que é feito é fruto do trabalho das três pessoas santas, isto é, do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Quando separamos as três tarefas da obra de Deus e as relacionamos com as três pessoas trinas, certamente o fazemos por efeito didático, visto que se dissermos que o Pai criou, o Filho salvou e o Espírito Santo é quem santifica todas as coisas feitas e salvas, então, o entendimento chega mais fácil ao coração.
Assim são três o momento em que a eternidade de Deus operou e ainda opera, hoje, sobre a terra: na criação, na salvação do homem e na santificação de nossas almas.
Nesta lição, estamos falando desse último momento da operação de Deus sobre a terra, a qual se refere à santificação do homem espiritual. Esta é uma obra que se faz como conseqüência da ação do amor de Deus, isto é, é uma obra do Espírito Santo.
Este período da atividade do Espírito Santo de Deus em nossos corações vem desde o dia de Pentecostes e vai até a segundo vinda gloriosa do Senhor Jesus à terra. (I Ts 4,13-18)
03. Que profecias do Antigo Testamento falam melhor desse momento do derramar do Espírito Santo sobre nós?
“Eu vos retirarei do meio das nações, eu vos reunirei de todos os lugares, e vos conduzirei ao vosso solo. Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações. Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos. Habitareis a terra de que fiz presente a vossos pais; sereis meu povo, e serei vosso Deus” (Ez 36,24-28)
“Eis a aliança que, então, farei com a casa de Israel – oráculo do Senhor – Incutir-lhe-ei a minha lei; gravá-la-ei em seu coração. Serei seu Deus e Israel será o meu povo. Então ninguém terá encargo de instruir seu próximo ou irmão, dizendo: “Aprende a conhecer o Senhor”, porque todos me conhecerão, grandes e pequenos – oráculo do Senhor –, pois a todos perdoarei as faltas, sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados” (Jr 31,33-34).
“Depois disto, acontecerá que derramarei o meu espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão; os vossos velhos serão instruídos por sonhos, e os vossos jovens terão visões. Derramarei, também, naqueles dias, o meu espírito sobre os meus servos e sobre as minhas servas. Acontecerá que todo o que invocar o nome do Senhor será salvo, porque, sobre o monte Sião e em Jerusalém, haverá um resto, como o Senhor disse, e entre os sobreviventes estarão os que o Senhor tiver chamado” (Jl 3,1-2.5)
“Eis que vem o tempo, diz o Senhor, em que eu enviarei fome sobre a terra: não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a palavra do Senhor” (Am 8,11).
Ora, no princípio da plenitude dos tempos, em que vivemos para a consumação da obra salvífica e a santificação dos filhos e filhas de Deus, o Senhor Jesus Cristo, ressuscitado, mas antes de subir aos céus, disse aos seus apóstolos: “Eu vos mandarei o prometido do meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,49).
Como se observa, Deus falou pelos profetas sobre o derramar de sua graça por seu Filho Jesus, para a salvação de todos os homens. Também, de forma muito carinhosa e cheia de amor, Ele falou sobre a ação reveladora e santificadora, pela qual todos seriam, nos tempos da plenitude, envolvidos graciosamente pelo amor do Pai e do Filho, amor esse que é o próprio Espírito Santo de Deus. Assim, tudo o que recebemos de Deus é gratuito (Jo 1,17). Jesus é a fonte das graças porque nos veio de graça e corresponde, por isso, à benevolência de Deus.
Cremos que, quando o Pai apresentou Jesus às margens do Jordão, definiu claramente a bondade do Seu coração: “Este é o meu Filho amado, no qual pus as minhas complacências” (Mt 3,17b); e na transfiguração: “Este é o meu Filho dileto, ouvi-o” (Lc 9,35b).
Com isso, podemos ter certeza de que Deus estava preparando as realizações de Suas promessas pentecostais, isto é, anunciando para nós que já não suportava mais ver o sofrimento da humanidade e ver, sobretudo, o nosso coração longe do Seu Santo Espírito, coração endurecido como pedra, insensível, portanto, ao Seu apelo de Pai misericordioso. Bondoso que é, malgrado nossas fragilidades, desejava colocar dentro de nós o selo de Sua eternidade (Jo 6,27b), porque somente o Espírito tinha o poder de Deus em si, de refazer, de reconstruir, de regenerar, de renovar e modelar, o nosso interior, restabelecendo de forma definitiva a sua imagem e semelhança segundo a qual nos fez no paraíso, e que Satanás, com seus enganos e nosso auxílio, havia destruído.
Assim, o Espírito Santo nos veio por Jesus. Ele é o outro advogado prometido, o Paráclito que veio, não apenas para nos defender, proteger e consolar, mas, sobretudo, nesse mister, nos ensinar todas as coisas e recordar dentro do nosso coração tudo quanto Jesus falou (Jo 14,26). É por isso que João Batista nos declara que Jesus Cristo é o único que batiza no Espírito Santo e com fogo (Mt 3,11b).
O Espírito Santo, como se pode concluir é a fonte das águas vivas. Como fonte é a unidade e a comunicação, de onde as águas se derramam através dos áridos desertos, para torná-los verdejantes e floridos, e para que dêem frutos apreciáveis aos olhos de Deus e dos homens, e para que agradem ao paladar dos que têm fome.
Nas águas do amor infinito, firme e invencível de Deus, é que somos, pelo sangue da regeneração de Cristo Jesus, lavados, purificados, renovados, transformados, regenerados, e, consequentemente, santificados (Ap 22,17).
“Em verdade, em verdade te digo que quem não renascer da água e do Espírito Santo não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5).
04. Que faz o Espírito Santo sobre a terra, no coração do homem?
Através da nossa adesão ao Senhor Jesus e pelo batismo do Espírito Santo na Santa Igreja do Senhor – Igreja, Una Santa, Católica e Apostólica – sela-nos com o selo do Paráclito que nos fora prometido (Ef 1,13; 4,30), e santifica a nossa alma, pois sem a santificação é impossível ver a Deus. (Hb 12,14).
Aliás, o próprio Jesus, no sermão da montanha, declara bem-aventurados os corações puros, porque, diz ele, verão a Deus (Mt 5,8). Ora, um coração puro é fruto da santificação do Espírito Santo.
05. De que forma o Espírito Santo trabalha em nós para nos santificar?
