sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Orar sem cessar

O Senhor Jesus nos ensina: “é necessário orar sempre, sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b). E São Paulo: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17). Diz-se que orar é conversar com Deus, Deus de Israel, o Senhor, nosso Pai, em o nome de seu Filho Jesus Cristo. Isso quer dizer que é importantíssimo orar, sempre revestido interiormente do pensamento do Senhor Jesus, conforme nos afirma o apóstolo Paulo: "Nós temos o pensamento de Cristo” (I Cor 2,16b). Não é verdade, bom e necessário estarmos inseridos na personalidade do Senhor? Convém-nos que a oração, que sair do coração e de nossa boca, seja fruto e bênção de nosso constante encontro com o Senhor, principalmente, através do ascese devoluto de nosso viver.
Um passo, primeiro e importante, para orar é viver incessantemente a certeza de que Deus habita conosco, como falou outrora através do profeta Isaías (Is 45,15) ou como nos exorta o Senhor Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). Além disso, a oração é como arroios vivos de águas vivas que correm... e correm!... sob a direção amorosa do Espírito Santo, mas, também, sobre o curso da liberdade que se nos excede.
Assim, nossa oração deve nascer da esperança viva que se fundamenta da fé que opera pela caridade, que nos preenche e reflete de nossos corações a face do Espírito Santo, o próprio amor do Pai e do Filho. Ora, para melhor compreendermos estes momentos de simplicidade de vida interior, impregnados da presença divina, vejamos o que o Senhor disse ao profeta Samuel, quando foi à casa de Isaí, por vontade de Deus, para ungir um de seus filhos como rei de Israel: Samuel ao observar o porte físico e esbelto dos jovens e, fitando os olhos em um deles, disse: “Certamente é este!..” Entretanto, o Senhor falou ao seu coração, dizendo: “Samuel ... o homem vê a aparência, mas o Senhor olha o coração”(I Sm 16,7b). O que significa dizer: A oração nasce de nosso encontro pessoal e constante com Deus, no coração; floresce em nosso lábios e frutifica em obras de caridade, atos e ações, conforme o Senhor tem em seus desígnios de eternidade, preparado para cada um de seus filhos amados.
Podemos, ainda, acrescentar que a oração é um diálogo da terra com o céu, do homem com Deus, do coração do homem com o coração do Criador, e, não pode ser diferente. Isto significa que Deus, por amor de si mesmo - por seu Filho Jesus e o Espírito Santo – colocou seu coração na miséria de nossos corações e, então, sua misericórdia nos envolveu (Sl 33,7.18), a nós e ao mundo inteiro, como fundamento e vida do Cristo total, como luz de salvação, de perdão e reconciliação, para todo o que crê no Senhor Jesus Cristo, na poderosa e copiosa redenção de seu sangue preciosíssimo derramado em profusão de amor e resgate da humanidade.
Assim, a oração será sempre fruto de nossa amizade de intimidade com Deus. Ela se derrama através dos frutos do Espírito Santo, principalmente o da alegria do amor, que se constitui na força do poder do alto, pela qual tudo alcançamos através das mãos divinas do Senhor. Por isso a oração segue, também, o curso das águas vivas... lançamo-nos sobre elas como barcos de velas abertas ao sopro do amor eterno e constante, que sempre nos impulsiona ao coração do Pai, sem que haja mais retorno ao flagelo da morte; que singram livremente sobre as águas de onde vêm e para onde vão, ao seio do amor do Pai e do Filho. E tudo isso se move e se manifesta desde o interior, só pela certeza da fé que nutre a esperança de quem em Deus tudo alcança. Nesse instante o Espírito do Senhor nos deixa de tal forma livres sob o curso da plenitude de sua direção bendita, que é como se, já, de alguma forma, ainda que inexplicável, víssemos o invisível!...
Ah!... se nos fosse possível... conduzidos pelo mesmo Espírito, movidos por entre as entranhas do amor perfeito, penetrar no núcleo íntimo e profundo do nosso ser, mesmo que fosse ao diminuto de nosso coração e, ali, fixos de pé, ainda que de soslaio, contemplássemos o esplendor da glória desse encontro, onde o Senhor partilha conosco a refeição, o ágape (Ap 3,20b) ... Pensemos... é, por isso, pela profundidade desse desejo que, contemplamos na Santa Missa o sacerdote consagrar e partilhar conosco o pão místico do banquete divino.
Por isso, podemos afirmar: orar é estar com o coração, constantemente, no coração da SS. Trindade, sob o influxo do Espírito Santo, o qual nos dará o conhecimento de todas as coisas que por Deus nos foram dadas (I Cor 2,12) e colocará em nossa boca, diante do Senhor e de nossos irmãos, as palavras de nossa oração e o sábio conselho para quem nos pede oração. Orar é mais do que simples, é estar com Deus!