Através dos dons espirituais.
06. Que dons são esses?
O Espírito Santo é a fonte dos dons, carismas, virtudes e frutos do Pai e do Filho, visto que é o amor de ambos.
Os dons distribuídos livremente e de forma gratuita pelo Espírito Santo, são de duas ordens:
- dons infusos ou de santificação;
- dons carismáticos ou de serviços.
07. Quais são os dons de santificação?
“Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e de piedade; e será cheio do espírito do temor do Senhor” (Is 11,2).
Como observamos nesta citação do profeta Isaías, são sete os dons de santificação.
Através desses dons o Espírito Santo não apenas santifica nossa alma, mas, também, nos move relativamente ao aperfeiçoamento das virtudes:
- Sabedoria (Caridade)
- Entendimento (Fé)
- Conselho (Prudência)
- Fortaleza (Fortaleza)
- Ciência (Fé e Caridade)
- Piedade (Justiça)
- Temor de Deus (Temperança e Esperança)
08. Quais são os dons carismáticos?
São nove os dons ou carismas enumerados por São Paulo (I Cor 12,8-10).
- dom da linguagem da sabedoria;
- dom da linguagem da ciência;
- dom da fé;
- dom das curas;
- dom de operar milagres;
- dom da profecia;
- dom do discernimento dos espíritos;
- dom da variedade de línguas;
- dom da interpretação das línguas.
09. Como o Espírito Santo trabalha em nós através desses dons?
Os dons de santificação nós os recebemos na oportunidade do nosso batismo. Assim, o Espírito Santo se apodera dos dons infusos e opera em cada um daqueles que querem e se abrem à ação da graça, para a santificação das faculdades de nosso espírito:
- Inteligência;
- Vontade;
- Memória;
- Imaginação;
- Afetividade.
A santificação dessas potências interiores do nosso espírito é obra da exclusiva competência do Espírito Santo. De nossa parte, apenas desejamos e aquiescemos que o Paráclito faça crescer em nós, com a nossa indispensável ajuda, a vida em Cristo, a vida eterna.
O que dissemos, em outras palavras, é que o Espírito Santo, através dos dons da sabedoria, do entendimento, do conselho e da ciência, santifica as áreas de nossa inteligência e de nossa vontade, e, com os dons da fortaleza, da piedade e do temor de Deus, santifica as áreas da memória, imaginação e afetividade.
Como podemos observar com quatro dons infusos o Espírito Santo opera em nós pelas faculdades da inteligência e da vontade, e, com os três restantes, opera em nós pelas faculdades da memória, imaginação e afetividade. Estas cinco faculdades ou potências interiores são próprias do espírito do homem. Nuns e noutros dons, o Espírito Santo nos move na direção da Santificação e do aperfeiçoamento espiritual de nossa alma. De um lado, ele torna nossa inteligência hábil na virtude da fé, e por outro lado, ele fortalece nossa vontade, aperfeiçoando-a na virtude da caridade do amor de Deus.
10. Então, de que dons o Espírito Santo se utiliza para a santificação e o aperfeiçoamento de nossas faculdades espirituais?
Pela inteligência e vontade, Ele nos santifica mediante os dons da sabedoria, do entendimento, do conselho e da ciência. Pela memória, imaginação e afetividade, Ele nos santifica através dos dons da fortaleza, da piedade e do temor de Deus. É, pois, uma obra do amor de Deus, a qual nos leva, contando com a nossa indispensável colaboração, à santificação e ao aperfeiçoamento espiritual de cada um, individualmente. É dessa forma que o Espírito Santo esculpe nosso interior mais íntimo e profundo a imagem e semelhança de Deus.
Por outro lado, os carismas ou dons carismáticos são dons de serviços. São concedidos pelo Espírito Santo a quem Deus quer, para que, através deles, o Senhor Jesus opere no seio de Sua Igreja, para o bem comum de todos os que fazem à comunidade cristã.
Nesse sentido, todos a quem o Espírito Santo concede dons carismáticos são meros instrumentos, livres e disponíveis nas mãos do Senhor, através dos quais Jesus Cristo faz passar Sua graça, para operações diversas do Espírito, tanto no âmbito da libertação, como no da cura espiritual, física e psíquica.
“Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: somos servos como quaisquer outros; fizemos o que deveríamos fazer” (Lc 17,10).
Com efeito, D. Luiz M. Martinez, no seu livro “O Espírito Santificador”, nos diz que “somente o Espírito Santo, entrando no mais íntimo do nosso ser, possui-nos e se deixa possuir por nós e, no divino abraço de amor, realiza em nossas almas a luminosa transformação que deseja”.
O Espírito Santo, na verdade, se torna conhecido por todos aqueles que buscam viver o amor de Deus, como o amor do Pai e do Filho. Nesse sentido, costuma-se afirmar que são três as obras do amor do Espírito Santo:
- a regeneração;
- a revelação;
- a santificação.
Como já dissemos de outra forma, o Espírito Santo é o único espírito que pode tocar o nosso espírito, santificando-nos e transformando-nos em preciosos instrumentos da vontade e da sabedoria de Deus. É pela graça que nos salvou mediante a fé em Cristo (Ef 2,8), santifica os que Deus quer (Jo 6,27), conduzindo-os concomitantemente ao refinamento da vida de fé, de esperança e de amor; criando em cada um de seus filhos ornamentos próprios do selo eterno de Deus, quais sejam: os frutos ou virtudes espirituais, valores que somente Ele, com o Pai e o Filho pode realizar no coração daqueles que, ardentemente, buscam ser discípulos do Divino Mestre.
Concluindo, podemos afirmar que dons, virtudes, frutos e ministérios são da amorosa obra santificadora do Espírito Santo, concedidos aos filhos de Deus, para a conversão, a santificação e as obras do amor eterno de Deus, junto aos irmãos, visto que todo o cristão deve estar sempre cheio do Espírito Santo.
Entretanto é importante, observar a realização dessa obra santificadora, como se pode dividir na forma que o faz São Paulo, a participação conjunta de cada pessoa da Santíssima Trindade, conforme os versículos que se seguem:
“Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (I Cor 12,4-6).
QUESTIONÁRIOS PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO
11. A quem é prometido o dom do Espírito Santo?
Evangelho de S. João – Cap. 1, Vers. 12 (Jo 1,12)

12. Quem recebe o dom do Espírito Santo?
a) Evangelho de S. João – Cap. 7, Vers. 37-39 (Jo 7,37-39)
b) Atos – Cap. 11, Vers. 17 (At. 11,17)
13. Como se recebe este dom maravilhoso?
a) Epístola aos Gálatas – Cap. 3, Vers. 14 (Gl 3,14)
b) Epístola aos Efésios – Cap. 1, Vers. 13 (Ef 1,13).
14. Quando a gente recebe?
Atos – Cap. 2, Vers. 38-39 (At. 2,38-39)
15. Somos habitação do Espírito Santo?
a) I Epístola aos Coríntios – Cap. 3, Vers. 16 (I Cor 3,16)
b) II Epístola a Timóteo – Cap. 1, Vers. 14 (II Tm 1,14).
16. O que um cristão autêntico deve saber?
I Epístola aos Coríntios – Cap. 6,19 (I Cor 6,19).
17. Qual a ação do Espírito Santo no coração cristão?
a) Evangelho de S. João – Cap. 14, Vers. 26 (Jo 14,26).
b) Evangelho de S. João – Cap. 16,13-14 (Jo 16,13-14).
18. Que faz o Espírito Santo em favor do cristão?
Epístola aos Romanos – Cap. 8, vers. 26-27 (Rm 8,26-27).
19. Qual é a ação do Espírito Santo no mundo?
Evangelho de S. João – Cap. 16, Vers. 8-9 (Jo 16,8-9).
20. O que não se deve fazer, segundo os versículos abaixo?
a) Evangelho de Marcos – Cap. 3, Vers. 28-30 (Mc 3,28-30).
b) Atos dos Apóstolos – Cap. 5, Vers. 3 (At. 5,3).
c) Atos dos Apóstolos – Cap. 5, Vers. 9 (At. 5,9).
d) Atos dos Apóstolos – Cap. 7, Vers. 51 (At. 7,51)
e) Epístola aos Efésios – Cap. 4, Vers. 30 (Ef 4,30).
21. Qual é o meio de o cristão não entristecer o Espírito de Deus?
Atos dos Apóstolos – Cap. 24, Vers. 16 (At. 4,16).
22. O que não se deve fazer como cristão?
I Epístola aos Tessalonicenses – Cap.5, Vers. 19-20 (I Ts 5,19-20).
João C. Porto
Obs.: Este Curso de Introdução à Bíblia Sagrada se encontra na Apostila do autor (1992).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