João C. Porto

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JE4SUS >> Misericórdia

Misericórdia é o amor de compaixão pela miséria alheia, e que, por isso, se insere, compassivamente, na tribulação, na dor e no sofrimento do próximo, ainda que seja um estranho, para amenizar, perdoar, salvar ou libertar de todas as angústias; assim como Deus Pai, em Cristo Jesus, fez por toda a humanidade.Isto significa amor de Deus, amor gratuito, bondoso e misericordioso, que resgata a todos os que se aproximam dEle, com fé que opera pela caridade e a esperança viva.
"Sede benigno uns para com os outros, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou por Cristo" (Ef 4,32 - Vulgata).
"São muitos os sofrimentos do ímpio. Mas quem espera no Senhor, sua misericórdia o envolve" (Sl 31,10 - Vulgata).
"Busquei o Senhor, e ele ouviu-me, e livrou-me de todas as tribulações" (Sl 33,5 - Vulgata).
"Muitas são as tribulações dos justos, e de todas elas os livrá o Senhor" (Sl 33,20 - Vulgata).
"Expõe ao Senhor a tua situação, e espera nEle, e ele procederá. Fará brilhar como lume a tua justiça, e o direito da tua causa como o Sol do meio dia" (Sl 36,5-6 - Vulgata).
Do latim: Cor = coração. Todo o coração é alvo de misericórdia, porque o pecado o encheu de misérias!... E só o amor de Deus, que é bondoso, gratuito e misericordioso, pela aquiescência da fé, da esperança e da caridade, poderá transforma-lo em nova criatura em Cristo Jesus. (II Cor 5,17)
A misericórdia é um dos três grandes preceitos da lei do amor, que nos liberta de toda a condenação pelo espírito de vida em Crsto Jesus (Rm 8,1-2). Por isso, misericordioso é aquele que se coloca e assume em si mesmo a miséria do seu próximo, para perdoar e salvar, libertar e dar a paz, que é o próprio Jesus. (Ef 2,14) Assim como nos diz o Senhor: "Sou eu, sou eu mesmo que apago as tuas iniquidades por amor de mim, e não me lembrarei mais dos teus pecados" (Is 43,25). Que nos fala o Senhor Jesus? "Se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará" (Mt 6,14). Se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará" (Mt 6,15). "Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te dizendo: 'Estou arrependido', perdoar-lhe-ás" (Lc 17,4). "Pedro se aproximou dele e disse: "Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mt 18,21-22).
A regra de ouro que o Senhor Jesus deu para nós é esta: "Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles" (Mt 7,12).
Por isso, "Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados" (Lc 6,37). Nesse propósito, que ordem o Senhor Jesus nos deu? "Sede misericordioso, como também vosso Pai é misericordioso" (Lc 6,36).
Ora, conforme nos ensina o Senhor Jesus, a misericórdia é um dos três preceitos mais importantes da lei: "Ai de vós escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar (Mt 6,33), sem contudo deixar o restante" (Mt 23,23).
Dessa forma, podemos afirmar com certeza em Cristo Jesus, com os olhos da fé fixos no galardão da herança reservada aos santos, e o conhecimento do amor de Cristo, que excede toda a ciência (Fl 4,7), que somos, na Igreja, filhos e filhas da justiça, da misericórdia e da fidelidade do amor que habita em nossos corações, conforme a bondade infinita do Senhor Deus de Israel. O Senhor Jesus é aquele que, por Deus e em nós, resgata por amor de si mesmo e gratuitamente, todas as misérias, dores e sofrimentos dos corações arrependidos, de quantos, confiadamente, invocam o seu nome, como está escrito: "Todo o que invocar o nome do Senhor será salvo" (Jl 3,5).