As Perfeições de Deus


As Perfeições de Deus

O Senhor, nosso Deus, Deus de Israel, Deus de Abraão, de Isaac e Jacó, é o único Senhor. Ele é um Espírito perfeitíssimo, eterno e santíssimo, criador do céu e da terra e de tudo o que neles há.

Suas perfeições são incontáveis e suas qualidades não têm limites.

Desde o princípio da criação, principalmente, a partir dos povos mais antigos, como os semitas, da linhagem de Noé, na medida em que o experienciavam, através de suas manifestações sobrenaturais e as cognições interiores dos corações quedados sob a ascese da devoção, não somente deram vários nomes ao Criador, mas, também, através dos livros sagrados, a diversidade de suas perfeições e/ou atributos à sua personalidade.

Como já nos referimos acima, Deus, na verdade, é um Espírito perfeitíssimo e eterno.

Pelo que temos lido na Bíblia Sagrada, seria o bastante e suficiente se dizer: “Deus é perfeitíssimo e eterno!”. Entretanto, os estudiosos da palavra de Deus registram as perfeições mais significativas do Criador; relativamente às criaturas e, bem assim, aos filhos e filhas de Deus.

Na realidade, são cinco os atributos e/ou perfeições do Senhor, nosso Deus:

1. Unicidade – qualidade do que é único.

“Tu foste testemunha de tudo isso para que reconheças que o Senhor é Deus, e que não há outro fora dele” (Dt 4,35).

“Sabe, pois, agora, e grava em teu coração que o Senhor é Deus, e que não há outro em cima no céu, nem embaixo na terra” (Dt 4,39).

“Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6,4).

“Eu sou o Senhor, sem rival, não existe outro Deus além de mim” (Is 45,5a).

“Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum Deus foi formado antes de mim, e não haverá outro depois de mim” (Is 43,10).

2. Simplicidade – Qualidade do que é simples, sem composição.

“Do meio do fogo o Senhor falou. Ouvistes o som de suas palavras, mas não víeis, no entanto, nenhuma forma” (Dt 4,12).

“Egípcio é homem e não Deus, seus cavalos são carne e não espírito” (Is 31,3a).

“Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?” (Jo 4,29).

3. Ubiquidade – Qualidade de quem está ao mesmo tempo em todo o lugar.

“Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo. E ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz” (Sb 1,7).

“Poderá um homem se ocultar de tal modo que eu não o veja? – Oráculo do Senhor. Porventura não enche minha presença o céu e a terra? – Oráculo do Senhor” (Jr 23,24).

4. Eternidade – Qualidade do que é eterno (incriado).

“Abrão plantou um tamariz em Bersabéia e invocou ali o nome do Senhor, Deus da eternidade” (Gn 21,33)

“O Senhor reinará eternamente e além da eternidade” (Ex 15,18).

“Levanto para o céu a minha mão e digo: tão certo como eu vivo eternamente” (Dt 32,40).

5. Imutabilidade – Qualidade do que não muda, nem possui qualquer sombra de vicissitude.

“Deus não é homem para mentir, nem alguém para se arrepender. Alguma vez prometeu sem cumprir? Por acaso falou e não executou?” (Nm 23,19).

“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima, descendem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1,17).

Outras expressões que correspondem aos atributos do Senhor, nosso Deus, El Shadday:

“ONI”, do latim, significa: “Em tudo”.

Assim, pois, registramos, abaixo, outras expressões que correspondem às perfeições e/ou atributos do Todo-poderoso Deus de Israel.

ONIPOTENTE – Que pode tudo, Todo-poderoso – um dos atributos de Deus.

“A Deus nenhuma coisa é impossível” (Lc 1,37).

“Jesus olhou para eles e disse: “Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mt 19,26)”.