João C. Porto

sábado, 23 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Espírito

Palavra do Senhor: “Deus é Espírito” (Jo 4,24). São Paulo também nos diz: “Os anjos são espíritos a serviço de Deus” (Hb 1,14). O Espírito Santo é o Espírito do Pai e do Filho, o Amor de Deus. O Filho de Deus é Espírito que, por vontade do Pai, tomou forma humana no ventre da Virgem Maria e, ao nascer foi ungido por Simeão, com o nome de Jesus – Deus Salva – conforme o anjo dissera a José. (Mt 1,21)
Na criação do homem sobre a terra, Deus o criou como um ser terreno. Por isso, o modelou do barro, soprou sobre ele, infundindo nele o espírito de sua imagem e a perfeição de sua santidade, isto é, “imagem e semelhança de Deus, tornando-o uma alma vivente” (Gn 1,26). “O espírito de Deus me fez, e o sopro do Onipotente me deu a vida” (Jó 33,4).
Então, Deus criou o homem como espírito, alma e corpo. Espírito, que é a imagem viva de Deus sobre a terra; alma de santidade, que é a semelhança de Deus, e o corpo material, que é o móbil e/ou veículo de sua locomoção e interação no meio sensível da matéria onde habita e vive.
O espírito, em verdade, é um ser indizível. Ele é simples, puro, perfeitíssimo e eterno em Deus. Penso que nem mesmo o pecado pode destruir sua integridade; mas, pela obstinação da desobediência e do erro – infidelidade para com o Criador – retirar dele a “semelhança divina”, isto é, a santidade da alma, sem a qual ninguém poderá participar do Reino glorioso do Pai e do Filho.
Vejamos o caso dos anjos decaídos. Pela sua infidelidade a Deus, perderam a semelhança divina, isto é, a santidade da alma. Por isso, já não mais havia lugar nos céus para ele.
Com relação ao homem e seu pecado – desobediência ou infidelidade – foi afastado, do espírito e do corpo, a semelhança de Deus, que é a santidade da alma. Por isso, o Senhor, assim, determinou: “O meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será só de cento e vinte anos” (Gn 6,3). Ora, sem alma santa, ninguém ressurgirá para glória de Deus; mas para a morte eterna, isto é, eternamente afastado de Deus e do seu Reino Glorioso. (Jo 5,28). Entretanto, todo aquele que possui a semelhança de Deus, que é a santidade da alma, desfrutará da glória do Senhor Jesus, eternamente. (Ap 7,14-16).
Devemos considerar, ainda, que o espírito é simples e, como imagem viva e perfeita de Deus, não há obstáculo para ele; mesmo quando o homem ressuscitar em Cristo Jesus, pois estará revestido de um corpo glorioso semelhante ao corpo da ressurreição do Senhor. Não tenhamos dúvida disso, e mais: todos estaremos no céu segundo a maturidade da idade perfeita (completa) de Cristo; isto é, com 33 anos (Ef 4,13), a idade do puro amor, do qual Maria de Nazaré é a Mãe universal (Eclo 24,24).

João C. Po
rto.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Missão Salvífica

Jesus, nossa salvação, é o Deus que salva e nos unge, nosso suficiente salvador. “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12).
A missão do Senhor Jesus foi a de salvar o seu povo de seus pecados (Mt 1,21). Em outras palavras: libertar a imagem viva de Deus, que somos todos nós, da alma do pecado, porque só poderemos retornar aos céus com vestes brancas, alvejadas e embranquecidas no sangue do Cordeiro. (Ap 7,14)
O profeta Isaías explicitou a missão do Redentor (Is 61,1-2ss) e o próprio Jesus a confirmou, na sinagoga, quando leu o texto sagrado e disse: “hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir” (Lc 4,21). É que o Senhor Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, à margem do rio Jordão, e enviado para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, para por em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor...
Quando se lê Isaías e o Evangelho de Lucas, referentes à missão salvífica de Cristo Jesus, logo teremos, a exemplo de Cristo, que meditar sobre a unção do batismo do Espírito Santo pelo qual nos tornamos, com ele e por ele, missionários do Reino de Deus, pobres, mansos e humildes de coração (Mt 5,3; 11,29), sempre prontos a anunciar o Evangelho da salvação, como mensageiros da grande revelação do amor do Pai e do Filho, para curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios e dando, gratuitamente, tudo o que de graça recebemos (Mt 10,8). Não é verdade que somos, também, discípulos do Senhor? Ora, ao discípulo baste ser como o seu Mestre!
Mas, quando se diz: “Salvar o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21), fica entendido: Jesus veio nos salvar da alma pecadora, para que o Espírito Santo, através de sua ação regeneradora, pela qual todas as coisas são renovadas em Jesus Cristo (Ap 21,5), restabeleça em seu lugar uma alma santa, a fim de que a imagem viva e perfeita de Deus, que habita em nós e que é parte integrante de nós, possa ressurgir, enfim, para a vida eterna à direita do Senhor Jesus (Ap 3,21). Ora, não é esta a visão de Jó, e todos nós não nos inserimos nela?: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que um dia ressurgirei da terra, e serei novamente revestido da minha pele e, na minha própria carne verei meu Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o hão de contemplar, e não outro; esta é a esperança que está depositada no meu peito” (Jó 19,25-27 - Vulgata).
Em tese, o Senhor Jesus veio ao mundo salvar o nosso espírito – imagem viva e perfeita de Deus – da alma pecadora, que nos mantinha escravizados ao pecado. Nesse mister, que nos diz o Senhor Jesus? “Todo aquele que peca é escravo do pecado” (Jo 8,34). Ora, não foi a morte do Senhor o salário pago pelos nossos pecados? (Rm 6,23). Então, como nos afirma S. Paulo, “o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Observemos, pois, esta afirmativa: “Eis aqui um prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto muito mais agora que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira (Is 61,2). Por isso, recebemos do Senhor, já que vivemos em seus mandamentos (Jo 13,34), um outro Consolador, para que permaneça eternamente conosco (Jo 14,15-16), e é, por isso, que somos, verdadeiramente, seus discípulos (Jo 8,31-32; 13,35) e procuramos andar como Ele andou (I Jo 2,6), se realmente, pelo Espírito de Deus, tivermos mortificado as obras da carne (Rm 8,13).
Ora, o que é espírito é espírito, o que é carne é carne, e o que é alma, é alma vivificante do espírito e da carne, no corpo, o homem perfeito. Por isso, os três formam um só corpo sob a égide de um só coração, onde o Senhor, nosso Deus, habita e fala conosco, e nós, com Ele; pois, uma vez salvos em Cristo Jesus, tornamo-nos, pela unidade do Espírito Santo, um só corpo com a Trindade Santíssima (I Cor 6,17). Na verdade, quando somos libertados da alma do pecado, o Espírito Santo nos reveste da santidade da alma, que é a semelhança de Deus em nós, posto que, agora, somos “homem total” em Cristo total, resgatados, justificados e santos como Deus é Santo.

João C. Porto

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Pensar em Deus

Quem pensa o que pensa, pensado fica, mas quem pensa no que não pensa, vai além do deserto; porque Deus está pertinho de nós, de um jeitinho tão perto e gostoso, que nos aquece o coração, a fim de que percebamos que algo novo interage conosco, desde o recôndito de nosso interior mais íntimo e profundo, de onde se esconde (Is 45,15), para que o encontremos quando o buscarmos de todo o nosso coração (Dt 4,29; Jr 29,13).
O apóstolo João nos diz que Deus é amor... (I Jo 4,8b..10.16). Poderia o amor que nos fez, não reluzir, como o ouro e a prata, do seio de sua imagem viva criada e modelada, por ele mesmo, sobre a terra? Isto é impossível!... e o Senhor, nosso Deus, é o Deus de Israel, o único Senhor (Dt 6,4) Ele é Deus do impossível...(Lc 1,37;18,27; Mt 19,26; Mc 10,27). Deus pode tudo! Ele pode tudo quanto a nós é impossível, e fará todo o impossível através de nós, a partir de quando nos deixarmos ser capacitados por Ele (II Cor 3,5b), porquanto o Senhor Jesus assim nos ensina: “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23). "Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva" (Jo 7,38). “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei” (Jo 14,12-14).
Filhinhos, vós que morigerais sob o influxo do Espírito do Senhor Jesus, sentados com Ele à beira do “Poço de Jacó”, espalhai a semente da boa palavra de Deus (Dt 11,18-21), expandi a luz da fé, da esperança e da caridade, guardai a palavra da graça que vos salva pela fé em Jesus Cristo (Ef 2,8), em vossos corações, para que sejais preservados de pecar contra o Senhor (Sl 118,11). Pois o “Poço de Jacó” é a bênção do Senhor Jesus Cristo através de sua Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica; bênção de cura e libertação, como bem nos ensina a palavra de Deus: “estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,17-18). Ânimo!... Coragem! (Jo 16,33). Se, verdadeiramente, crermos, com a fé que opera pela caridade, então veremos a glória de Deus (Jo 11,40), porque ele nos ama, o quanto ama a todos que habitam sobre a face da terra.