“Olhando Jesus para eles, disse: “Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível” (Mc 10,27)”.

“Respondeu Jesus: “O que é impossível aos homens é possível a Deus” (Lc 18,27)”.

ONIPRESENTE – Está presente em tudo, em todos os lugares.

“Em todo o lugar estão os olhos do Senhor, observando os maus e os bons” (Pr 15,3).

ONICIENTE – Ciência universal absoluta. Deus é a própria “ciência”; isto é, conhecimento ilimitado.

“Não as imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais” (Mt 6,8).

“Deus vos conhece os corações” (Lc 16,15).

João C. Porto

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vida no Espírito Santo


“E vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. E a vida (sobrenatural) com que eu vivo agora na carne, vivo-a da fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20 = Vulgata).

O princípio das operações do Espírito Santo em nossa vida é sermos possuído por ele. Pois, quando o buscarmos de todo o coração, ele se deixará encontrar por nós. Assim, enquanto ele nos possui, nós o possuímos numa posse mútua, pois ele nos foi dado por Deus, em o nome do Senhor Jesus Cristo, a fim de que a caridade do seu amor fosse difundida largamente em nossos corações.

“A esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).

Quando recebemos o batismo do Espírito Santo, na Igreja do Senhor, tornamo-nos templos de Deus, e o Espírito santo habita em nós. Esta é uma certeza cristalina de que pelo batismo recebemos a graça e o dom do Espírito Santo. Pela presença do Espírito Santo em nossa alma, também a presença do Pai e do Filho, em nosso ser mais íntimo e profundo, porquanto o Espírito Santo é o amor de Deus em nossas vidas.

Então, que os batizados, cada um busque conhecer, urgentemente, o doce hóspede de sua alma. E, ao encontrar-se com ele - tesouro do seu coração - ele e você tornar-se-ão obra do amor de Deus; porque, na medida em for possuido, o possuirá, e já não haverá mais distinção, porque ambos será fogo do mesmo braseiro.

Como explicar isso? Uma barra de ferro, por si mesma, não pode fazer a obra que o fogo faz. Mas se a colocarmos no fogo, dentro de pouco tempo ela será da cor do fogo; isto é, será fogo do fogo. Veja, embora sejam duas coisas diferentes, agora, é fogo e ambas se possuem mutuamente. Então, o ferro abrasado fará a obra de purificação, porque está no fogo que o transformou em fogo, igualmente.

Viver no Espírito Santo é assim, deixar-se possuir por ele, sob sua condução amorosa, até que ele se deixe ser, livremente, possuído por nós, a fim de que todos sejamos servos evangelizadores, de cura e libertação.

“Todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus” (Rm 8,14. 16)

“Inteligência te darei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; fixarei em ti os meus olhos” (Sl 31,8 = Vulgata).

João C. Porto

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Jesus Cristo: Curso da Bíblia Sagrada

 
                                                      Curso da Bíblia Sagrada

                                                                 CBS – O3

                                                                            J E S U S C R I S T O

Jesus Cristo é o Verbo de Deus nos céus, como fonte de sabedoria.

“O Verbo de Deus nos céus é fonte de sabedoria, seus caminhos são os mandamentos eternos” (Eclo 1,5).
Ele veio ao mundo, na vontade do Pai, com o objetivo de salvar o homem dos seus pecados.

“Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21).

Ele, na verdade, nos salva, curando-nos das enfermidades do espírito, da alma e do corpo. Quem, verdadeiramente, arrependido de coração, pedindo-lhe perdão das ofensas, não é atendido?

“Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados” (Mt 9,2).

“Todo o povo procurava toca-lo, pois saía dele uma força que os curava a todos” (Lc 6,19)

Jesus não apenas perdoa faltas e iniquidades, mas nos envolve de uma forma consoladora, com sua infinita misericórdia.

“Eu lhes perdoarei as suas iniquidades, e já não me lembrarei dos seus pecados” (Hb 8,12; Jr 31,31-34).

Jesus veio como uma luz para que não mais estejamos em trevas.

“Eu vim como uma luz ao mundo; assim, todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas” (Jo 12,46).

Ele nos escolhe amorosamente.

“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).

Jesus nos ensina a humildade de coração.

“Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para vossas almas” (Mt 11,29).

Ele nos acolhe como um Pai que protege seus filhos.

“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora” (Jo 6,37).

O Senhor Jesus nos dá a vida nova do seu amor bondoso e misericordioso.

“Mas todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (Jo 1,12-13).

“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo” (II Cor 5,17).

O Senhor Jesus é para nós garantia de vida eterna.