João C. Porto

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> M istério

Uma reta lançada ao infinito é mistério. Pensar no infinito, pensamos no desconhecido inatingível, no misterioso.
Somos cidadãos do infinito, somos do infinito, porque embora finitos sobre a terra, interiormente somos infinitamente eternos. Porque o infinito do que somos veio do eterno e, indubitavelmente, retornará à eternidade do Infinito que reinará além da eternidade. (Ex. 15,18). Sim, conduzidos por Jesus Cristo e seus anjos retornaremos ao seio do infinito, que é Deus, Todo-poderoso, criador do céu e da terra. (Mt 16,27)
Então, de alguma forma, somos mistério, uma fagulha do mistério: um espírito que, num corpo material, para a vida no mundo sensível da matéria, toma consciência e se capacita a viver e se locomover, livremente, no mundo onde habita.
Isto também é parte do mistério, pois a ciência não cessa de nos revelar, desde os princípios antropológicos, as origens, a vida, a etnia, as crenças etc.; entretanto, o que se tem pela frente é ainda como a base de um iceberg, que não conhecemos sua dimensão. Há, no entanto, um mundo inteligência escondida no mistério (Is 45,15), que deve ser revelado tão somente no interior do homem, capacitado pelo mistério (II Cor 3,5b), para que na unidade, possamos conhecê-lo.
Contam-nos que Sto. Agostinho, passeando à beira do mar, viu um menino que com suas mãos colocava a água do mar dentro de um buraco muito pequeno... e a criança, então, disse-lhe: é mais fácil fazer isto do que o Senhor compreender o mistério da SS. Trindade.
Acreditamos que Deus, através dos patriarcas, dos profetas, do seu Filho Jesus Cristo, dos apóstolos, da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, e dos santos da mesma origem, como revelação do Espírito de Deus aos seus corações, já nos foi, também, dado (I Cor 2,12), de alguma forma, conhecer muito do mistério... Ou já é muito para nós o que à luz da fé, da esperança e da caridade, em nossos corações, têm-nos sido revelado do mistério de Deus em nós, através da palavra da verdade integral, através de visões, moções, curas, milagres, prodígios e sinais?
O primeira aspecto que nos foi revelado do mistério é o de que Deus é trino – Pai, Filho e Espírito Santo -. O segundo aspecto, que sinto revelado ao meu coração, é o de que o homem, como imagem viva de Deus sobre a terra, é trino também: espírito, alma e corpo. Ora, até a ciência natural nos divide em três: “cabeça, tronco e membros”. Nessas mesmas dimensões a palavra de Deus nos divide em três: espírito, alma e corpo (Hb 4,12; I Ts 5,23).
Assim, pois, como Deus é Espírito (Jo 4,24) e nós sua imagem, o somos (trinos) também. Sendo Deus: Sabedoria, vontade e ação e/ou atividade, o homem é inteligência, vontade e ação e/ou atividade.
Finalmente, Deus é infinito e nós, embora imagens de Deus sobre a terra, estamos, ainda, no contexto do finito. Ora, quando pela fé da palavra que pregamos, pela esperança e pela caridade do amor, que é Deus (I Jo 4,8b) formos transformados em o nome do Senhor Jesus Cristo, em concidadãos dos santos, como membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, já não haverá mais mistério, porque todos seremos um com Deus e, por isso, o conheceremos como nós mesmos somos conhecidos (I Cor 13,12), porquanto o Senhor Jesus revelará o Pai a quem ele quiser revelar (Mt 11,27). Assim, pois, quando recebermos essa revelação, já não haverá mistério, visto que tudo estará revelado a nós que somos receptáculos da revelação, as perfeitas imagens do Todo-poderoso Deus de Israel. (Jo 15,15)

João C. Porto

domingo, 10 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> O Espírito de Deus Repousa

A Trindade Santíssima compreende-se como a unidade de três pessoas absolutamente distintas, em um só Deus Verdadeiro. São três pessoas que formam nosso “Único Deus e Senhor” (Dt 6,4), as quais são: a “Verdade Eterna”, a “Fidelidade Suprema” e a “Bondade Infinita”; isto é, o Amor (I Jo 4,8b). Da Verdade Eterna (o Pai) temos: a Palavra, o Verbo, a Sabedoria de Deus nos céus e os mandamentos eternos na terra, isto é, Jesus Cristo, nossa vida, salvação e ressurreição (Eclo 1,5); da “Verdade Eterna” e da “Fidelidade Suprema” recebemos a “Bondade Infinita”, o “Espírito do Pai e do Filho”, o Espírito Santo que, pelo batismo na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, tornamo-nos morada de Deus (Jo 14,15-16.23), posto que fomos mergulhados nas águas da vida, bondade divina, que o Senhor em sua infinitude agradou-se em fazer sua morada no íntimo de sua imagem viva sobre a terra, isto é, em nossos corações. (Is 45,15)
A Igreja nos ensina que devemos atribuir ao Pai a obra da criação, ao Filho a obra da redenção e ao Espírito Santo, a santificação de nossas almas. São Paulo nos diz que, pelo batismo, o Espírito Santo, que habita em nós, concede-nos os dons e carismas, conforme lhe apraz; Jesus Cristo ministeria os enviados ao anúncio do Evangelho do Reino de Deus e, o Pai é quem opera tudo em todos. (I Cor 12,4-6) Como se pode entender isso? Tudo, o que é criado, formado ou feito, é operação conjunta das três pessoas; isto é, quando o Pai criou, o Filho e o Espírito Santo criaram com Ele; quando o Filho, na cruz do calvário, salvou o seu povo de seus pecados (Mt 1,21), salvaram também com Ele o Pai e o Espírito Santo; e, finalmente, quando, nos tempos da plenitude em que nos encontramos, o Espírito Santo santifica as almas dos pecadores convertidos ao nome glorioso do Senhor Jesus, santificam, igualmente, com Ele o Pai e o Filho. Entretanto, observemos, acima, que para a realização de cada obra o nome do Pai é citado em primeiro lugar, o que quer dizer que é Deus - a unidade das três pessoas - que opera tudo em todos. (I Cor 12,-6)
Mas, como poderemos observar a existência da unidade divina? Deus é puro Espírito (Jo 4,24), incriado, perfeitíssimo e eterno! Como vemos então o Filho e o Espírito Santo? Façamos, agora, uma paradinha, e olhemos para nós, que somos imagens vivas de Deus!... É no espírito que está a idéia e/ou o ideal, assim como em Deus, principalmente.
Ora, quando entramos no íntimo de nós mesmos, alcançamos de nossas entranhas divinas a capacidade que Deus, por sermos suas verdadeiras imagens, nos deu para pensar, idealizar e concluir; e tudo isso sai do núcleo mais íntimo e profundo do nosso ser, a idéia que se revela e se manifesta pela palavra, o Verbo que é gerado e que transborda de nossos lábios. Então, a idéia, que geramos do ideal eterno que está em nós, jorra de nossos lábios como palavras vivas e conclusivas. Agora, para conclui-las em obras o objeto da palavra que foi gerada como idéia consumada, basta levar “as mãos ao barro” para que tenhamos o que do ideal, pela palavra e a ação, foi gerado, assim como Deus nos modelou, conforme o ideal da vida que recebemos do alto e que se deve vive-la em Deus (Gn 2,7), porque tudo veio do Pai e indubitavelmente voltará ao seio do único e verdadeiro Deus, o Senhor.
Então podemos idealizar conclusões que nos fazem sentidas no coração: o Verbo, a palavra que se fez carne e armou sua tenda em nossos corações, é o Senhor Jesus Cristo, não criado, mas gerado ab aeterno do seio do Pai, a segunda pessoa da Trindade Santa. Assim, como Deus é amor (I Jo 4,8), o Filho, o Verbo (Eclo 1,5), gerado do ideal divino de Deus, é igualmente amor eterno. Por isso o Pai ama o Filho, e o Filho, igualmente, ama o Pai. Ora, desse amor mútuo, constante e eterno é o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho; por isso, também, o Espírito do Pai e do Filho. Em outras palavras, o Espírito Santo é a atividade de Deus, sua ação criadora, poderosa, de regeneração e de renovação pelo batismo do Espírito Santo. (Tt 3,4-7) Ele, sob sua direção amorosa, conduz tudo à perfeição e a santificação do espírito, da alma e do corpo (I Ts 5,23) através das virtudes da caridade do amor dinâmico de Justiça, misericórdia e fidelidade, que nos vem, por ele, do Pai e do Filho.
O Espírito Santo, no início da criação, pairava sobre as águas (Gn 1,2) e com certeza morava no coração do homem, até que, pelo pecado, Deus o suprimiu de nossos corações (Gn 6,3).
Mas, na medida em que se aproximava os tempos da plenitude, o Senhor fez promessas sobre o retorno do seu Espírito ao coração do homem, como esta, através do profeta Ezequiel: “Quero manifestar a santidade do meu augusto nome que aviltastes, profanando-o entre as nações pagãs, a fim de que conheçam que eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Javé -, quando sob seus olhares eu houver manifestado minha santidade por meu proceder em relação a vós. Eu vos retirarei do meio das nações, eu vos reunirei de todos os lugares, e vos conduzirei ao vosso solo. Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações. Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais as minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos. Habitareis a terra de que fiz presente a vossos pais; e sereis meu povo; e serei vosso Deus” (Ez 36,23-28).
O Senhor Jesus Cristo, referindo-se, principalmente, a este texto, depois de sua ressurreição, disse aos apóstolos: “Eu vos mandarei o prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,49).
No livro do profeta Isaías, no capítulo 61,1-3ss; e no Evangelho de S. Lucas 4,18-21, falam de como o Espírito Santo repousou sobre o Senhor Jesus, em seu batismo no Jordão, para que ele cumprisse, com fidelidade, sua missão salvífica; pelo que o Pai falou do alto: ”Este é o meu Filho muito amado em quem pus todas as minhas complacências” (Mt 3,17).
Assim, para finalizar, observemos que todos nós, os batizados no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,11c), recebemos do senhor Jesus Cristo a mesma missão que Ele conferiu aos apóstolos no dia de Pentecostes: “Recebereis a virtude do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, na Samaria e até às extremidades da terra” (At 1,8) “Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mt 10,32-33).
Assim, pois, já que fomos chamados a nos encontrar com o Senhor Jesus à beira do Poço de Jacó, achequemos a Ele, já que se deixa encontrar, e o invoquemos do imo do coração, já que está perto (Is 55,6); pois Ele nos diz: "...recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas"(Mt 11,29). Para este mister o Senhor Jesus nos diz: "estou à beira do Poço, sentado, esperando por você! Vinde a mim!... e traga no coração um pouquinho de fé, muita esperança e o amor necessário ao nosso encontro de salvação, ressurreição e vida eterna.