“E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (I Jo 5,11-12)

Jesus é o Filho de Deus vivo (Mt 16,16), deu a vida por todos nós (Jo 10,11b), é o bom Pastor, a porta por onde entram as ovelhas (Jo 10,9), o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6), a ressurreição e a vida (Jo 11,25), e tudo de nossa vida.

“Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20).

Jesus faz questão que tenhamos, na fé da verdade, na justiça e no amor, um conceito bem formado sobre Sua pessoa. Ele quer ser irmão e amigo, bem íntimo de cada um de nós. Ele perguntou aos apóstolos sobre o que o povo pensava dEle, e, na opinião do s amigos, quem era Ele.

O1. Quem dizem os homens ser o Filho do homem? (Mt 16,13).

“Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas” (Mt 16,14).

02. E vós quem dizeis que eu sou? (Mt 16,15).

Respondendo, Simão Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16).

O Senhor Jesus quer que todos tenham a mesma convicção da fé que movia o coração de São Pedro. Ele espera que do íntimo da alma, do entendimento do espírito, e de todas as forças da capacidade de sentir do coração, todos digam com fé, esperança e grande amor que Ele é o Filho de Deus, o Salvador do mundo, o Senhor da vida, que Deus O ressuscitou dentre os mortos e lhe deu um nome que está sobre todo o nome (Fl 2,9), a fim de que todo coração creia Nele, para alcançar a justiça, e que toda a boca O confesse como Senhor de todos, para alcançar a salvação (Rm 10,10), porque todo aquele que assim invocar o nome do Senhor Jesus Cristo será salvo (Rm 10,13).

03. Quais os nomes pelos quais conhecemos Jesus Cristo?

Conhecemos Jesus pelos seguintes nomes:

Jesus Cristo Messias
Nosso Senhor Salvador Filho de Deus
Filho do homem Mestre Emanuel
Senhor Rabi Redentor etc..

O4. Qual o sentido ou significado do nome do Senhor?

Messias ou Messiah – é uma palavra hebraica que tem o mesmo sentido da palavra Cristo, isto é, O Ungido.

Nosso Senhor – corresponde quase ao nome próprio. Indica-nos que Jesus Cristo é autor e Senhor da vida, que é nosso Deus e Senhor de tudo (Fl 2,9.11)

Salvador – é a tradução do nome Jesus, aquele que salva o povo de seus pecados (Mt 1,21b).

Filho de Deus – Indica que Jesus é a segunda pessoa da Trindade Santa. Aliás, no símbolo de Nicéia, dizemos: “O Unigênito Filho de Deus, nascido do Pai antes dos séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, nascido, não feito, consubstancial com o Pai, pelo qual tudo foi feito”.

Filho do homem – Jesus usou muito este termo, que procede das profecias do Antigo Testamento, para indicar que era verdadeiramente homem.

Mestre – Indica a missão reveladora de Jesus, o qual veio para ensinar a verdade libertadora da parte do Pai Eterno. A forma hebraica da palavra Mestre é Rabi, que significa exatamente Mestre (Mt 26,25; Jo 1,38).

Emanuel – Significa Deus Conosco. Este é o nome predileto do profeta Isaías, conforme Mt 1,23, oito séculos antes dos dias da plenitude dos tempos. (Is 7,14; 8,8).

05. São apenas estes os nomes pelos quais podemos chamar Jesus?

Certamente que não. Os grupos de oração da Renovação Carismática Católica, principalmente, costumam exercitar-se nos incontáveis nomes de Jesus, o Senhor, como forma de interiorização espiritual da ascese devocional. Isto leva a uma infinidade de nomes, que se limita, unicamente, pela nossa capacidade humana.

O6. Jesus Cristo é o Filho de Deus. Como Ele veio ao mundo?

a) Nascido de uma mulher, conforme o anúncio do Senhor através do profeta Isaías – Cap. 7, Vers. 14b: “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel (Deus Conosco).”

São Paulo diz: “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção” (Gl 4,4-5).

b) Anunciado pelo anjo Gabriel à Virgem Maria, cheia de graça:

1. Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: Ave, cheia de graça; o Senhor é contigo. (Lc 1,28).

2. Eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. (Lc 1,31).

3. O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra, por isso mesmo o santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus. (Lc 1,35).

4. Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. (Lc 1,38).

5. E deu à luz seu filho primogênito. Enfaixou-o e o reclinou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem (Lc 2,7).