João C. Porto

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> O Poço de Jacó

Na Palestina, devido a escassez de água e as dificuldades para se cavar um poço, o poço, às vezes, era local de discussões: “Ora, as sete filhas do sacerdote de Madiã vieram tirar água no poço e encher as gamelas para dar de beber as ovelhas de seu Pai. Sobrevindo então alguns pastores, as expulsavam. Moisés, porém, tomou sua defesa e deu de beber ao seu rebanho” (Ex. 2,16-17).
Ora, o poço, pela sua importância, era também lugar onde a comunidade se reunia. Era, outrossim, local onde se escutava música: “a voz dos arqueiros junto dos bebedouros, celebrava as vitórias do Senhor, as vitórias dos seus chefes em Israel”! (Jz 5,11)
Assim, em volta do poço, era, normalmente, o lugar de intensa vida comunitária.
Quem lê o capítulo quatro do Evangelho do apóstolo João, poderá desfrutar da pedagogia do Senhor Jesus, quando, sentado à beira do poço de Jacó, conversando com a mulher samaritana, disse-lhe: “Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva” (Jo 4,10); e, ainda, quando o Senhor Jesus lhe deu esta ordem: “Vai, chama teu marido e volta cá” (Jo 4,16).
A conclusão é o belíssimo testemunho dos samaritanos, quando, já convertidos por Jesus e com Jesus em seus corações lhe disseram: “Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo” (Jo 4,42).
O poço de Jacó fica, aproximadamente, a 800 metros ao sul de Sicar, situado perto da tumba de José. Os samaritanos, judeus e outros povos vizinhos o frequentavam e o veneravam como local de encontro; pois era a fonte de água de onde saciavam a sede. No encontro de Jesus com a mulher samaritana... ela disse a Jesus: nosso pai Jacó nos deu este poço (Jo 4,12). Ali foi o local onde Jesus sentou-se à beira do poço e conversou com a mulher samaritana.
Ele tinha cerca de 2,3 m de circunferência. O poço era bastante fundo e, por isso, suas águas eram frias, refrescantes e agradáveis.
Ora, acerca de oito anos, o Senhor Jesus nos deu uma grande graça! Tudo o que podemos dizer a respeito desse assunto é que uma de nossas irmãs, do núcleo do Grupo de Oração Poço de Jacó, recebeu do próprio Senhor, que lhe falou ao coração e disse-lhe: Tenho uma obra nova pra vocês! E, quando a obra foi discernida e funcionava como Grupo de Experiência de oração de cura e libertação, o Senhor novamente falou ao coração de nossa irmã: Coloquem o nome de “Poço de Jacó”. “Eu o criei e será um celeiro de almas para mim”.
Todos os que fazem o Grupo de Oração Poço de Jacó, que se reúnem à noite das Segundas-feiras, das 19:30 às 21:30 h no salão paroquial da Igreja de São Gerardo, formamos, sem dúvida, um só corpo com o Senhor Jesus e a Igreja Una Santa Católica e Apostólica. Nossa missão não pode ser outra senão a que os apóstolos e seus sucessores receberam do autor da vida: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15); “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai” (Mt 10,8)! “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura... Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos sobre os enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,15-18).
Por muitas razões sabemos que o Senhor Jesus está com a Igreja e na Igreja, não só como o Pão Vivo que desceu do céu; mas, no coração de todos os que crêem .
Então, no Grupo de Oração “Poço de Jacó”, de cura e libertação (da RCC), esta certeza não é apenas porque cumprimos o mandato do Sagrado Coração de Jesus; mas, sobretudo, porque nossos olhos o contemplam, no Poço, cuidando de cada pessoa que, ali, se faz presente; e nossos ouvidos do coração O escutam falar das maravilhas que Ele prodigaliza pela caridade do seu amor misericordioso, a favor de seus amados Filhinhos(as). É por isso que proclamamos, ao vivo, suas moções, curas e libertações.
Na verdade, é como Jó proclamou outrora: “mas agora meus olhos te viram”. (Jó 42,5)

João C. Porto

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> F é

O Senhor me deu a conhecer que o melhor meio de aprender a definição das coisas deve ser pela humildade e simplicidade do que se é, perguntar a quem sabe tudo sobre todas as coisas. Talvez o homem saiba tudo sobre algumas coisas; mas, tudo sobre todas as coisas, não.
Na verdade, não se trata, aqui, de conclusões filosóficas, mesmo porque a filosofia, nascida da Grécia, existe a partir do século sexto antes de Cristo. Por isso, devemos indagar, com paciência, sobre o sentido das coisas que desejamos definir, da pessoa que tudo sabe e tudo conhece; isto é, do Espírito Santo que, sob a ordem da verdade e a perfeição da sabedoria divina, tudo criou, tudo formou e tudo fez para que o Criador fossem sempre louvado, a partir de suas criaturas.
Não é verdade que só o Espírito Santo conhece as coisas que são de Deus? (I Cor 2,11b) Ora, é exatamente, o Espírito de Deus quem nos dá o conhecimento de todas as coisas que por Deus nos foram dadas (I Cor 2,12); e ainda mais, só ele trará aos nossos corações as palavras de sabedoria, para que possamos adaptar as coisas espirituais em termos espirituais. (II Cor 2,13b)
Assim, a definição mais perfeita que conhecemos sobre a fé é a que o Espírito do Senhor colocou no coração e nos lábios de S. Paulo: “uma certeza a respeito do que não se vê”; porque a fé fundamenta nossa esperança, que corresponde aos bens da herança de nossa espera amorosa e constante, por isso, confiante. Neste instante, o Senhor trouxe ao meu coração, pelo que pude entender, para que tenhamos uma idéia de nossa espera, o versículo 26 do salmo 72: “Ainda que a minha carne e o meu coração venham a desfalecer, o Senhor é a força do meu coração e a minha herança eterna”.
Além disso, essa espera confiante, que é iluminada pela luz da verdade integral (Jo 16,13), é amor de Deus, portanto, poder de Deus; isto é, a fé que opera pela caridade. (Gl 5,6b)
Entretanto, a fé, como nos ensina S. Tomás de Aquino, tem o assentimento da verdade, isto é, é poder de Deus para a salvação de todo o que crê; visto que a verdade é que liberta (Jo 8,32) e, se pela nossa fé que nasce da verdade, a Verdade nos libertar, seremos verdadeiramente livres. (Jo 8,36).
Ora, a fé é dom (carisma) que opera através dos filhos e filhas de Deus, como virtude, poder de cura e libertação, que se exercita de fé para fé (Hab 2,4; Rm 1,17), visto que o Evangelho, como nos ensina S. Paulo, é virtude de Deus para a salvação de todo o que crê.
Desse modo, a que tem fé, nenhuma coisa é impossível, visto que, o Senhor que habita na amizade e na intimidade do coração de seus filhos(as) é o Deus do impossível. Por isso, o Senhor Jesus nos exorta: “Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis” (Mt 21,22) “Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti” (Is 43,4). Pois eu vos afirmo, meus Filhinhos e filhinhas, amados, vossos nomes estão todos gravados na palma e minha mão. (Is 49,16)
Você gostaria de ler sobre um exemplo disso? Leia, por favor, sobre o profeta “Eliseu e a viúva” (II Rs 4,1-7).
S. Lucas registra, no seu Evangelho, o seguinte exemplo de fé do povo que crê, que acredita, como você, no poder de Deus: “Todo o povo procurava tocá-lo, pois, saía dele uma força que os curava a todos” (Lc 6,19). Esta é a fé virtude, que nasce da dedicação constante da leitura da Bíblia Sagrada e de ouvir, com frequência, a pregação da palavra de Cristo (Rm 10,17), é a fé do tamanho do grão de mostarda, mas que revome montanhas e transplanta árvores ao mar. (Lc 17,6)
Ora, não é verdade que o Senhor Jesus recebeu do Pai todo o poder e toda a autoridade sobre o céu e sobre terra? (Mt 28,18)
E o que disse o Senhor Jesus Cristo, para todos, e inclusive, também, para nós, hoje? “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei” (Jo 14,12-14).
Para o exercício da fé, o Espírito santo concede os dons, conforme lhe aprouver; o Senhor Jesus Cristo ministeria seus eleitos, mas é o Pai que opera tudo em todos. (I Cor 12,4-6). Veja o que disse o Senhor Jesus a Marta: “Não te hei dito eu: se creres verás a glória de Deus?” (Jo 11,40). “Referi-vos essas coisas para que tenhais paz em mim ( Eu sou a vossa paz = Ef 2,14). No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Tenhamos fé, e veremos o Senhor com nossos próprios olhos, assim como Jó o viu (Jó 42,5).

João C. Porto