6. Maria conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração (Lc 2,19).

7. O menino crescia e se fortificava cheio de sabedoria, e a graça de Deus era com Ele. (Lc 2,40).

8. Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens. (Lc 2,52).
07. Jesus Cristo veio ao mundo por obra e graça do Espírito Santo, nasceu da Virgem, Maria Santíssima, e cresceu diante de Deus e dos homens. Qual foi Sua missão sobre a terra durante a Sua primeira vinda?
a) O profeta Isaías (Is 61,1-2) nos diz que Deus o enviaria ungido pelo Espírito Santo, para:
1. Levar a boa nova aos humildes;
2. Curar os corações doloridos;
3. Anunciar aos cativos à redenção;
4. Anunciar aos prisioneiros a liberdade;
5. Proclamar um ano de graça da parte do Senhor;
6. Proclamar um dia de vingança de Nosso Deus;
7. Consolar todos os que choram;
8. Dar-lhes um diadema em vez de cinzas;
9. Dar-lhes o óleo da alegria em vez de vestidos de luto;
10. Dar-lhes cânticos de glória em vez de desespero;
11. Os chamarão as azinheiras da justiça;
12. Plantadas pelo Senhor para a sua glória.

 
b) O próprio Jesus, ungido pelo Espírito Santo, confirma o cumprimento do anúncio do profeta Isaías – Cap. 61,1-3. O evangelista São Lucas (Lc 4,18-19) narra que Jesus, após ler o que estava escrito no rolo do livro profético, repetiu a missão libertadora que Deus, Pai, confiou a Ele, dizendo que havia sido ungido e enviado para:
1. Evangelizar os pobres;
2. Sarar os contritos de coração;
3. Anunciar aos cativos a redenção;
4. Trazer aos cegos a recuperação da vista;
5. Por em liberdade os oprimidos;
6. Pregar o ano favorável do Senhor.
Entre muitas citações do Senhor Jesus, chamamos a atenção especial para duas delas: Mt 5,3-10 e 11,28-30. Estas citações dão-nos, a nós que somos o objetivo de sua missão salvífica, a esperança viva (I Pd 1,3), acrescem-nos a fé confiante (Hb 11,6), enchem-nos de amor pelo ensino e pelas virtudes do Espírito Santo e nos tornam repletos de riquíssimas consolações, pela graça da redenção que nos trouxe e pelo seu preciosíssimo sangue que nos remiu para a vida eterna.
É interessante observar os textos de Isaías e de São Lucas que falam da missão de Jesus. No Evangelho de São Lucas, o Senhor omitiu, creio que de propósito, o trecho que fala “do anúncio do dia da vingança do Senhor, nosso Deus” (Is 61,2).
Veja bem! Na primeira vinda de Jesus, a vingança do Senhor, nosso Deus não se incluía, visto que Jesus não veio para condenar, mas para salvar, conforme está bastante claro no Evangelho de São João – Cap. 3, Vers. 17:
“Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”.
Assim, o dia da vingança de Deus, cujo juiz é o Salvador Jesus, será na segunda vinda do Senhor, a qual já está próxima, juntamente com os apóstolos, os anjos e santos de Deus. Naquele dia, o Senhor fará justiça para com os bons e os maus, conforme se lê no Evangelho de São Mateus – Cap. 25, Vers. 31-46f), sobre o juízo final.
08. O que faremos para alcançar a salvação em Jesus Cristo?
a) Crer no Salvador Jesus Cristo, “o Filho de Deus Vivo” (Mt 16,16).
b) “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua família” (At. 16,31).
c) Crer e ser batizado (Mc 16,16) em nome do Senhor Jesus, para a remissão dos pecados, a fim de receber o dom do Espírito Santo (At. 2,38).
d) Crer com o coração para alcançar a justiça, e confessar com a boca o Senhor Jesus, para alcançar a salvação (Rm 10,10).
e) Invocar o nome do Senhor Jesus para ser salvo (Rm 10,13).
f) Ter fé em Deus (Hb 11,6).
g) Ter paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá a Deus (Hb 12,14).
h) Seguir a Jesus como o único caminho que nos leva ao Pai, única verdade e única vida (Jo 14,6).
i) Amar a Jesus, guardando sua palavra no coração, como prática de vida no amor, para ser amado pelo Pai e ser morada de Deus (Jo 14,23).
j) Buscar a Jesus de todo o coração (Dt 4,29; Jr 29,13), deixando-se transformar pelo Seu amor, para ser um homem novo (Jo 3,3-5).
l) Estar sempre com Cristo, para ser uma nova criatura, conforme nos afirma São Paulo (II Cor 5,17; Gl 6,15).
m) Amar o Senhor Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o espírito (Mt 22,37-39).
n) Ser um bem-aventurado de coração puro para ver a Deus (Mt 5,8).
o) Deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus, para ser filho de Deus (Rm 8,14)
p) Viver da fé do grão de mostarda (Lc 17,6), como filhos e filhas de Deus (Gl 3,26).
09. Como devemos ser servos do Senhor Jesus Cristo?
a) Aprendendo Dele todas as coisas (Mt 11,29), a partir da palavra de Deus (Dt 4,2; 11,18), a fim de que, no Seu exemplo, tenhamos, na intimidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, vida de fé, de esperança, de amor, de oração e de virtudes, na paz, na justiça, na moderação e na mansidão, como Igreja viva, unidos aos irmãos (Sb 8,7; Pr 22,17-18).
b) Nascidos da vontade de Deus, como Filhos, segundo o Seu poder (Jo 1,12-13).
c) Sendo prudentes como as serpentes e simples como pombas (Mt 10,16).
d) Sendo manso e humilde de coração, a exemplo do Senhor Jesus Cristo (Mt 11,29).
e) Sendo misericordiosos para alcançar a misericórdia (Mt 5,7).
f) Sendo humildes de espírito, para possuirmos o Reino dos céus (Mt 5,3).
g) Negando-se a si mesmo, tomando sua cruz todos os dias, na caminhada com o Senhor Jesus e os irmãos (Lc 9,23).
h) Sendo sal da terra para temperar a comunidade onde mora e vive (Mt 5,13).
i) Sendo luz do mundo, para iluminar os que carecem de verdade e testemunho de vida (Mt 5,14).
j) Sendo suas testemunhas no meio dos homens, para que eles, vendo as boas obras dos filhos e filhas do Reino de Deus, glorifiquem o Pai que está nos céus (Mt 5,16).
m) Sendo homens e mulheres que não se envergonham do Evangelho da Salvação (Rm 1,16).
n) Sendo fazedores da vontade de Deus em tudo, a fim de que possamos permanecer para sempre (I Jo 2,17).
                                           QUSTIONÁRIO PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO
10. Por que Cristo morreu cruz?
1ª Epístola aos Coríntios – Cap. 15, Vers. 3 (I Cor 15,3)

11. Na opinião de São Paulo, quem é Jesus Cristo?

Epístola aos Romanos – Cap. 9, Vers. 5 (Rm 9,5)

12. Como Jesus é chamado pelo apóstolo Tomé?

Evangelho de S. João – Cap. 20, Vers. 28 (Jo 20,28)
13. Jesus Cristo pode mudar?

Epístola aos Hebreus – Cap. 13, Ver. 8 (Hb 13,8)
14. Qual é o testemunho de João Batista prestado a Jesus?

Evangelho de S. João – Cap. 1, Vers. 34 (Jo 1,34)
15. “E vós, quem dizeis que eu sou”? Que resposta deu S. Pedro a esta indagação de Jesus?

Evangelho de S. Mateus – Cap. 16, Vers. 16 (Mt 16,16)
16. Ao verem Jesus, o que testemunharam os espíritos imundos?

Evangelho de S. Marcos – Cap. 3, Vers. 11 (Mc 3,11)
17. Que testemunho Deus Pai deu de Seu Filho Jesus?

Evangelho de S. Marcos – Cap. 1, Vers. 11 (Mc 1,11)
18. Que testemunho Jesus Cristo deu de si mesmo?

Evangelho de S. João – Cap. 10, Vers. 36 (Jo 10,36)

19. Quem é aquele que triunfou sobre o mundo?

1ª Epístola de S. João – Cap. 5, Vers. 5 (I Jo 5,5)
20. Para que Jesus Cristo veio ao mundo?

a) Evangelho de S. João – Cap. 6, Vers. 38 (Jo 6,38)
b) 1ª Epístola a Timóteo – Cap. 1, Vers. 15 (I Tm 1,15)
c) 1ª Epístola de S. João – Cap. 3, Vers. 5 (I Jo 3,5)
d) 1ª Epístola de S. João – Cap. 3, Vers. 8 (I Jo 3,8)

 
21. Porque Jesus Cristo morreu na Cruz?

a) 1ª Epístola aos Coríntios – Cap. 15, Vers. 3 (I Cor 15,3)
b) Evangelho de S. João – Cap. 11, Vers. 52 (Jo 11,52)
c) Epístola aos Gálatas – Cap. 1, Vers. 4 ( Gl 1,4)
22. Quantas pessoas presenciaram a aparição de Jesus ressuscitado de uma só vez?

1ª Epístola aos Coríntios – Cap. 15, Vers. 6 (I Cor 15,6)
23. Como Jesus Cristo é chamado nos textos abaixo?

a) Evangelho de S. João – Cap. 10, Vers. 11 (Jo 10,11)
b) 1ª Epístola aos Coríntios – Cap. 2, Vers. 8 (I Cor 2,8)
c) Epístola aos Efésios – Cap. 2, Vers. 20 (Ef 2,20)
24. Diga com suas palavras quem é Jesus Cristo para você.
João C. Porto

Obs.: Este Curso de Introdução à Bíblia Sagrada se encontra a apostila do autor. (1992).